Por Todos os Caminhos do Mundo
Fernando Gonçalves Namora, (1919 -1989) foi um médico e escritor português, autor de uma extensa obra, das mais divulgadas e traduzidas nas décadas de 1970 e 1980.
Com uma obra literária que se desenvolve ao longo de cinco décadas é de salientar a sua precoce vocação artística, de feição naturalista e poética, tal como a importância do período de formação em Coimbra, mais as suas tertúlias e movimentos estudantis. Ao dar-se o amadurecimento estético do neo-realismo e coincidente com as vivências dos anos 1950, enveredaria por novos caminhos, através de uma interpretação pessoal da narrativa, que o levaria a situar-se entre a ficção e a análise social.
Porém, foram romances como os Retalhos da Vida de um Médico, O Trigo e o Joio, Domingo à Tarde, O Homem Disfarçado ou O Rio Triste, que vieram a ser traduzidos em diversas línguas, tendo inclusive, em 1981, sido proposto para o Prémio Nobel da Literatura, pela Academia das Ciências de Lisboa e pelo PEN Clube.
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De Retalhos da Vida de um médico, um excerto:
“Todas as vezes que olho para a estrada percorrida, onde já ficou muito sangue, suor e lágrimas que a vida nos reserva, recordo certo trecho de um romance de Erico Veríssimo: um rapaz e uma rapariga transpõe a cerca da Universidade; acabam de lhes entregar o diploma de médicos, e com ele, um futuro de surpresas e euforias. Cá fora, no largo, onde a sombra altiva de uma estátua se levanta no céu estrelado, Olívia espalha pelo chão o ramo de flores que lhe haviam oferecido, enrola o diploma e por ele espreita, irreverente, os astros enigmáticos - um óculo mágico a desvendar o amanhã. O companheiro, com essa melancolia desiludida que vem depois das esperanças realizadas, espreme as mãos vazias; a vida abre-se de súbito a seus pés, inesperada, insondável como um abismo. Ele tem atrás de si durezas e humilhações e pressente que não pode haver outra coisa a aguardá-lo. Olívia, por seu lado, atende o futuro apenas com uma maravilhosa interrogação: o seu alvoroço tem o sabor salgado e excitante da luta; o que virá, será bom e terrível - mas sempre qualquer coisa imprevisível que vale a pena ser vivida.”
― Retalhos Da Vida De Um Médico.
Também existe uma escola secundária, homenageando este grande autor.
Em notícia de 8/11/2023, li que a escritora Lídia Jorge venceu o Prémio Literário Fernando Namora com o romance “Misericórdia”. aqui
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Tenham uma boa semana, amigos.
Abraços
Olinda
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SÉRIE
Me gusto el poema. Te mando un beso.
ResponderEliminarMuito obrigada, J.P.Alexander.
EliminarUm beijo.
Olinda
Um grande escritor que vale a pena ler.
ResponderEliminarUm abraço e uma ótima semana.
Um pouco esquecido.
EliminarRelembrar a obra que nos deixou é preciso.
Abraço
Olinda
Conheço a casa!
ResponderEliminarAbraço
Eu, só das imagens.
EliminarTambém há imagens do interior.
É uma bela casa.
Abraço
Olinda
"Não sei caminhos de cor", refere Fernando Namora, ele que na qualidade de médico calcorreou tanto caminho. Mas os caminhos do coração do poeta são mais imprevistos. Confesso que não conheço a poesia de Fernando Namora. Só conheço a prosa. Foi um escritor que me marcou na forma como tratava os problemas sociais. Um grande, enorme escritor. Obrigada por este poema, minha Amiga Olinda.
ResponderEliminarTudo de bom.
Uma boa semana.
Um beijo.
Querida Graça
EliminarFernando Namora foi descobrindo durante a vida
muitos e variados caminhos, é verdade.
A sua poesia marca-nos a alma.
Os problemas sociais preenchiam uma boa parte das
suas preocupações.
Boa semana também para si.
Beijinhos
Olinda
Amiga Olinda,
ResponderEliminarGosto particularmente do trabalho de “Fernando Gonçalves Namora”, um médico que se apaixonou pela literatura e acabou por ser um dos nomes mais destacados da literatura portuguesa.
Tem frases do “Fernando Namora” no FRASES ®DOUG BLOG, deixo o link caso queira ler.
https://frases-dougblog.blogspot.com/2013/04/frases-doug-blog_934.html
Um abraço e boa semana!!!
Olá, Amigo Douglas
EliminarMuito obrigada pelo comentário e pelas referências que me trouxe, sobre Fernando Namora. Irei até lá em breve.
Abraço
Olinda
É tão interessante que a Cara Olinda vá buscar estas figuras esquecidas e que deram tanto à nossa cultura.
ResponderEliminarSaúdo as suas publicações.
Um abraço.
Grata, caro Luís, pela sua simpatia e generosidade.
