quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Dois irmãos

 


   Germano Almeida tem um romance intitulado, "Os dois irmãos", mas confesso que não pretendo roubar-lhe o título. Isto é tão-só duas palavritas sobre um caso do quotidiano, mais ou menos verídico, que chamou a minha atenção.

   Realmente são dois irmãos, de oito, que ainda restam. É um caso que me perturba um pouco porque moram ao pé um do outro e, contudo, não procuram saber como estão, e quando se encontram é para se lembrarem de coisas desagradáveis, que nunca esquecem.

   Ainda há dias um deles disse: Vou ligar à minha irmã. Achei muito bem, dei o número do telemóvel e tudo, achando uma atitude muito bonita. Se ainda por cima só restam os dois por que não falarem da vida da juventude, lembrarem os outros irmãos, das suas brincadeiras, dos passeios, do sítio onde nasceram, cresceram e viveram. E mais: falarem dos pais, das suas recordações.

   E sei que haveria muito para recordar. Não é em vão que se passa pela vida, há momentos bons e os menos bons, todos deixam marcas. Mas sobretudo cultivar a alegria e o riso, quando não há motivos para chorar. As lamentações e as lutas deixemo-las de lado, porque elas encontram-nos quer queiramos quer não.

Mas qual quê! 
Olá, mana - disse o irmão - como estás?
Começou muito bem, para a seguir a coisa se transformar numa discussão sem sentido. Se queremos a paz, se falamos tanto nela, seria bom que a cultivássemos em primeiro lugar dentro de nós.


***



Já se sente o cheirinho a Outono.
E não tarda nada.
Adiantei-me e trouxe estes tons, nas
duas imagens.

Continuação de boa semana, meus amigos.

Abraços
Olinda


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Imagens: pixabay

30 comentários:

  1. Lindo poema me gusto la imagen. Te mando un beso.

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  2. Tão boas as conversas com os irmãos. É sempre uma alegria! Pena quem usa o tempo juntos para coisas incomodativas... A paz deve estar mesmo DENTRO de cada um! Feliz OUTONO que quase chega, mas se mostra! beijos praianos, chica

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    1. E sabe tão bem vivermos em paz, não é verdade?
      Beijinhos
      Olinda

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  3. Bom dia de paz, querida amiga Olinda!
    "Seria bom que a cultivássemos em primeiro lugar dentro de nós."
    Um post muito interessante porque discursos de paz são fáceis de serem feitos...
    Ter paz em meio às guerras no mundo e ao entorno de nós é um grande dom e é possível.
    Há a grande Paz, que só Deus pode nos dar.
    Quanta desavença à toa por pessoas bélicas na essência!
    Que seu outono seja lindo e aconchegante!
    A nova Estação ai e aqui tem tudo para ser de paz... são temperadas.
    Beijinhos


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    1. Diz bem, amiga Rosélia.
      É muito fácil falar de paz, mas pô-la em prática é outra
      demanda.
      Tenha uma bela Primavera que já está à porta.
      Beijinhos
      Olinda

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  4. Há gente assim, sempre resmungona!
    Alegremo-nos com a chegada do doce outono.

    Abraço

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    1. Dá a ideia que é uma forma de estar.
      O Outono, estação do ano de que gosto muito.
      Abraço
      Olinda

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  5. É verdade, querida Olinda, como podemos querer a paz no mundo se a não conseguimos dentro de casa? Há muitos casos assim, infelizmente e fez-me lembrar o meu pai que há muitos muitos anos resolveu fazer as partilhas e disse": " sois só dois e a única coisa que tenho é a casa onde vivi até ir para o o Brasil, mas, como já conheci irmãos a zangarem-se por tão pouco, quero ver como vocês se comportam" # assim foi, lá resolvemos as coisas a contento e até hoje somos dois irmãos que se dão bem. É uma pena que haja " tanta guerra " no seio familiar, mas os casos são muitos. Amiga, estou à espera da sapequinha, pois hoje a mãe só sai à uma hora Já está melhor, felizmente. Espero que aí em casa estejam todos bem.
    Beijinhos
    Emília

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    1. Olá, querida Emília
      Sim, há pais que resolvem fazer partilhas em vida prevendo que
      os filhos possam entrar em rixa. Penso que é uma boa solução.
      Espero que a sapequinha não te dê muito trabalho :)) quase
      impossível, não é?
      Beijinhos
      Olinda

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  6. O afecto, a delicadeza, a contenção nos comentários são condições necessárias para a paz entre duas pessoas qualquer que seja o tipo de relação. Infelizmente o caso que relata é muito comum.

