Senti o sabor da solidão que florescia na sombra
corri os montes das flores que me falavam do vale
no bulir das marés.
Acariciei as flores plantadas na água que regava a marcela
e afaguei os meus pés.
Corri com saltões
saboreei o trigal
deitei-me na erva
pousei o meu corpo no chão húmido da esperança
senti o arrepio das cigarras
a fome das alturas
e a sede de ser de novo criança!
Os olhos...
ah! os olhos eram a água atrevida
inundando a consciência com fome de vida.
Eram as flores teimosas
escorrendo amarelas
na face das mimosas
invasão no sorriso ardente
no espelho líquido da nascente
cansaço mole na mistura tão difusa do poente.
Quero perder o tempo que se infiltra na terra
e me prende às cheias de fogo que morrem nas minhas cinzas;
fugir na cantilena da água que se perde nos outeiros
tremendo veloz pelas fragas em repuxos aéreos de ventos.
Quero regar de alma as raízes das fontes e dos fetos
que semeiam a frescura dos montes
sentar-me na sombra dos lírios, namorando as violetas
que ardem na chama roxa dos aromas, nos círios dos poetas.
Manuela Barroso
“Laços-Dueto”-
Editora Versbrava
Perdi-me de mim e dormi.
Senti o sabor da solidão que florescia na sombra
corri os montes das flores que me falavam do vale
no bulir das marés.
Perdemo-nos e encontramo-nos na bela escrita de Manuela Barroso,
feita de emoções.
Saboreia a vida e o que de belo ela contém.
Leia aqui, em Divulga Escritor, entrevista...
Jon Batiste, num tema mais ritmado e que lembra tempos idos.
Bom domingo, meus amigos
Abraços.
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Poema - daqui
Adorei o poema repleto de amor pela natureza
ResponderEliminaraté estou a pensar colocá-lo no meu bloguinho de poemas :)
https://poesiesenportugais.blogspot.com/
abraço e bom domingo!
Senti o sabor da solidão que florescia na sombra
ResponderEliminarcorri os montes das flores que me falavam do vale
no bulir das marés.
Acariciei as flores plantadas na água que regava a marcela
e afaguei os meus pés.
Querida amiga Olinda, bom domingo!
A amiga Manuela escreve com uma beleza rara, de poeta de alma.
Fiquei encantada com sua escolha.
Somos flores teimosas em florescermos, amiga.
"Sentar-me na sombra dos lírios, namorando as violetas
que ardem na chama roxa dos aromas, nos círios dos poetas."
Ah! Que bom começar o domingo lendo algo tão belo!
Tenha uma nova semana abençoada, amiga!
Beijinhos carinhosos e fraternos
Maravilhoso de ler. Puro extasio poético. Deixando a minha admiração
ResponderEliminar.
Domingo feliz. Cumprimentos.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Sempre me fascina a exuberante poética da comadre Manuela
ResponderEliminarPara ela o meu apreço e os meus aplausos
Um ótimo domingo amiga Olinda
Beijinhos
As poesias da nossa querida Manuela sempre encantam. Adorei vê-la aqui! beijos às duas! chica
ResponderEliminarQuerida Olinda, à medida que ia lendo este belo poema, tinha a sensação de que já o conhecia e, de facto, tinha razão. Há anos que sigo a nossa Amiga Manuela, lá no seu Anjo Azul, onde me delicio com bela poesia. Fiz o que tu indicaste e fui conhecer melhor esta nossa Amiga, na bela entrevista que deu. Querida Olinda, espero que estejam todos bem de saúde e parabéns pela idéia que tiveste, de homenagear esta nossa Amiga. Beijinhos e uma boa semana
ResponderEliminarEmilia
A Manuela Barroso é uma Poeta maravilhosa. Conhecia este poema pois até tenho o livro. Acho-o muito belo e encantatório. Foi bom lê-lo aqui.
ResponderEliminarCuide-se bem, minha querida Amiga Olinda.
Uma boa semana.
Um beijo.
Saudade e solidão num poema magistral da Manuela Barroso, uma grande poetisa que muito aprecio.
ResponderEliminarBoa semana
Beijinhos
Um belíssimo poema de uma poeta de que gosto muito.
ResponderEliminarAbraço, saúde e boa semana
a Poesia de Manuela Barroso tem um fascínio próprio
ResponderEliminare uma "personalidade" que apenas os maiores poetas alcançam
felicito-te, por isso, Olinda, pela feliz escolha.
abraços, para as duas.
Mãe Imaculada, mãe amável , mae do bom conselho, mãe admirável , mãe do salvador , mãe da graça , Nossa Senhora de Lourdes rogai a Deus por todos nós ❤️🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹
ResponderEliminarNa abstração que a autora faz de si, verifica-se uma identificação com a mãe natureza, com a qual se confunde, interagindo de uma forma visceralmente telúrica.
ResponderEliminarO vídeo, sobre ser bem ritmado, é bastante criativo.
Excelente a partilha que faz, que nos leva ao conhecimento do Divulgar Escritor.
Saudações poéticas.
Juvenal Nunes
Que maravilhoso poema de Manuela Barroso, querida Olinda!
ResponderEliminarUma pérola! Quando vejo algum poema com o título de 'Solidão', não perco jamais, tenho a convicção de que deve ser lindo, pois esse é um sentimento que nasce lá do fundinho da alma, sofrido, verdadeiro, e emerge belo, quase sempre!
Deixo um feliz fim de semana e um beijo para as duas.
"Os olhos...
ah! os olhos eram a água atrevida
inundando a consciência com fome de vida."
Que delícia esta "SOLIDÃO" da Manuela Barroso! Não deixa espaço a que nos sintamos sós.
ResponderEliminarPoema de rara beleza.
"[...] Os olhos...
ah! os olhos eram a água atrevida
inundando a consciência com fome de vida. [...]"
Grato.
Beijo
SOL da Esteva
Boa tarde Olinda,
ResponderEliminarUm belíssima homenagem a Manuela Barroso partilhando um dos seus maravilhosos poema.
É uma Poeta que muito admiro pela forma brilhante como se refere à natureza, à terra, onde decerto nasceu e cresceu.
Beijinhos para ambas.
Bom domingo e saúde.
Ailime
Eu tenho a amizade, o livro e o fascínio pela poética de Manuela Barroso.
ResponderEliminarExcelente escolha, querida Olinda.
O Vídeo agradou-me imenso.
I NEED YOU, querida Manuela Barroso.
Abraço as duas amigas.