Pequeno poder? Grande poder? Penso que esta distinção não existe. Todo o poder é poder. Todo o poder tem a importância que lhe é dada por quem está na mó de baixo e reconhece no outro o poder de o afectar de algum modo.
Logo de entrada aparece o favor que ao ser concedido cria desde logo uma relação de dependência. E não será preciso pensar-se em favores do tamanho do mundo. Bastará passar o processo que vinha no fim da lista para um lugar mais simpático. A consulta médica que não podia ser para hoje, mas que depois de bem conversado até passa a ser possível. O colega que precisa que o outro lhe pique o ponto. O funcionário que passa o amigo ou conhecido para o princípio de uma fila de atendimento, seja de emprego, de subsídios, serviços sociais, no aeroporto, seja o que for. São situações que na maior parte das vezes irão prejudicar de algum modo uma outra pessoa.
E, paralelamente, a coisa vai aumentando na escala social. Chegam-nos notícias de grandes decisores, aqueles que têm a faca e o queijo na mão e que controlam a sociedade em toda a sua dimensão, fazendo sua a coisa pública. Ele é o tráfico de influências, ele é os grandes favores, os desvios e a má gestão beneficiando-se a si próprios e a amigos e clientela, um Deus nos acuda. A célebre cunha continua tão activa e necessária como o ar que respiramos.
Mas o poder não se esgota nisso. Temos o poder psicológico, de controlo sobre o outro nos mais ínfimos pormenores, que não é coisa pouca para quem o sofre. E isto pode verificar-se em casa, com a ascendência de um cônjuge sobre o outro, sobre os filhos, sobre os velhos. Pode verificar-se no trabalho, com os maus chefes, os colegas invejosos, emprateleirando quem lhes não caia no goto. E na sociedade em geral quanto ao que é diferente, a quem está em minoria, seja por deficiência física, por motivos raciais, religiosos, por orientação sexual.
Ocorre-me desejar que este ano de 2017, (já vai no seu 5º mês), nos traga mais tolerância, mais altruísmo e mais amor ao próximo; não prejudicar uns em benefício de outros, havendo divisão equitativa de oportunidades.
Utopia? Talvez não. Bastaria que o quiséssemos todos.
Para já, centremo-nos nisto: Maio é o mês de Maria, o mês do Coração e, também, o mês em que acaba o prazo para a entrega do IRS.
Um bom dia a todos os que por aqui passarem.
Logo de entrada aparece o favor que ao ser concedido cria desde logo uma relação de dependência. E não será preciso pensar-se em favores do tamanho do mundo. Bastará passar o processo que vinha no fim da lista para um lugar mais simpático. A consulta médica que não podia ser para hoje, mas que depois de bem conversado até passa a ser possível. O colega que precisa que o outro lhe pique o ponto. O funcionário que passa o amigo ou conhecido para o princípio de uma fila de atendimento, seja de emprego, de subsídios, serviços sociais, no aeroporto, seja o que for. São situações que na maior parte das vezes irão prejudicar de algum modo uma outra pessoa.
E, paralelamente, a coisa vai aumentando na escala social. Chegam-nos notícias de grandes decisores, aqueles que têm a faca e o queijo na mão e que controlam a sociedade em toda a sua dimensão, fazendo sua a coisa pública. Ele é o tráfico de influências, ele é os grandes favores, os desvios e a má gestão beneficiando-se a si próprios e a amigos e clientela, um Deus nos acuda. A célebre cunha continua tão activa e necessária como o ar que respiramos.
Mas o poder não se esgota nisso. Temos o poder psicológico, de controlo sobre o outro nos mais ínfimos pormenores, que não é coisa pouca para quem o sofre. E isto pode verificar-se em casa, com a ascendência de um cônjuge sobre o outro, sobre os filhos, sobre os velhos. Pode verificar-se no trabalho, com os maus chefes, os colegas invejosos, emprateleirando quem lhes não caia no goto. E na sociedade em geral quanto ao que é diferente, a quem está em minoria, seja por deficiência física, por motivos raciais, religiosos, por orientação sexual.
Ocorre-me desejar que este ano de 2017, (já vai no seu 5º mês), nos traga mais tolerância, mais altruísmo e mais amor ao próximo; não prejudicar uns em benefício de outros, havendo divisão equitativa de oportunidades.
Utopia? Talvez não. Bastaria que o quiséssemos todos.
Para já, centremo-nos nisto: Maio é o mês de Maria, o mês do Coração e, também, o mês em que acaba o prazo para a entrega do IRS.
Um bom dia a todos os que por aqui passarem.
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Imagem Pixabay
Concordo: poder é poder e nada mais.
