Era a tarde
mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca tardando-lhe o beijo morria.
Quando à boca da noite surgiste na tarde qual rosa tardia
Quando nós nos olhámos, tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos, unidos, ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia.
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca tardando-lhe o beijo morria.
Quando à boca da noite surgiste na tarde qual rosa tardia
Quando nós nos olhámos, tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos, unidos, ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia.
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça
E o meu corpo te guarde.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria
Ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza!
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram.
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite se deram
E entre os braços da noite, de tanto se amarem, vivendo morreram.
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça
E o meu corpo te guarde.
(...)
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso se é pranto
É por ti que adormeço e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
José Carlos Pereira Ary dos Santos
(1937-1984)
Ary dos Santos e Carlos do Carmo. Perfeito! Um poema de amor intenso e interpretado também intensamente. E Fernando Tordo? A sua música acompanha as palavras de forma envolvente.
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Poema: do Citador
Imagem: Pixabey
Video: Youtube
Ary SEMPRE
ResponderEliminarTens razão, amiga, um poema de amor intenso interpretado por estes Senhores da nossa música. Adorei! Soubeste valorizar este dia dedicado ao amor de uma maneira fantástica e o amor é tudo isso, embora muitas vezes cause muito sofrimento. Não gosto de dizer isto que acabei de escrever, pois acho que o amor só traz alegria, cumplicidade, compreensão e respeito. Numa vida a dois onde reina esse sentimento maior, há fases de tudo durante a caminhada, tristezas, alegrias e dores, mas não é o amor que causa tudo isso, mas sim as pedras do caminho, os problemas que a vida nos traz; toda essa violência, essa falta de respeito, esse sofrimento que se vê num casal, não tem nada de amor. Portanto, retiro o que disse, o amor nunca causa sofrimento, mas sim a falta dele. E sendo hoje o dia escolhido para o celebrarmos, vivam-lo com alegria, em casa e fora dela.. muito obrigada, amiga pelo lindo post e que sempre sintas amor à tua volta. Um beijinho muito especial num dia que se quer especia, aliás...que todos os teus dias sejam especiais.
ResponderEliminarEmilia
É, sem dúvida, um dos poemas mais belos de amor,escritos
ResponderEliminarem Língua Portuguesa...
Pessoalmente, acho-o sublime.
Excelente e oportuna ideia para uma postagem dedicada ao amor.
~~~ Beijinhos, Olinda ~~~
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É puro encanto este poema e a interpretação irrepreensível.
ResponderEliminarNunca me canso de ouvir.
Muito eloquente a tua escolha para este dia.
Bjo, OLinda :)
Acompanha-me desde sempre. Obrigada por relembrar.
ResponderEliminarSim, eu sei.
ResponderEliminarÉ um legado riquíssimo que nos é dado desfrutar.
Muito obrigada.
Bj
Olinda