Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ... Que já têm a forma do nosso corpo ... E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares ...
É o tempo da travessia ... E se não ousarmos fazê-la ... Teremos ficado ... para sempre ... À margem de nós mesmos... Fernando Pessoa ADENDA: Consta que estas palavras que caem tão fundo em nós, atribuídas a Fernando Pessoa, pertencem a Fernando Teixeira de Andrade. Será? E sob esta forma: "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia; e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."(Autor: Fernando Teixeira de Andrade - 1946-2008 - foi um professor de Literatura ) VER Mais uma achega: Este pensamento aparece publicado em vários blogues e sites como pertencente a Fernando Pessoa. Meus amigos, deixo aqui este tema para debate.. Imagem:Net
Lembram-se da canção 'Alô, Alô Marciano', interpretada por Elis Regina? Pois, agora ocorrerá ao marciano dizer-nos 'Alô, Alô, Terra', a recomendar-nos juízo. Está a decorrer a Conferência Rio-20 sobre o Desenvolvimento Sustentável onde estão ou estarão presentes 193 países. Temos os 20 grandes (entre eles os BRIC's ou países emergentes, uma nova força no mundo económico-financeiro) e os outros. O ideal para todos nós é que saia daquelas cabeças um consenso visto que somos todos parte interessada em tudo o que acontece neste planeta. Se cada um começar a puxar para o seu lado, procurando vantagens, já se sabe, o Ambiente sairá a perder.
Ouçamos, entretanto, a grande Elis Regina:
Alô,
Alô Marciano
Aqui quem fala é da
Terra
Pra variar, estamos
em guerra
Você não imagina a
loucura
O ser humano
está na maior fissura, porque...
Tá cada vez mais
down no high society
Down, down, down no
high society
Alô, Alô marciano
A crise esta virando
zona
Cada um por si,
todo o mundo na lona
E lá se foi a
mordomia
Tem muito rei aí
pedindo alforria, porque...
Tá cada vez mais
down no high society
Down, down, down no
high society
Alô, Alô marciano
A coisa está
ficando ruça
Muita patrulha,
muita bagunça
O muro começou a
pixar
Tem sempre um
aiatolá pra atolar Alá
Ta cada vez mais
down no high society
Down, down, down no
high society
São Paulo - O documento final da Rio+20 foi aprovado hoje (22) sem alterações pelos chefes de estado e será oficialmente adotado por mais de 190 países. O texto foi finalizado na terça-feira (19) e, em tese, poderia sofrer mudanças nesta fase, o que não ocorreu. (...) No início da conferência, houve grande expectativa de que seria possível levantar recursos para financiar ações práticas de combate à poluição e desmatamento. Líderes de nações pobres, notadamente da África, expressaram grande descontentamento com o texto final. O documento traz ainda compromissos como o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a criação de um Fórum Político de Alto Nível Internacional e o desenvolvimento sustentável com erradicação da pobreza, entre outros. Para a média dos analistas, a conferência apresentou resultados muito modestos, com poucos avanços. Ambientalistas de todo o mundo criticaram o documento final, argumentando que as nações reunidas não conseguiram fechar consenso mínimo sobre políticas efetivas para preservar o meio ambiente.
uma densa rede de intrigas de diligências diplomáticas
o episódio é como uma agulha
na floresta
a colónia grega Anfípolis
caiu nas mãos de Brasidos
porque Tucídedes chegou atrasado com o socorro
devido a isso foi condenado pela sua cidade
ao exílio eterno
os exilados de todos os tempos
conhecem que preço é esse
Zbigniew Herbert
(1924-1998)
Os poemas de Herbert são por vezes meditações
sobre a natureza dos homens, fazendo uso de elementos mitológicos e heróis
medievais. Contudo, ele 'desmitologiza-os' tentando ultrapassar as barreiras
culturais e também as barreiras do tempo. Para ele o passado não está distante
nem fechado, já que ele é fundamental para compreender o presente: o passado é
a medida do presente.AQUI
Artigo 22.º Responsabilidade das entidades públicas
O Estado e as demais entidades públicas são civilmente responsáveis, em forma solidária com os titulares dos seus órgãos, funcionários ou agentes, por acções ou omissões praticadas no exercício das suas funções e por causa desse exercício, de que resulte violação dos direitos, liberdades e garantias ou prejuízo para outrem.
Constituição da República Portuguesa
Claríssimo,não?Deveria bastar-nos.Deveria bastar-nos pegar na Constituição, procurar o tema que nos interessa, lê-lo e retirar dali ensinamentos como se de um guia se tratasse. Mas não, isto é coisa de leigos. Há outros caminhos a percorrer. Há a hierarquia das leis, há o legislador que legisla com base nestes ou noutros pressupostos, há a regulamentação, há a letra da lei, há o espírito da lei, e, como corolário, há a interpretação da lei que reclama para si especialistas na matéria.E este percurso poderá ter estes ou outros procedimentos e não necessariamente por esta ordem. Isso é com os experts. Para nós fica apenas o nosso espanto ou admiração e verifica-se que esta nossa capacidade é inesgotável, tornando-nos nuns filósofos a tempo inteiro. Aliás, se nos lembrarmos que o Estado somos nós, parafraseando o rei-sol, então somos todos co-responsáveis, de nada nos valendo filosofar ou fazer de conta que o que acontece à nossa volta é com os outros ou que a realidade poderá ser, afinal, mera ficção. Transportados, como temos sido, para dentro de novelas várias, versando enredos de dolos e má gestão, secretas e espiões, dívidas e endividamentos, não há como não nos interrogarmos se não estaremos mesmo tramados.
