O quintal do vizinho é sempre melhor que o nosso ou então é a galinha da vizinha. O certo é que encontrei hoje a Dª Maria, senhora minha conhecida, e pareceu-me um tanto cabisbaixa. Contou-me que já mora no seu prédio vai para 20 anos e desfrutara durante este tempo todo da vista que as árvores do quintal do vizinho oferecia. E não é um quintal qualquer, das traseiras. Fica mesmo em frente, do outro lado do passeio. Sempre agradecera mentalmente e já o dissera várias vezes, em voz alta, para quem a quisesse ouvir, como se sentia abençoada por não ter à sua frente, sempre que assomava à janela do primeiro andar, olhos bisbilhoteiros a quererem devassar a sua privacidade. Mais ainda. Era indizível a felicidade que sentia ao olhar para a laranjeira, a nespereira, a palmeira e outras plantas que se entrelaçavam e que davam a impressão de um pequenino bosque. Era uma sensação já de pertença. Bom, no outro dia aconteceu-lhe o inesperado. Quando abriu a janela logo pela manhã deparou-se-lhe um espectáculo horrível: tinham cortado as árvores e o resto. Bem que ouviu uns ruídos esquisitos enquanto esteve a tratar da sua vida doméstica.Teve logo vontade de ir pedir satisfações ao vizinho, mas isso não era nada razoável. O quintal era seu, podia fazer dele o que quisesse. Mas pelo sim pelo não, ficou atenta com o receio de que começassem a construir algum mono mesmo à sua frente. Mas não, viu um homem a plantar couves, alfaces, e outras plantas que não conseguiu distinguir. Bem, do mal o menor... com a escassez que já se adivinha dá muito jeito umas couvinhas, umas verdurinhas mesmo ao pé da porta. Mesmo assim, ainda não está totalmente convencida de que a coisa ficará por aqui...
;))))
ResponderEliminarMuito engraçado o teu texto, Olinda.
De qualquer modo, o vizinho da D. Maria não precisava cortar a nespereira e a laranjeira, se queria plantar as couvinhas e... as alfacinhas. Talvez o senhor não tenha ainda ouvido falar em diversidade de espécies, ou em... coabitação.
;))))
Este último, é um termo que está cada vez mais em uso.
Quem sabe até se os vegetais se iríam sentir mais acompanhados e protegidos pelas árvores?!
;)))
Olá, Bartolomeu
ResponderEliminarEu também acho que a coabitação seria o ideal e parece que a Dª Maria pensa o mesmo...por isso é que anda tão desconfiada de que anda 'marosca' no ar.Por exemplo, a construção do tal mono que tanto teme e adeus horinhas à janela .:)
Abraço.
Olinda
Querida Olinda:
ResponderEliminarComo sempre, deixei resposta ao seu comentário no meu blog.
Que pena terem deitado as árvores abaixo! Fazem tanta falta à natureza, ao ambiente, para além de se tornar tão agradável um lugar com árvores!
Um abraço.
Foi bom ver-te neste dia tão especial .
ResponderEliminarDia de Saudade à Mãe que partiu mas que continua no nosso coração
Gostei do teu texto...
beijos
Olá, querida Isabel
ResponderEliminarÉ como diz, as árvores são absolutamente imprescindíveis à nossa existência.Irei ler a sua resposta.Obrigada.
Abraço
Olinda
Olá, Lili
ResponderEliminarPrestigiar as nossas mães é sempre algo que nos aquece o coração.
Obrigada.
Beijo
Olinda
Fiquei com pena da senhora!!! É tão bom termos o verde à nossa porta! Talvez ela tenha razão em andar desconfiada, mas pode ser que seja mesmo só para plantar a horta; agora com a crise as pessoas vão voltar ao antigo hábito de ter uma horta em vez de jardins. Gostei do texto e da forma como escreves. Um beijinho e um bom dia.
