...e não só. Do roupão, do robe, das pantufas com peúgas a meio das canelas e duma batinha de trazer por casa por cima do pijama, no nosso caso, mulheres... É o que mais apetece nestes dias caseiros, forçados. Que coisa mais apetecível do que acordar de manhã e, com os pés um pouco a arrastar, caminhar para a casa de banho, depois agarrar numa caneca de café e bocejando sentarmo-nos no sofá? E assim por diante pelo dia fora, pois que não há nada para fazer, a rotina foi subvertida, fazer o quê?
Seres gregários, sentimo-nos algo perdidos. Mas também temos aquela capacidade imensa de adaptação, para o bem e para o mal, diga-se. E como temos um cérebro que também se adapta na mesma medida, vamos fazê-lo funcionar para o nosso bem e o daqueles que nos rodeiam.
De repente demos conta de que o âmago da sociedade transferiu-se para a nossa casa. Já existia, mas dividia-se entre o nosso espaço familiar e outro mais alargado, lá fora. Agora, temos de gerir uma micro-estrutura, assoberbante devido às suas características e circunstâncias. E para que não vá tudo por água abaixo há que tomar medidas, definir algumas regras.
De repente demos conta de que o âmago da sociedade transferiu-se para a nossa casa. Já existia, mas dividia-se entre o nosso espaço familiar e outro mais alargado, lá fora. Agora, temos de gerir uma micro-estrutura, assoberbante devido às suas características e circunstâncias. E para que não vá tudo por água abaixo há que tomar medidas, definir algumas regras.
Assim, teremos de fazer valer a vida do dia-a-dia como um tempo de amor e partilhas. Há sempre muitas tarefas a realizar. Tomemo-las em nossas mãos e façamo-las parecer leves com a participação de todos. Desde as lides domésticas às refeições à mesa, às lições aos mais pequenos, e entretê-los, ao tempo de lazer, leitura, jogos, tudo tem de ser levado em consideração, com o objectivo comum de que é para o bem todos.
A ideia é todos cuidarmos uns dos outros sem gritos ou imposições. E mais, estejamos apresentáveis, sempre, embora com roupas confortáveis.
A ideia é todos cuidarmos uns dos outros sem gritos ou imposições. E mais, estejamos apresentáveis, sempre, embora com roupas confortáveis.
Só assim a nossa cabeça continuará a responder às exigências que se nos colocam e às quais teremos de responder responsavelmente. Porque poderemos ter de enfrentar mais dificuldades. E, quando isto terminar, a nossa sanidade mental é que nos salvará. E o nosso estado físico que também deve ser exercitado.
Sei, são coisas simples que todos já estarão a fazer. Contudo, esta é uma das formas de, também eu, continuar activa. Entre outras coisas, botando palavras aqui no computador e, consequentemente, no Xaile de Seda.
Il faut cultiver notre jardin.
Aproveito para inserir, abaixo, um pequeno texto sobre a importância de bem dormir, condição essencial para ter pensamentos claros, firmes e luminosos:
O sono como condição de saúde
Eu presto homenagem à saúde como a primeira musa, e ao sono como condição de saúde. O sono beneficia-nos principalmente pela saúde que propicia; e também ocasionalmente pelos sonhos, em cuja confusa trama uma lição divina por vezes se infiltra. A vida dá-se em breves ciclos ou períodos; depressa nos cansamos, mas rapidamente nos relançamos. Um homem encontra-se exaurido pelo trabalho, faminto, prostrado; ele mal é capaz de erguer a mão para salvar a sua vida; já nem pensa. Ele afunda-se no sono profundo e desperta com renovada juventude, cheio de esperança, coragem, pródigo em recursos e pronto para ousadas aventuras. «O sono é como a morte, e depois dele o mundo parece começar de novo. Pensamentos claros surgem firmes e luminosos, como estátuas sob o sol. Refrescada por fontes supra-sensíveis, a alma escala a mais clara visão» [William Allingham].
