A liberdade, sim, a liberdade!
A verdadeira liberdade!
Pensar sem desejos nem convicções.
Ser dono de si mesmo sem influência de romances!
Existir sem Freud nem aeroplanos,
Sem cabarets, nem na alma, sem velocidades, nem no cansaço!
A liberdade do vagar, do pensamento são, do amor às coisas naturais
A liberdade de amar a moral que é preciso dar à vida!
Como o luar quando as nuvens abrem
A grande liberdade cristã da minha infância que rezava
Estende de repente sobre a terra inteira o seu manto de prata para mim…
A liberdade, a lucidez, o raciocínio coerente,
A noção jurídica da alma dos outros como humana,
A alegria de ter estas coisas, e poder outra vez
Gozar os campos sem referência a coisa nenhuma
E beber água como se fosse todos os vinhos do mundo!
Passos todos passinhos de criança…
Sorriso da velha bondosa…
Apertar da mão do amigo sério…
Que vida que tem sido a minha!
Quanto tempo de espera no apeadeiro!
Quanto viver pintado em impresso da vida!
Ah, tenho uma sede sã. Dêem-me a liberdade,
Dêem-ma no púcaro velho de ao pé do pote.
Da casa do campo da minha velha infância…
Eu bebia e ele chiava,
Eu era fresco e ele era fresco,
E como eu não tinha nada que me ralasse, era livre.
Que é do púcaro e da inocência?
Que é de quem eu deveria ter sido?
E salvo este desejo de liberdade e de bem e de ar, que é de mim?
ÁLVARO DE CAMPOS
in:Banco de Poesia Fernando Pessoa
Imagem daqui
(^‿^) ❀
ResponderEliminarMERCI à toi chère Olinda pour ce formidable partage
J'adore !
GROSSES BISES D'ASIE
et bon dimanche !
Um momento poético que nos encanta e confunde, mas em poesia tudo pode acontecer.
ResponderEliminarO escritor consegue transmitir no papel os seus sentimentos
Já quase ninguém sabe do púcaro e da inocência...
ResponderEliminarBom domingo e boa semana.
Beijo, querida amiga Olinda.
Querida Olinda, o seu trabalho aqui desenvolvido sobre a Língua Portuguesa continua com a excelência de sempre!
ResponderEliminarÉ sempre bom reler Pessoa( excepto nas cartas de amor, confesso ....)
Grato abraço , agradável domingo e boa votação, rrrss
Às vezes um sentimento pode ser a liberdade!
ResponderEliminarJá votaste?
Uma bela escolha para o dia de hoje, para além de que este é um poema cheio de uma nostalgia que me é próxima.
ResponderEliminarum beijo
Há tanto escrito e tão atual! Poema lindo que nos desperta sentimentos de saudade de outros tempos. E nos faz perceber o quanto perdemos. Bjs.
ResponderEliminar(^‿^) ❀
ResponderEliminarUn bonjour amical chez toi chère Olinda ! :o)
Je t'embrasse très FORT !
Bon lundi !
Muito bom!
ResponderEliminarUma óptima semana, de pensamento livre!
A liberdade de hoje assenta:
ResponderEliminar-Não no púcaro, mas sim no copo na mão!
- Não na inocência, mas sim na indecência!
Resumindo: A liberdade começa a raiar o cúmulo da ignorância!!!
Excelente e temporalmente adequado.
ResponderEliminarSuplantas-te nas escolhas e isso é fundamental.
Beijos
SOL
OI OLINDA!
ResponderEliminarUMA LIBERDADE DE ALMA, AI DECANTADA.
UMA ESCOLHA MARAVLHOSA AMIGA.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Excelente escolha amiga. Gosto muito de Pessoa, e embora Alvaro de Campos, não seja o meu heterônimo preferido, este é um belo poema,
ResponderEliminarUm abraço
Excelente poema, como não podia deixar de ser!
ResponderEliminarAproveitemos a liberdade, abramos as asas!!!