ResponderEliminarEmília
Confesso que quando comecei a ler, esperava que infelizmente as árvores tivessem sido cortadas para a contrução de mais um prédio ou outro qualquer edifício ... Felizmente, e do mal o menos, foi para proveito do vizinho, e como diz e bem, "com a escassez que se adivinha" há quem tenha mesmo de começar a pensar noutros modos de vida...
ResponderEliminarEsperemos que seja uma troca de árvores por uma bela horta e que fique mesmo por aí...
Beijinho!
Oi Olinda!
ResponderEliminarPara belo prazer da vizinha, era bom realmente aquelas arvores ,olhá.las deveria dar-lhe até um certo conforto, concerteza que as viu crescer, mas para o seu visinho trará um certo proveito ter uma hortinha ,com produtos fresquinhos, mesmo ao sair da porta, umas couvinhas, uma saladinha, uns tomatinhos, um feijão verde, ora diga lá é bom ou não para ele?
Tempo de crise ,tempo de mudança!
vai ver que vai gostar de ver todos aqueles rebentinhos a crescer! E quem sabe se ainda não vei provar!
Até breve
Herminia
Olinda, isto é o reflexo do que vem ocorrendo mundo afora.
ResponderEliminarDesculpe-me se cito o (mal) exemplo do Brasil...
Aqui próximo de casa, temos a serra da Cantareira. Muito bem. Essa serra vem sendo ocupada irregularmente, debaixo dos narizes das autoridades do município de São Paulo, não sei se com conivência do IBAMA. Sei que tal cena, lembra muito os morros cariocas! HORRÍVEL, APOCALÍPTICO, FEIO, DEGRADANTE, IMORAL, POLUÍDOR E ABSURDO! SER HUMANO PREDADOR, INSANO, DESTRUÍDOR, ANIQUILADOR, e governo brasileiro, incompetente!!!!!
Desculpe o desabafo Olinda, mas tais atitudes dão-me raiva! É como na Amazônia, que na desculpa de se promover o plantio da cana para etanol, a soja para exportação, e a criação do rebanho bovino para consumo nas churrascarias, estão devastando o último santuário ecológico do planeta.
Eis o APOCALÍPSE.
Um abraço, beijos.
Olá, Vozes...
ResponderEliminarÉ nisto que reside o interesse de nós andarmos aqui:aproveitar um mote,transportá-lo e interpretá-lo à luz das nossas vivências e experiências e, ao mesmo tempo, transmitir essa informação.Saímos assim do nosso quintal e viajamos pelo mundo, adquirimos novos conhecimentos, ficando a saber do que se passa noutros quadrantes. Por isso mesmo considero o seu comentário tão importante,não só pelo que se passa no seu espaço circundante como em relação à Amazônia, Patrimómio da Humanidade. São os tais interesses imediatos que só têm em vista o lucro fácil não se cuidando do futuro do nosso Planeta.
Muito obrigada.
Abraço
Olinda
Olá, Hermínia
ResponderEliminarÉ verdade, tempo de crise, tempo de mudança.Conseguiu fazer-me visualizar uma boa saladinha com todos os ingredientes...Que bom!
Beijos
Olinda
Olá, JB
ResponderEliminarSim, uma bela horta não será mau de todo.É bom começarmos a pensar em alternativas...
Abraço
Olinda
Querida Emília
ResponderEliminarEm relação a jardins, há quem ache que mais vale plantar coisas comestíveis do que flores...O meu pai era assim...As 'teimas' que tivemos sobre a necessidade de também haver flores para nos alegrar a vista e o coração... :) Quanto a hortas, a tv deu em tempos uma notícia sobre pessoas que na zona periférica de Lisboa aproveitavam o terreno baldio (ou não) para plantar couves, alfaces e outras para o seu consumo e também para complementar o seu salário mensal. Pois foram obrigadas, pela edilidade ou instituição afim, a desistir daquilo. Foi de partir o coração.Enfim, noblesse oblige...
Beijo
Olinda
O quintal da D. Maria dava de certeza...
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