Por vezes cada
objecto se ilumina
do que no passar é pausa íntima
entre sons minuciosos que inclinam
a atenção para uma cavidade mínima
entre sons minuciosos que inclinam
a atenção para uma cavidade mínima
E estar assim tão breve e tão profundo
como no silêncio de uma planta
é estar no fundo do tempo ou no seu ápice
ou na alvura de um sono que nos dá
a cintilante substância do sítio
como no silêncio de uma planta
é estar no fundo do tempo ou no seu ápice
ou na alvura de um sono que nos dá
a cintilante substância do sítio
O mundo inteiro assim cabe num limbo
e é como um eco límpido e uma folha de sombra
que no vagar ondeia entre minúsculas luzes
e é como um eco límpido e uma folha de sombra
que no vagar ondeia entre minúsculas luzes
E é astro imediato de um lúcido sono
fluvial e um núbil eclipse
em que estar só é estar no íntimo do mundo
fluvial e um núbil eclipse
em que estar só é estar no íntimo do mundo
António Ramos Rosa
1924-2013
Poeta, crítico literário, ensaísta, tradutor, desenhador.
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Poema: daqui
Imagem: Desenho de António Ramos Rosa
Bom dia
ResponderEliminarPeço desculpa das minhas ausências.
Gostaria de entender este poema pois sei que aqui se oferece boa qualidade,mas dado o meu cansaço neste momento não consigo entender.Voltarei.
Caro Luís
EliminarMuito obrigada pela sua presença aqui no Xaile.
Tenho visitado o seu blog e lido as suas belas palavras. Não tenho podido comentar porque não me entendo com os elementos que o Google pede.
Espero-o aqui, sempre que possa. Mi casa es sua casa.
Grande abraço.
Olinda
Oi Olinda,
ResponderEliminarSeu texto é muito culto para o meu caminhãozinho.
Agradeço o seu elogio, esse é meu jeito de escrever, meu filho que é super culto escreve muito bem, mas que da para entender.
Só não dispenso a nova ortografia que ensinei aos meus alunos dede a 3ª série e estou sempre corrigindo meu filho.
Beijos
Dorli Ramos
Ouvi o vento e a música
ResponderEliminarProcurando um porto na madrugada
Ouvi a chegada de um navio
Julguei sentir uma voz amada
Meu Armando, meu amor...
Uma criança jogando lama ao meio dia
Embrenhada e perdida na alma
Com rimas colorindo pálpebras de nostalgia
Doce beijo
Quando estamos sós conseguimos nos sintonizar melhor com o mundo, apreciar melhor a "cintilante substância do sítio". Foi o que me aconteceu no meu passeio: com tanta gente e tantas distracções, não consegui ficar "intima" daquele local. Como este poema define tão bem o que senti!
ResponderEliminarObrigada pela partilha, não conhecia este autor e gostei :)
Beijinhos
ResponderEliminar-`✿´-
✿ Bom fim de semana com tudo de bom!
-`✿´- Beijinhos.
ResponderEliminarOlá amiga, vim desejar-lhe um abençoado início de mês, e lindos dias
de outono que se aproxima!
Doce abraço Marie.
Bastante profundo este poema. "Estar só é estar no íntimo do mundo" Há que se pensar pois não gosto da solidão.
ResponderEliminarUma boa nova semana cara Olinda
Beijos no coração
E "A liberdade é a possibilidade do isolamento", li há poucos minutos como máxima no perfil do Skype de uma amiga :)
ResponderEliminarBeijinhos e uma óptima semana!
Quando estamos sós, centrados, sabemos onde estamos. Estamos no íntimo do mundo que existe em nós.
ResponderEliminarExcelente escolha :)
Estar só é estar no íntimo do mundo! Amei esta frase querida amiga, pois retrata em poemas nossa liberdade íntima.
ResponderEliminarEstou aqui avisando que mudei de endereço.
Forte abraço e fica com DEUS.
Da sempre sua amiga.
Cecilia
Querida amiga, esqueci de acrescentar meu novo endereço, estava no Cilegal e nem percebi (risos).
ResponderEliminarhttp://sintonizandopalavras.blogspot.com.br
Beijos
Um pouco mais cedo e com muitas saudades
ResponderEliminarvenho convidar você para uma
visitinha na minha postagem.
Mesmo em meio as aflições temos que louvar
a Deus pela nossas vidas.
Comemorar é reunir com nossas amizades,
que a dez anos muitos vem comemorando comigo.
Eu tenho muito a agradecer a Deus por mais um ano
pelo milagre da vida.
Na verdade no decorrer desse ano nasci de novo
após uma cirurgia.
Gosto muito de falar as benção que recebo
para lembrar que temos um Deus por nós.
Pode ser grande a nossa luta ,
mas grande mesmo é nossa vitória.
Obrigada por tudo.
Feliz semana .
Beijos carinhosos...
Evanir....
PS..Se for do seu agrado deixei
mimo na postagem.
Por vezes há tanta intimidade em tanto que nos rodeia, como que esse todo, esse objeto fizesse assim parte da nossa própria intimidade, no "fundo do tempo", no fundo do inconsciente.
ResponderEliminarUma longa e tão bela poesia!
Beijinho, Olinda
E o mundo o que é, afinal?
ResponderEliminarCada ser, é um mundo; todos os seres em conjunto, são um mundo, então... e como diz o poeta; «estar só, é estar no íntimo, fora da periferia, longe do centro.
Somos nós próprios um mundo e nesse mundo que somos, precisamos de estar só com o nosso eu mais profundo pelo menos de vez em quando para que nos conheçamos cada vez melhor e tentemos tirar de dentro aquilo que de tão maravilhoso lá temos guardado. precisamos parar e refletir no que se passa à nossa volta e ver que somos também responsáveis. Poderá ser pouco o que podemos fazer, mas há sempre algo e ficar indiferentes, isso, não será dignos de nós.. Olinda já há muito não vinha aqui e por isso peço desculpas; coloquei a leitura em dia e, como sempre, há mais um poeta que acabei de " conhecer " e uma informação importante sobre o teatro de entrada livre. É bom que se tenha iniciativas dessas para puxar as pessoas à cultura. Obrigada, amiga, pelo tanto que dás a todos quantos te visitam. Um beijinho e até sempre.
ResponderEliminarEmília