O sono como condição de saúde
Eu presto homenagem à saúde como a primeira musa, e ao sono como condição de saúde. O sono beneficia-nos principalmente pela saúde que propicia; e também ocasionalmente pelos sonhos, em cuja confusa trama uma lição divina por vezes se infiltra. A vida dá-se em breves ciclos ou períodos; depressa nos cansamos, mas rapidamente nos relançamos. Um homem encontra-se exaurido pelo trabalho, faminto, prostrado; ele mal é capaz de erguer a mão para salvar a sua vida; já nem pensa. Ele afunda-se no sono profundo e desperta com renovada juventude, cheio de esperança, coragem, pródigo em recursos e pronto para ousadas aventuras. «O sono é como a morte, e depois dele o mundo parece começar de novo. Pensamentos claros surgem firmes e luminosos, como estátuas sob o sol. Refrescada por fontes supra-sensíveis, a alma escala a mais clara visão» [William Allingham].
Ralph Waldo Emerson, in "Inspiration"
E Pedro Barroso, aqui, num Medley
Canções eternas de autores inesquecíveis.
Oiçam-nas e digam-me se não vale a pena...
"Tu sozinho não és nada, juntos temos o mundo na mão"
António Macedo
"Tu sozinho não és nada, juntos temos o mundo na mão"
António Macedo
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Texto: citador
Imagem: daqui
A quarentena aí está e nós em meio à ela. Vamos levando nossos dias, não podemos perder o foco e rumo e fico sempre procurando as notícias de quantas curas já aconteceram.Assim, a esperança fica melhor! bjs, tudo de bom,chica
ResponderEliminar“Il faut cultiver notre jardin” e por jardim podemos entender a vida…
ResponderEliminarUm texto de extrema importância… a revelar o nosso presente. Pessoalmente, tento normalizar (o que possivelmente não é passível) e apesar de estar mais confortável faço por manter uma roupa de saída (digamos assim).
O espaço “casa” sempre foi algo de natural e apetecível, agora um pouco mais difícil de gerir por se tratar de uma imposição pelo bem pessoal e comum e o estar confinado acaba por exigir doses duplas de equilíbrio… e frentes comuns de solidariedade, seja nas tarefas domésticas seja no que se faz enquanto família…
Seja a ler, seja a escrever, seja a tratar de plantas… há que manter uma atividade construtiva para continuar a alimentar a alma.
Abraço e boa semana
Olá:- Se calhar para muitas mulheres este é o momento de passar um pano no serviço de louças do enxoval, o qual, nunca serviu, durante os 10/20/30, anos de casamento.
ResponderEliminarCuidado não é para atirar os pratos sujos à cabeça do namorado/marido, que continua impávido e serena sentado no sofá a ler um livro de desenhos animados loool
.
Abraço de Esperança
A sério, Valério?
ResponderEliminarÉ como se encontra?
Sentado no sofá a ler um livro de desenhos animados?
Mexa-se!
Abraço
as "micro-estruturas" são determinantes, como dizia um filósofo barbado (do tempo em que as barbas valiam) e cujas ideias´, nunca desmentidas, parecem andar por essa Europa, (como "fantasmas"), a abrir os olhos de uns quantos...
ResponderEliminarque assim seja! veremos... se o vírus deixar!
excelente amiga, Olinda
louvável a sua capacidade de por as pessoas a "mexerem-se"...
será que se mexem?
abraço
É importante tentar ocupar o tempo que passamos em casa. As lides, sim, mas também ler, escrever, fotografar o que se vê da janela que é sempre novo, ouvir música. E vale a pena perder (ou ganhar) algum tempo a ouvir este medley na voz inesquecível de Pedro Barroso que nos deixa tantas saudades. O seu texto, excelente, lembra-nos que quando só a nossa sanidade mental nos salvará quando isto terminar. Obrigada por este post minha Amiga Olinda.
ResponderEliminarUm grande beijo e muita saúde.
Querida Olinda
ResponderEliminarExcelente, a tua postagem.
Começas por dar-nos uma imagem muito nítida dos dias de hoje, em que as pessoas estão confinadas a "quatro paredes", e de como reagem perante esta nova e inusitada situação.
Confesso que não faço grande sacrifício por não sair de casa. Custa-me não levar a minha Dasy a dar o seu passeio higiénico, mas o meu filho, que está a trabalhar de casa e é o único familiar admitido aqui em casa 😉 (por decisão unânime da família...) encarrega-se disso.