De vez em quando acontece. De vez em quando somos bafejados pelo aparecimento de um grande talento, ou então, pela sua revelação ao grande público. Neste caso concreto o momento abençoado foi o programa televisivo de imitações 'A tua cara não me é estranha'.
Confesso que sintonizei por acaso o canal, num domingo de poucas opções, ouvi o FF (Fernando Fernandes) e passei a aguardar ansiosamente pelo momento de voltar a ouvi-lo.Tudo imitações/interpretações fabulosas, Prince, Paulo de Carvalho, Kate Bush, Carmen Miranda, Ray Charles e outros, em que ele alia a voz, em todos os tons e gradações possíveis, à assumpção perfeita da personalidade da pessoa imitada, enfim, fica-se sem palavras. A sua última interpretação, Freddie Mercury, um medley, foium momento inesquecível.
Mas o interessante é que este jovem é actor e já com uma carreira musical.
Espero poder ouvi-lo, lui-même, em breve...
**** Nesta noite de Santo António, o FF vai desfilar ao lado de Alexandra, na qualidade de padrinhos da Marcha da Mouraria.
A peregrinação de um pensamento,
que dos males fez hábito e costume,
tanto da triste vida me consume,
quanto crece na causa do tormento.
Leva
a dor de vencida ao sofrimento;
mas a alma está, de entregue, tão sem lume
que, elevada no bem que haver presume,
não faz caso do mal que está de assento.
De
longe receei, se me valera,
o perigo que tanto à porta vejo,
quando não acho em mi cousa segura
Mas
já conheço (oh, nunca o conhecera!)
que entendimentos presos do desejo
não têm remédio, mais que o da ventura.
A carne é flor ou consequência do seu perfume? Seja o que for é intensidade que a flor resume A mão é gesto que ultrapassa. 0 gesto é além. Porque a mão toca o horizonte que o gesto da mão contém O homem canta. E enquanto canta o homem dura. Porque o seu canto é perceber que a voz prevalece a criatura. Natália Correia
Corria o ano de 2004 e o país era percorrido por um
frémito de entusiasmo. Bandeiras desfraldadas nas varandas e janelas, canções
apaixonadas, todos os olhos postos num desígnio comum: o Campeonato Europeu de Futebol.
O obreiro do estado de alma de que falo tinha nome: o coach. Mesmo não sendo destas bandas soubera transmitir a
chama, por dever de ofício e carisma. Infelizmente os gregos provaram a sua
solidez e, por sua vez, os olhos do nosso menino, estreante, encheram-se de
lágrimas de revolta. Hoje, mais velho e maduro parece-me já tê-lo ouvido dizer,(sem aquela chama?): é preciso pôr
bandeiras nas varandas, nas janelas, como em 2004 e...
Em todos os tempos os povos sentiram
a necessidade de um foco, de uma voz que, mesmo apontando sacrifícios, pudesse
criar um ideal de missão, de desígnio nacional, de objectivo comum.
O certo é que os nossos rapazes lá
foram, em demanda de um lugar ao Sol, com direito a despedida VIP e carregando nas
costas os nossos anseios e a responsabilidade de nos fazerem grandes. Mas,
sermos grandes, ou não, dependerá de cada um de nós. Façamos por brilhar cumprindo com o que nos compete, não esperando que sejam os outros a fazê-lo por nós.
E a propósito de grandeza, ocorre-me transcrever aqui o poema de Ricardo Reis, sobejamente conhecido de todos:
Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive.
Abraça-me.
Quero ouvir o vento que vem da tua pele, e ver o sol nascer do intenso calor
dos nossos corpos. Quando me perfumo assim, em ti, nada existe a não ser este
relâmpago feliz, esta maçã azul que foi colhida na palidez de todos os
caminhos, e que ambos mordemos para provar o sabor que tem a carne
incandescente das estrelas. Abraça-me. Veste o meu corpo de ti, para que em ti
eu possa buscar o sentido dos sentidos, o sentido da vida. Procura-me com os
teus antigos braços de criança, para desamarrar em mim a eternidade, essa soma
formidável de todos os momentos livres que a um e a outro pertenceram.
Abraça-me. Quero morrer de ti em mim, espantado de amor. Dá-me a beber, antes,
a água dos teus beijos, para que possa levá-la comigo e oferecê-la aos astros pequeninos.
Só essa água fará reconhecer o mais profundo, o
mais intenso amor do universo, e eu quero que delem fiquem a saber até as
estrelas mais antigas e brilhantes. Abraça-me. Uma vez só. Uma vez mais. Uma vez que nem sei se tu existes.
Quero morrer de ti em mim, espantado de amor ... Neste texto espantoso Joaquim Pessoa leva-nos de espanto em espanto na sua incrível forma de dizer as coisas, de falar de amor, e de envolver neste canto o vento, o sol, a pele e todos os sentidos na busca do sentido da vida. É com enorme prazer que volto a trazer este autor ao Xaile de Seda. Desejo-vos um excelente fim de semana.