Bateram fui abrir era a saudade
vinha para falar-me a teu respeito
entrou com um sorriso de maldade
depois sentou-se à beira do meu leito
e quis que eu lhe contasse só a metade
das dores que trago dentro do meu peito
Não mandes mais esta saudade
ouve os meus ais por caridade
ou eu então deixo esfriar esta paixão
amor podes mandar se for sincero
saudades isso não pois não as quero
Bateram novamente era o ciúme
e eu mal me apercebi de que batera
trazia o mesmo ódio do costume
e todas as intrigas que lhe deram
e vinha sem um pranto ou um queixume
saber o que as saudades me fizeram
Não mandes mais esta saudade,
ouve os meus ais por caridade,
ou eu então deixo esfriar esta paixão,
amor podes mandar se for sincero,
saudades isso não pois não as quero.
In: Antologia Poética
Afonso Lopes Vieira
(1878-1946)
Cidadão do mundo, Afonso Lopes Vieira não esqueceu as suas origens, conservando as imagens de uma Leiria de paisagem bucólica e romântica, rodeada de maciços verdejantes plantados de vinhedos e rasgados pelo rio Lis, mas, sobretudo, de São Pedro de Moel, lugar da sua Casa-Nau, e paisagem de eleição do escritor, enquanto inspiração e génese da sua obra. O Mar e o Pinhal são os principais motivos da sua poética. Nestas paisagens o poeta confessa sentir-se «[…] mais em família com o chão e com a gente», evidenciando no seu tratamento uma apetência para motivos líricos populares e nacionais. Essencialmente panteísta, leu e fixou as gentes, as crenças, os costumes, e as paisagens de uma Estremadura que interpretou como «o coração de Portugal, onde o próprio chão, o das praias, da floresta, da planície ou das serras, exala o fluido evocador da história pátria; província heróica, povoada de mosteiros e castelos…» (Nova demanda do Graal, 1942: 65). aqui
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Quinzena do Amor:
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Trazido de:Citador
Imagem: Pixabay
Não conhecia o poema.
ResponderEliminarFoi uma ótima opção, entre os frutos do pensador leiriense.~
Beijinhos, Olinda.
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Andei (também) pela sua mão, nos primeiros passeios pelos jardins da Poesia. O que torna sempre grato recordar o Poeta...
ResponderEliminarAbraço.
jorge
Um poema muito bonito que eu não conhecia.
ResponderEliminarAbraço
sabe-me muito bem a leveza do lirismo de Afonso Lopes Vieira
ResponderEliminarabra, minha amiga
o abraço "intimidou-se" rss
ResponderEliminarpeço desculpa
aquele ABRAÇO!
hahaha!!!
Eliminarele queria ser referido como o melhor de todos:
aquele ABRAÇO!
Soube-me muito bem...
ResponderEliminarBjinho, Olinda