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    1. Estou de acordo. E não será muito difícil, bastará que as pessoas
      se amem e se respeitem.
      Um abraço
      Olinda

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  7. Infelizmente, assim acontece... lembramos mais o que nos magoou do que os momentos de alegria, de cumplicidade, de solidariedade ...
    Texto interessante, para reflectir.
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. E deveria ser o contrário. Momentos bons são mais fáceis
      de recordar.
      Obrigada, Marta.
      Beijos
      Olinda

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  8. Ah, como gostava de conversar com as irmãs.!
    E, as conversas sempre regadas a muito riso,muita alegria.
    É triste quando a família se dispersa como o caso dos dois irmãos.
    Gostei das cores alaranjadas da foto_ que venha seu outono. Olinda,
    aqui a primavera a nos presentear com dias luminosos e jardins floridos.
    Um beijo

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    1. Muito riso, muita alegria. É o que acontece quando falo com
      as minhas irmãs, assim como com os irmãos. Há sempre uma piada,
      uma anedota, algo que nos fez rir no passado e que recordamos
      com prazer.
      Boa Primavera, Lis.
      Beijinhos
      Olinda

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  9. O que conta acontece com frequência: os laços de sangue não são garantia de sã convivência e cordialidade, o que é lamentável.
    Abraço de amizade, Olinda.
    Juvenal Nunes

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    1. Infelizmente é o que acontece, com frequência.
      Abraço amigo, caro Juvenal.
      Olinda

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  10. As pessoas em geral e com certeza entre irmão e familiares, nem sempre estão de acordo e desentendem-se, mas a amizade ou o amor que sentimos por alguém devia ser o suficiente para concluírem que é possível concordar em não se estar de acordo. Aí vai sobrar o bem estar e abertura para se falar do tanto em que se pode estar de acordo, nas boas memórias, recordações que vindo ao de cima, nos dão alento.
    Um kandando com o desejo de um excelente fim de semana.

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    1. É isso, Guma. Não há nada que uma boa conversa não resolva.
      O importante é haver vontade, e o resto virá por acréscimo.
      Um abraço.
      Olinda

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  11. Éramos cinco hoje somos três em cidades e estados diferentes Olinda e o tele móvel nos coloca em contato todos os fins de semana. A vida fica mais leve na travessia tendo os irmãos em bela sintonia. Uma beleza de partilha esta.
    Abraços e feliz fim de semana.

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    1. Olá, Toninho
      Descreve praticamente o que acontece comigo e com os meus irmãos. Éramos 10, ficámos 6, e a sintonia entre nós é constante. Não há distância que nos distraia do que é importante: o afecto e belos momentos de partilha.
      Um abraço
      Olinda

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  12. Olá, amiga Olinda,
    gostei muito desta sua postagem intitulada "Dois irmãos".
    Também gostei muito das suas observações a respeito desses
    dois irmãos, os últimos de oito irmãos, no qual você diz que eles
    poderiam falar das coisas boas da vida, recordando acontecimentos da família.
    Votos de um ótimo final de semana, saúde e paz.
    Grande abraço, amiga.

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    1. Muito obrigada, caro Pedro.
      Realmente, há coisas boas que poderemos recordar
      sem estarmos a procurar forma de ferir o outro.
      Será uma opção de vida, creio eu, sermos agradáveis
      ou não.
      Bom fim de semana, meu amigo.
      Abraço
      Olinda

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  13. Dois irmãos (dos muitos que nos rodeiam) deviam e podiam ser provas de Amor e fraternidade. Infelizmente egoísmos e o querer ser "maior", tornam os caminhos espinhosos e difíceis.
    Belo trabalho para ser Meditado, Olinda

    Beijo
    SOL da Esteva

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    1. Olá, Sol da Esteva
      Caminhos espinhosos evitáveis, se não há outros problemas
      a juntar ao passar dos dias.
      Muito obrigada, amigo.
      Abraço
      Olinda

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  14. Beijinho, Olinda. Feliz outono.
    Que a paz esteja ao nosso alcance!
    Um beijo de saudade.

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    1. Querida Teresa
      Seja bem-vinda ao "Xaile de Seda".
      Também com muitas saudades suas e dos seus poemas.
      Que a paz faça a sua morada entre nós.
      Beijinhos
      Olinda

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  15. :-)) Tais irmãos, fizeram-me lembrar a família do meu pai... as reuniões familiares começavam bem... mas... rapidamente, promoviam desatinos memoráveis...
    Mas eu creio que haverá pessoas que não consigam viver senão em conflito... porque ou se alimentam dele... ou a vida sem eles, lhes pareceria entediante...
    O ser humano... e a sua palete de emoções... continua a um fascinante caso de estudo... :-))
    Feliz Outono, Olinda! Por enquanto em modo tropical... neste tempo cronicamente disléxico já... um pouco por todo o lado!
    Beijinhos!
    Ana

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    1. Tem razão. Há pessoas que só conseguem viver no meio de
      conflitos. Provocando-os ou tomando parte, apenas. A mim
      causam-me cansaço essas discussões, essa forma de estar
      sem fim à vista.
      Parece que o tempo vai acompanhando o descontrolo do ser
      humano. Há chuvadas com cheias em todo o lado, terramotos,
      incêndios...
      Dias de Gomorra e Sodoma, quase. Salvo seja! :)
      Beijinhos
      Olinda

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