Tenho sempre muito com que me entreter, especialmente a escrever, que é o que mais gosto de fazer. E cozinho, para mim e para o filho. E arrumo e limpo a casa... Enfim, os dias passam a correr... 😉
RE: O Alessandro, agora relegado para segundo plano (está em banho-maria...) ainda terá alguma coisa a dizer. Não podia desaparecer assim tristemente, não achas? Vamos ver o que o futuro lhe reserva...
Desejo-te muita saúde, e um feliz mês de Abril (e já agora... boa Páscoa!)
Minha querida, peço-te imensa desculpa pelo lapso. Será isto já uma consequência do isolamento? 😁
Obs. Quando, acima, digo: "(por decisão unânime da família...)" devo esclarecer que a decisão foi apenas dos filhos, eu não fui tida nem achada... Sabes, quando se chega a uma "certa" idade... eles é que mandam 😂.
Claro que entendes que estou a brincar; graças a Deus tenho uns filhos de ouro, que apenas se preocupam comigo (mas às vezes exageram... 🤣🤣🤣)
Com tanta conversa esquecia-me de referir o vídeo do excelente trovador Pedro Barroso que tão cedo nos deixou- simplesmente maravilhoso!!!
Um abraço apertadinho (temos que nos vingar pela Net...) e beijos com muito carinho.
Bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Bom dia de paz e saúde, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarEncontrei aqui uma ressonância com meu próximo post que, inclusive vou tirar algo daqui com a devida referência... Avisar-lhe-ei, minha amiga.
O vídeo tem uma letra bonita.
Sabe, meu filho está sempre a me alertar sobre o sono... Pois abaixa a imunidade não tê-lo em dia...
Durmo bem salvo uma ou outra vez em que a tarde me tira de estar acordada numa boa e gostosa sexta.
" Ideia é todos cuidarmos uns dos outros sem gritos ou imposições."
Tenho lido bastante sobre nossa sanidade emocional e a preocupação dos estudiosos da área é justamente está por doravante...
Muito obrigada por mais um post bem adequado à atualidade.
Tenha dias abençoados e na proteção de todo mal junto aos seus!
🙏🙏🙏
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
https://espiritual-marazul.blogspot.com/2020/04/amor-maduro-inspirada-em-machado-de.html
EliminarBoa noite abençoada, minha amiga!
Eis o link que te prometi enviar.
Um mimino pois tive total sintonia com seu post.
Bjm de gratidão
https://espiritual-marazul.blogspot.com/2020/04/amor-maduro-inspirada-em-machado-de.html
EliminarBoa noite abençoada, minha amiga!
Eis o link que te prometi enviar.
Um mimino pois tive total sintonia com seu post.
Bjm de gratidão
Pedro Barroso acompanha-nos pela tarde relaxante. O sol, lá fora, convida-nos como uma carícia, e eu, aproveito bem: subo e desço escadas, arranco ervas, mudo as plantas, tiro fotos, escrevo, leio e, sendo assim, espero manter a minha sanidade mental.Já disse que adoro o café lá fora, como se fossa à esplanada.
ResponderEliminarBelo texto, amiga Olinda! Mesmo de chinelos e robe o sofá recebe-nos como princesas. Mas ... queremos que o Covid 19 desapareça depressa, não digo para bem longe porque não o queremos em parte alguma do universo.
Forte abraço.
Passei em falso a elegante mesa e a necessidade de dormirmos tempo suficiente para nos renovarmos a cada dia. Creio que a mesa, o tipo de vida e o sono estão interligados.
ResponderEliminarBeijos, querida, Olinda.
Penso que estamos todos ainda um pouco atordoados com tudo que está acontecendo, mas igualmente penso que vamos conseguir superar.
ResponderEliminarSeu texto dá uma ideia tão grande de interioridade, de intimidade conosco mesmo, com um retorno a quem somos, à nossa casa particular. Oportunamente tenho organizado estantes, gavetas, armários e me perguntado como consegui guardar tanta coisa que já não me serve mais? Assim penso será pós-COVID-19, abandonarei tantas situações que já não me servem mais.
Estamos junas nesse mar, querida, havemos de passar pela tempestade.
Beijo.
:)
Querida Olinda, parabéns por esta inspiradíssima publicação.
ResponderEliminarEu levo daqui dicas preciosas.
Muita saúde para ti e para a tua família.
Beijo.