ResponderEliminarFaz-me lembrar quando as pessoas dizem que alguém teve um princípio de AVC.
Abraço e bom fim de semana
Acabei de ler. Subscrevo, em toda a linha. Mas voltarei...
ResponderEliminarTem um bom dia, também.
Bjinho, Olinda
Olá Olinda!
ResponderEliminarExcelente crónica, para ler e reflectir.
Mudar comportamento absurdos de quem tem o poder e não o quer perder é muito difícil. Contra os "chicos espertos" oportunistas, lutemos com a força das palavras: desmascarar e nunca calar.
Beijo
«Divisão equitativa de oportunidades... »
ResponderEliminarEra um dos sonhos do 25 de Abril que ficou por cumprir...
A maioria de nós quer, mas não é fácil erradicar este mal
que num plano mais elevado implica maçonaria e outras sociedades
secretas...
Ainda estamos longe de erradicar a corrupção, mas há que a denunciar.
Beijinhos, Olinda.
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Chega a ser desesperante querer fugir desta tormentosa engrenagem que engasga o mais incauto e o aperta na "curva da estrada". Uma roda gigante , um polvo cujos tentáculos se libertam e turbando as águas nos tiram "a inocência" da irmandade. Grande crónica , caríssima Olinda, para ler e não nos deixarmos ser engolidos incautamente.
ResponderEliminarBeijinho, bom fim de semana!
Olá minha querida,
ResponderEliminarDepois de um longo período retornei às atividades do blog, e assim aqui estou para apreciar seus posts, muito bom com a sutileza de sempre, amei!!
Desejo-lhe uma ótima semana.
beijos
Joelma
Muito interessante este teu post, Olinda, numa altura em que se fala tanto de corrupção. Infelizmente, as " cunhas " estão por todo lado e é muito dificil conseguir-se alguma coisa sem elas. As famosas " propinas " no Brasil entranharam-se de tal modo no governo que , com a operação lava jato se está a descobrir que todos os partidos estão envolvidos; o ex presidente Lula já começou a ser ouvido em alguns processos, alguns ministros do seu governo já e estão presos , deputados e senadores já alguns também indiciados, um presidente da camara dos deputados também foi preso, assim como o governador do Rio de Janeiro que , com tamanha corrupção colocou esse estado em completa falência, não havendo sequer dinheiro para pagar os salários da função pública, inclindo os policiais. E aqui está o poder, um poder escolhido para representar o povo, mas que está a colocá-lo na miséria, com uma educação cada vez pior e a saúde pública completamente destruida. Quando fui para o Brasil tive os meus filhos no hospital público, hoje..nem pensar!!! Ma há uma coisa nova neste meu Brasil invadido pela corrupção a todos os niveis, a justiça finalmente está a funcionar e os poderosos pela primeira vez estão a ser presos; a operação lava jato está a ser comandada por procuradores jovens que levam as investigações a sério e que não têm medo do tal " PODER". Nuca imaginei ver os " crimes de colarinho branco " serem condenados da mesma forma que os crimes comtidos pelo " pobre coitado " . Depois desta limpeza, vai ter de aparecer gente nova com amor pela politica, pois os atuais estão todos envolvidos em grandes esquemas de corrupção .
ResponderEliminarAmiga, todos nós nos queixamos da corrupção, mas será que nós não somos também de vez em quando corruptores? Não existe pequeno poder ou grande poder, existe poder, assim como não existe pequena ou grande corrupção, mas sim corrupção e, como bem dizes nesta maravilhosa crónica, pequenas coisas que fazemos e achamos inofensivas, são actos de corrupção. Temos de pensar nisso, se quisermos que essa mentalidade do " favorzinho " termine. Adorei, Olinda! ! Já agora, obrigada pelas informações sobre o " Itálico "; uso-o com frequência, mas nada sabia sobre a origem desta forma de escrita. Como digo sempre, aprende-se muito aqui. Um beijinho, amiga e até sempre!
Emilia
Disse que voltaria...
ResponderEliminarQuando começámos a ter um jornalismo de investigação mais visível, fiquei surpreendida com os vários "polvos" de que enfermava (e continua) o nosso país. E perdi a inocência. Sei quão difícil será erradicar práticas que até eram vistas como normais, sobretudo a nível das estruturas intermédias. A tal "cunha"...
A nível de grandes redes, espero que a justiça (outro grande problema) comece a ser mais confiável e atuante.
Excelente texto, relevando o parágrafo sobre a questão do poder psicológico, frequentemente silencioso e de uma dimensão terrível em termos humanos.
Bjinho, Olinda