E dedilhador como só ele, aparecem logo as mazurkas de sempre que, quase automaticamente, me fazem marcar o ritmo. Aproveitando a última nota da mazurka surge a valsa que me faz rodopiar a saia curta e pondo-me na ponta dos pés finjo apoiar-me no meu par. E assim por diante, uma rapsódia cada vez mais inspiradora faz nascer a dançarina em mim, de pés alados. Sinto e ouço, os sons vão baixando... Ali está ele. Adormece com os dedos na primeira posição do dó maior. É sempre assim. Deixa-se embalar pela própria música.
Dezembro é o nosso mês. Meu, dele e do António. E mesmo não estando por cá todos tenho a certeza de que faremos uma festa. O João e o Elísio com pretensões a Paganinis. A Inês com a sua voz maviosa e a Maria alcançando tons de soprano. E o António, Ah, o António! Belo, com os seus ares de cientista louco comandará os passos da contra-dança, en avant! en avant quatre! deixem a dama brincar agora!
Da Bela, belíssima, recordaremos as canções que ouvimos tantas vezes, tantas que as sabemos de cor, as suas leituras, o dizer das palavras, os livros que adorava ler, e que depois li. Dela ficou-me também isto de Lamartine, em Regina e Graziela: Para quê recordar os dias do passado? Pranteiam o vento e o mar a triste sorte não chores coração amargurado, medita nesta morte.
Mas é de vida que se trata aqui. Dos sons da vida.
E debaixo da Figueira mansa faremos a nossa festa.
e qual a diferença entre a valsa e a mazurka? Aqui ficamos a saber...
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Simples não é? Se calhar não é
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Feliz fim de semana