Quando eu não te tinha
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo...
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima…
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor—
Tu não me tiraste a Natureza...
Tu mudaste a Natureza...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as coisas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo...
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima…
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor—
Tu não me tiraste a Natureza...
Tu mudaste a Natureza...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as coisas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
Alberto Caeiro da Silva foi um heterónimo criado por Fernando Pessoa, sendo considerado o Mestre Ingénuo dos heterónimos Álvaro de Campos e Ricardo Reis e também de seu próprio autor, Fernando Pessoa, apesar de apenas ter feito apenas a instrução primária....
É um poeta de completa simplicidade, e considera que a sensação é a única realidade. Suas principais obras são O Guardador de Rebanhos, O Pastor Amoroso e Poemas Inconjuntos.
Desconhecia a música, mas gostei muito de ouvi-la.
ResponderEliminarO que dizer sobre um poema, quando o autor mora, há muito, em nossos corações? A naturalidade com que ele sempre escreveu, tudo claro e lindo, só merece meus aplausos. Neste, evidenciou as mudanças que o amor provoca em nosso olhar sobre tudo o mais. Lindo!!! Bjs.
Poema lindo ,cheio de amor! Adorei a imagem com a joaninha! beijos, chica
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ResponderEliminar"" Amar a natureza é amar-se a si próprio/a""
Imagem e poema lindíssimos. A conjugação poética perfeita.
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Feliz fim-de-semana. Cumprimentos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Musica tão velhinha. Sempre atual Amei a publicação bem como, do texto!
ResponderEliminar-
Envolvo-me no silencio das flores
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Beijos e um excelente fim de semana! :)
Um belo poema e um não menos belo tema musical. Adorei
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom domingo
"Tu mudaste a Natureza..." ´
ResponderEliminarO poema é extraordinário na sua simplicidade. O mesmo digo da imagem.
E a flor sem tempo é o sol na alma.
Excelente publicação, minha amiga!
Beijo.