Este é o 4º livro publicado em parceria por estas duas amigas, intitulado, neste caso, Inspirações Poéticas nos Poetas Consagrados. Todos os poemas constam do Blogue "Entre Nós".
O Prefácio esteve a cargo do amigo e escritor Toninho Bira, que fala desta amizade e talento que levam a Fernanda e a Rosélia a unirem-se numa só voz. E vê-se que a distância não é problema.
Os poemas ora publicados encontram-se nas páginas 64 a 67.
Desejo que o Ano de 2025 vos traga muitas Felicidades.
Desde que começaram a fazer mercadinhos de Natal que me desloco ao Rossio para andar por lá e respirar aquele ar que parece unir toda a gente.
Neste ano também fui e pude ver várias tendas com produtos nacionais, e outros, de lembranças, de coisinhas que lembram a nossa infância.
Havia também a casinha do Pai Natal, com artigos próprios da época, imagens do Menino Jesus, presépios, renas, sacos e saquinhos enfeitados com fitas, enfim um sem-número de pequenos mimos.
Gostei muito da janela da casinha e também da figura do Pai Natal à entrada, como mostro neste post.
Sendo que o Natal é mais dedicado às crianças, as seguintes palavras vão para o meu netinho que neste ano está a tomar consciência destas festividades com uma grande curiosidade e interesse:
Menino lindo que olha para o mundo
de olhos abertos admirando tudo
descobre belezas escondidas, mágicas
e logo lhes dá a sua interpretação
Do Natal a árvore enfeitada com bolas
brilhantes de todas as cores e feitios
ajuda nos enfeites e quer saber o que
fazem ali e o significado de cada coisa
Mal sabe que o mundo muda todos os
dias, hoje é uma realidade e amanhã
outra, dependendo da cabeça de cada
qual, mas é assim a vida fazer o quê?
É seguir o teu coração, meu menino, o
melhor conselheiro que pode haver
acreditar que no ser humano existe um
manancial escondido de amor.
Vovó Linda
***
***
Vamos ter a família reunida.
Aproveito para desejar a todos Feliz Natal, bem como a
Sei que não estarás lá, mas finjo ignorá-lo, procuro pensar que saíste, que saíste há pouco, numa ausência breve, como se tivesses saído para logo regressares.
Quando chegasses, se tu chegasses, dir-te-ia: Tu lembras-te? E o verbo acordaria ecos, nostalgias distantes, velhos mitos privados.
Sei que não virás, conjecturo até, por vezes teus distantes, inúteis diálogos numa praça gris que imagino em tarde de invernia.
Então disfarço, ponho-me a inventar, por exemplo, uma longilínea praia deserta, uma fina, fria, nebulosa praia muito silenciosa e deserta.
Pensando nela fito de novo este lugar e digo para mim que apenas partiste por um breve instante.
Rui Manuel Correia Knopfli (Inhambane, Moçambique, 10 de agosto de 1932 — Lisboa, 25 de dezembro de 1997) foi um poeta, diplomata e crítico literário e de cinema português. (...)
Publicou uma obra que cruza as tradições literárias portuguesa e anglo-americana. Integrou o grupo de intelectuais moçambicanos que se opôs ao regime colonial. Foi diretor do vespertino A Tribuna (1974-1975).
Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes(Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 – Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980), mais conhecido como Vinicius de Moraes, foi um poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositorbrasileiro.
Quero voar e cair de muito alto! Ser arremessado como uma granada! Ir parar a... Ser levado até... Abstracto auge no fim de mim e de tudo!
Clímax a ferro e motores!
Escadaria pela velocidade acima, sem degraus!
Bomba hidráulica desancorando-me as entranhas sentidas! Ponham-me grilhetas só para eu as partir!
(Álvaro de Campos, “Saudação a Walt Whitman”, v. 30-37)
Noutros poemas, também notamos esta necessidade extrema de sentir tudo exageradamente e, assim, alcançar uma comunhão com o universo, textos claramente sensacionistas, portanto:
No poema Passagem das Horas:
Ser a mesma cousa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.
(Álvaro de Campos, “A Passagem das Horas b”, v. 3-5)
O Álvaro de Campos é o Pessoa que Pessoa gostaria de ter sido. Uma espécie de Alice do outro lado do espelho que ele inventou para reciclar tudo o que era mau, regurgitado como qualquer coisa de belo. aqui