EliminarUm abraço
Olinda
Boa tarde de paz, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarO contraste com o "mar de espuma e o deserto" é realidade que nos atinge aos seres humanos sensíveis, não se foge jamais dos altos e baixos, das diversas marés que nos deparamos no cotidiano os que vivemos com intensidade e não nos achamos autossuficientes:
"Não sei caminhos de cor."
Uma escolha magnífica em tempos tão conturbados.
Tenha novos dias abençoados!
Beijinhos com carinho fraterno
Querida Rosélia
EliminarEste mundo é feito de contastes, tanto na natureza
como no nosso íntimo.
Tempos conturbados estes em que o fim de cada
caminho é uma incógnita.
Tudo de bom, minha amiga.
Beijinhos
Olinda
Na vida, muitos são os caminhos que se nos deparam.
ResponderEliminarA verdadeira virtude será escolher o caminho que mais nos convém.
Fernando Namora merece largamente a evocação feita, pois tem um lugar marcante no panorama da literatura portuguesa.
Abraço de amizade, Olinda.
Juvenal Nunes
Nem sempre temos a sorte de escolher o melhor caminho, tendo em conta as encruzilhadas, não é verdade?
EliminarFernando Namora dá - nos o exemplo de como fazer, como médico, escritor, poeta, pintor...
Um abraço amigo, caro Juvenal.
Olinda
"A minha poesia é assim como uma vida que vagueia
ResponderEliminarpelo mundo,"
Querida Olinda, que poema belíssimo de Fernando Namora aqui partilhas.
Lamentavelmente, conheço mal a obra literária do médico escritor. Vou procurar nas livrarias.
Beijo.
O mundo de Fernando Namora é imenso, como vemos
Eliminarpelo olhar interessado que lança sobre tudo o que o
rodeia. O verso que focas tem, assim, razão de ser.
E é um grande autor, mas não muito lembrado.
Gostei de o ter trazido ao nosso convívio.
Continuação de boa semana, querida Teresa.
Beijinhos
Olinda
Boa noite Olinda,
ResponderEliminarUm post que adorei por ter trazido Fernando Namora, um escritor que muito admiro pela sua prosa e que fiquei a admirar também pela poesia.
Este poema é uma autêntica pérola poética e vou anotar o livro Mar de Sargaços, para adquirir numa próxima oportunidade.
Obrigada pela magnífica partilha.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Ailime
Boa noite, cara Ailime
EliminarProsador, Poeta, médico, pintor...este Fernando Namora.
Reúne em si tantas qualidades e a sua obra literária
é tão extensa que nos devemos orgulhar dele e de tudo
o que realizou.
Obrigada pelo seu comentário.
Beijinhos
Olinda
Olá, querida Olinda, gostei muito do poema de Fernando Namora, de grande beleza, e também as referências que você faz sobre alguns livros deste grande autor é de grande valia para os leitores da língua portuguesa. O primeiro livro que compramos do autor foi “Retalhos da Vida de um Médico” (Publicações Europa-América ) entre outros como Fogo na Noite Escura, A Noite e a Madrugada e Domingo à Tarde. Gostei imensamente do primeiro pela sua sensibilidade, pelas várias demonstrações que se passam entre doentes muito fragilizados, carentes e um tanto assustados num hospital. E médicos nessas horas viram um Deus para as frágeis criaturas quando entram num hospital sem saberem muito a profundidade do que se passa. Por isso a importância enorme de um médico técnico, mas humano e com doçura. Este é o médico que queremos sempre ao nosso lado.
ResponderEliminarBelíssima sua postagem, amiga, lembrei de meu pai que muitas vezes saía às 4 horas da madrugada para atender seus pacientes, e eu uma criança pequena via a luz de seu carro refletir na janela do meu quarto. São coisas que jamais esquecemos.
Uma boa semana, querida amiga,
Beijinho.
Querida Taís
ResponderEliminarPrecioso o seu comentário. Trouxe-nos muitas informações
sobre Fernando Namora, pelos livros que já leu e também
dando a sua opinião sobre "Retratos da Vida de um Médico",
e do que se passa nessas terras do interior. Pelas carências
de tudo, surge uma mão amiga, um médico que nessas horas era
quase como um Deus.
Também, quem já leu "As pupilas do Senhor Reitor", de Júlio Dinis,
lembra sempre João Semana, médico de aldeia que o autor
descreve como sendo "homem rude, franco, jovial", que nunca
deixava os seus doentes sem ajuda.
O seu pai vem nessa linha, de médicos que fazem da sua profissão
uma autêntica vocação. Fosse de dia ou de noite, o doente estava
em primeiro lugar.
Muito obrigada, minha amiga. Continuação de boa semana.
Beijinhos
Olinda
Deixei uma resposta ao belo poema deixado por lá...
EliminarBeijinhos, amiga, bom fim de semana.
Muito obrigada, querida Taís.
EliminarVou ver.
Beijinhos.