quinta-feira, 12 de outubro de 2023

As luzes



Lá estavam elas na noite de breu. Vistas de longe e ao longe pareciam representar uma certa libertação. Para lá chegar teria de percorrer algumas milhas marítimas, talvez enfrentar um mar encapelado. Ou uma grande calmaria. O grande mar do canal. O ilhéu dos pássaros parecia o guardião dessa terra de promissão. Sabia que depois de passar a faixa à direita que parecia tão estreita da janela do meu quarto, a baía oferecer-se-ia pródiga quase que dando as boas-vindas ao visitante. No desembarque, a águia a guardar a entrada da cidade. Nunca me perguntei quem a teria esculpido. Mas sempre induziu em mim um certo fascínio. E ainda lá está. E o que queria eu desse montinho brilhante que me acenava? Sonhos, desejo de evasão, ou qualquer outra vontade ainda não expressa, apenas pressentida... 


Cesária Évora


Lua nha testemunha


Boa quinta-feira, amigos.

Abraços

Olinda


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Imagem: pixabay

18 comentários:

  1. Um bonito texto, nostálgico, terno na descrição do lugar maravilhoso.
    Cesaria Évora, sou um apreciador.
    Um abraço.

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    1. A nostalgia a requerer o seu lugar.
      Cesária Évora uma voz inesquecível.
      Um abraço
      Olinda

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  2. Um texto interessante que nos envolve pelo teor de nostalgia
    Que restante da semana seja plenamente abençoado querida Olinda
    Beijinhos

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    1. Olá, Gracita.
      Momentos que a memória recorda com carinho.
      Dias felizes, minha amiga.
      Beijinhos
      Olinda

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  3. Boa noite de paz, querida amiga Olinda!
    A imagem é muito sugestiva no coração porto solidão.
    O amor espera que aporte o bem-querer.
    Uma luzinha ao longe já é esperança de felicidade no coração que saltita feliz antecipadamente.
    Uma música bem ao seu estilo e gosto que muito me agradou.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos com carinho fraternal

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    1. Querida Rosélia
      A solidão por vezes traz-nos algum encantamento.
      Dá espaço para olharmos ao redor, dentro de nós e mais além.
      Dias abençoados, minha amiga.
      Beijinhos
      Olinda

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  4. A distância feita em ausência é o quadro
    mais que perfeito aos contemplativos que tem
    na lua a testemhunhas muda .
    Deixam um ar melancólico no ar.
    Um abraço,Olinda e bons dias .

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    1. Olá, Lis
      São quadros que se pintam com as cores dos nossos sonhos e desejos.
      A lua traz o resto.
      Beijinhos
      Olinda

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  5. Profundo texto. Te mando un beso.

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    1. Olá, J. P. Alexander
      Muito obrigada pela leitura.
      Também daqui te envio um beijo.
      Olinda

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  6. Nemésio não teria dito melhor, esse sentimento profundo que se encontra no horizonte da insularidade.

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    1. Olá, Bartolomeu
      Transmissão de pensamento.
      Sabes que vou falar de Nemésio daqui a dois ou três dias?
      Gostei de te ver por aqui.
      Abraço
      Olinda

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  7. Um belo texto que nos mostra a paisagem como se fosse uma pintura falada.
    Sou fã da Cesária Évora!

    Abraço

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    1. Muito obrigada pela generosidade da sua leitura.
      Também gosto muito de Cesária Évora.
      Abraço
      Olinda

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  8. Cabo Verde e, consequentemente, o seu Povo têm a nostalgia dos lugares e do tempo em comum e a verdade é que também os visitantes são contagiados como se fossem parte do Sítio e da Terra.
    Cesária Évora é (foi) a voz que perdura dentro das Almas Cabo-verdianas.
    Parabéns pelo Texto, Olinda.


    Beijo
    SOL da Esteva

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    1. Muito obrigada, Sol da Esteva, pelas suas belas palavras,
      apreciando o modo de ser desse povo caloroso e pela Terra
      que tem passado por tantas agruras.
      Vi, não há muito tempo, a história de vida da grande Cesária
      Évora. Cantou toda a vida mas foi "descoberta" num tempo
      que não lhe deu muito tempo para desfrutar da sua fama.
      Abraço amigo.
      Olinda

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  9. O texto em consonância com a melodia da voz de Cesária Évora. E de tudo isto estamos precisados . A verdade é que a nostalgia habita-nos e Cesária transmite-a com uma leveza notável.
    Grata, querida amiga Olinda. Excelente publicação!

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    1. Muito obrigada, querida Teresa.
      Cesária sabia como ninguém transmitir-nos essa nostalgia.
      Beijinhos
      Olinda

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