Augusto César Ferreira Gil será sempre lembrado, especialmente pelos versos que ele produziu tendo em conta o sofrimento das Crianças. Seres inocentes e sem defesa.
O dia da Criança difere em vários lugares deste nosso mundo. Por cá, comemora-se a 1 de Junho. No Brasil, comemorou-se no passado dia 12 de Outubro. Mas, por mais que se fale e se foque na Declaração dos Direitos da Criança falha-se sempre.
Tenho em preparação uma pequena publicação lembrando os fundamentos do Conflito Israelo-Palestiniano, mas talvez fique para outra data. Neste momento o que me preocupa acima de tudo é o ultimatum dado por Israel para o abandono da Faixa de Gaza.
Com todas as contingências, com todo o problema da movimentação de tanta gente, com crianças, idosos, haveres, numa área tão pequena, com acessos cortados, o que fazer?
Façamos um esforço e adaptemos a tragédia de hoje. Em vez de neve, vejamos ferro e fogo:
Balada de Neve
Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
- Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
- e cai no meu coração.
Meus senhores:
Usemos e abusemos das boas palavras. Dialoguemos. Conversemos.
Para que possamos chegar a acordo em assuntos tão candentes como é a Paz.
É urgente que o façamos. Chega de tanta guerra. E em tantos sítios ao mesmo tempo. Até parece que queremos acabar de vez com o planeta.
Infelizmente a guerra não escolhe quem morre, e os senhores da guerra continuam vivos para negociarem armamento!
ResponderEliminarAbraço
Como escrevi na resposta ao teu comentário, no Começar de novo, não há palavras capazes de definir tamanha bestialidade, que nos leva a ter vergonha de pertencermos a esta raça dita humana Sempre conhecemos, pelos livros de história, esta irracionalidade, mas hoje, as guerras entram-nos pela casa dentro, com imagens que nos " tiram o sono " . Sim, Amiga " parece que queremos acabar de vez com o planeta " e, sinceramente, quando nem sequer se respeitam crianças e bebés, o que mais podemos esperar? De pouco valemos, pouca importância têm as nossas palavras, mas a angústia que sentimos ao ver semelhante brutalidade é tanta que o desabafo tem de sair. Falemos...falemos....falemos " até que a voz nos doa " e paremos de reclamar, pois somos uns abençoados pela vida. Amiga, tem um fim de semana bom, com a serenidade possivel. Obrigada pelo belo post onde as crianças são aqui tão louvadas, seres inocentes e lindos que deveriam ser poupados de qualquer tipo de sofrimento. Beijinhos
ResponderEliminarEmilia
"Mas as crianças, Senhor,
ResponderEliminarporque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!..."
Bom sábado de paz, querida amiga Olinda!
É muito sofrimento ver o que fazem com as criancinhas.
Perdemos até o elã de viver.
Chega sim de tantas guerras ao nosso. Redor. São inúmeras e de muitas vertentes distintas.
Deus tenha piedade dos corações insensíveis que nos rondam a todo vapor nas maldades.
Um grito muito pertinente nos oferta hoje para reflexão, Amiga.
Tenha um final de semana abençoado à medida do possível.
Beijinhos com carinho fraterno
🕊️🙏😘
Boa tarde Olinda,
ResponderEliminarUm belo artigo sobre mais esta guerra que parece não ter fim! Tantas guerras, tantos conflitos. Para quê e porquê? Só vejo destruição e vidas que precocemente são abatidas.
E as crianças, Senhor? E os idosos e todo o povo?
Lembrou bem este magnífico poema de Augusto Gil, que me marcou quando o li em criança. Tanto sofrimento invade estes pobres indefesos e todos os outros.
Que haja uma luz que ilumine as mentes de quem comete tantas atrocidades.
Um beijinho e bom fim de semana.
Ailime
Todos estamos em choque com a violência de que os homens são capazes.
ResponderEliminarUm abraço
Lindo e triste poema, mas a alma escurece diante do sofrimento, principalmente de seres tão indefesos e que deveriam ter alegrias em sua vidas.
ResponderEliminarClamemos pela PAZ e absurdo que continuemos em meio a tantas mortes e desgraças por guerras, no meu ver, insanas. Boa noite
Poema lindo e de verdade chega de tantas guerras e sofrimentos que envolvam as crianças inocentes no mundo inteiro!
ResponderEliminarÓtima semana e tudo de bom!
beijos praianos, chica
Que boa ideia trazer a BALADA DE NEVE em tempo de guerra!
ResponderEliminarQue boa temperança! Augusto Gil é sempre desejado.
Beijos, minha amiga Olinda,