muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo sobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto:
que não se muda já como soía...
Camões exprime neste soneto de modo inexcedível a
amargura do homem que se sente envelhecer e
sente a transformação da sua própria personalidade,
em face das coisas que mudam sem cessar.
In Líricas, Selecção, prefácio e notas de Rodrigues Lapa.
Pg. 49
José Mário Branco
Mudam-se os tempos...
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Canção: versão do poema, de José Mário branco.
Comemoração, neste ano, dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões.
Camões, talvez o mais popular dos nossos poetas, 500 anos de fama não é para mais nenhum.
ResponderEliminarUm abraço.
Bom dia de Paz, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarPode até mudar tudo... e até deve mudar para melhor, entretanto:"muda-se a confiança", é terrível, quando acontece.
Quando se perde a mesma, nada mais importa nem mesmo mudanças.
Que haja modificação para o bem-estar de todos!
Tenha dias abençoados!
Beijinhos
Boa noite, amiga Olinda
ResponderEliminaro soneto de Camões que mais se encaixa na atualidade, em todos os contextos. De facto, mudam-se os tempos e mudam-se as vontades. Nas mais variadas vertentes da vida, em todos os contextos.
Excelente vídeo de José Mário Branco. Que não foi por mero acaso que musicou este belo poema. Precisamente para dizer que era preciso mudar o regime, que então existia do Estado Novo.
"Mudam-se os tempos mudam-se as vontades,
todo o mundo é composto de mudança".
Excelente partilha, estimada amiga!
Deixo os meus votos de feliz semana, e boas férias.
Beijinhos!
Mário Margaride
Profundo poema. Me gusto mucho. Te mando un beso.
ResponderEliminarAmiga Olinda,
ResponderEliminarQuando “Luís de Camões” esteve vivo, sentia a amargura de um homem idoso, se estivesse vivo (por mais impossível que seja), o que pensaria ao completar 500 anos? - "Eu sou um velho moço!" ou “Um homem velho, cansado, não tem força nem vigor, para em si sentir amor!”
Um abraço e boa semana!!!
Mudam-se os tempos e tantas coisas mudam com ele. Lindo poema de Camões! beijos, tudo de bom,chica
ResponderEliminarA mudança é uma constante da vida!
ResponderEliminarAbraço
Boa tarde Olinda,
ResponderEliminarAdoro este poema de Camões, que acho tão atual!
Os sentimentos mantêm-se ontem como hoje.
Um beijinho
Emília
Boa tarde Olinda,
ResponderEliminarAdoro este poema de Camões, que acho tão atual!
Os sentimentos mantêm-se ontem como hoje.
Um beijinho
Emília