Caminhamos desde o princípio dos tempos para o abismo. A nossa evolução tem andado a par e passo com a descoberta e apuramento de armas para nos defendermos. De quê? De quem? Obviamente de nós próprios, de seres iguais a nós. Só que também com o intuito de atacar o outro.
E essas armas tomaram tantos nomes que não será necessário nomeá-las, dizer da sua utilidade, das suas características... Sabemos a resposta. Mesmo que não saibamos construir uma, intuímos e receamos a sua acção: podem tirar-nos a vida num instante.
Já vivemos um tempo denominado "Guerra Fria", em que o mundo parecia suspenso de cabeças que podiam de um momento para o outro fazê-lo explodir. Criou-se a já estafada Teoria dos Mundos, uma teia de primeiro, segundo e terceiro mundos, supostamente de conformidade com o desenvolvimento económico e tecnológico mas que, na realidade, tinha a ver com a adesão a um dos blocos: EUA e URSS.
E nessa adesão desenvolviam-se guerras em que o poderio militar e as ideologias se confrontavam noutros terrenos. Hoje vemos delinear-se a ameaça que dantes tanto se temeu: a guerra nuclear. Não muito longe de nós temos exemplos que, ao fim e ao cabo, não nos servem de nada, porque a nossa capacidade de raciocínio é obliterada pelo egoísmo e preferimos viver na ilusão de que o que se passa ao nosso lado não nos diz respeito. E muito menos ainda se for noutro continente, em outros mares mesmo sendo o Mediterrâneo ou o Egeu.
E, em relação a pessoas de outras culturas, de outros costumes, de outras visões, lançamos a partir do conforto do nosso sofá laivos de solidariedade, cortamos os cabelos, rasgamos as vestes. Tudo no calor do momento, que se vai arrefecendo paulatinamente até nada mais restar.
Contudo, o tempo, essa entidade que leva com as culpas das nossas indecisões até chegarmos a um ponto de não-retorno, está a nosso favor. Todos os dias dá-nos a oportunidade de olharmos à volta a fim de procurarmos consertar o que está mal.
Mas não nos iludamos: ele acabará por nos faltar, infelizmente.
Il mondo
Jimmy Fontana
Gira, il mondo giraNello spazio senza fineCon gli amori appena natiCon gli amori già finitiCon la gioia e col doloreDella gente come me
...
Boa semana, amigos.
Abraços
Olinda
Nada melhor pra falar no tempo do que finalizar com essa musica que na sua letra fala tudo...O mundo gira... E a cada girada do tempo ,menos dele temos! Lindo post! Ótimo dia! beijos, chica
ResponderEliminarMas que belo e assertivo texto sobre o tempo, querida Olinda, essa " entidade mal- amada " que faz parte de nós e que a todo o instante falamos dele, queixando-nos de que corre muito, de que custa a passar, de que só nos traz problemas. Somos tempo e neste tempo que nos foi dado viver já vimos de tudo e já vivemos tempos que recordamos com saudade e outros que nem gostamos de lembrar. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mudamos nós a cada instante que passa, mas, num aspecto, a mudança só se faz para pior; o homem sempre guerreou, sempre matou " por nada" só que agora usa métodos mais sofisticados, " armas que tomaram tantos nomes que não será necessário nomeá-las, ", sabemos que, como todas as outras anteriores, matam-nos num instante. O homem tem uma caracteristica só dele que é a ambição e não há nada contra isso, desde que esse gosto por ter cada vez mais seja traduzido em trabalho honesto, com respeito pelos outros e de preferência com a preocupação de criar riqueza para que outros saiam da miséria; infelizmente, em muitos casos essa ambição é pelo poder e pelo dominio de outros sociedades com um menor poderio militar, como estamos a ver nesta guerra que nos amedronta e que está a destruir a vida de tanta gente inocente, sem respeito pelas criança que todos os dias morrem. Sabes, Olinda, como poderemos esperar que algo mude, se estamos a criar as nossas crianças no meio de tanta violência? Fico pasmada com os desenhos animados que são oferecidos aos nossos pequeninos; mesmo os de super-heróis de que tanto gostam são, na minha opinião desapropriados para certas idades; há sempre um malvado que tenta destruir os outros e depois vem o herói que tudo salva, mas é muito dificil explicar-lhes que a maldade existe e que nós não somos super-heróis, mas, sim, pequeninos seres incapazes de lutar contra a malvadez dos poderosos do mundo. Com certeza conheces o " cortar o tempo em fatias " de Roberto Pompeu de Toledo, onde ele fala das fatias a que se deu o nome de ano e termina escrevendo " doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos e aí entra o milagre da renovação, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para a frente vai ser diferente " Não é que acredite muito, Olinda, mas não nos resta outra alternativa a não ser a de que, a cada fatia haja uma pequena mudança e que, ao saborearmos cada uma que nos for oferecida sintamos a doçura de tudo fazermos para deixarmos a nossa " marca " pelo menos naqueles com quem vivemos e nos que nos rodeiam Só assim, o nosso tempo valerá a pena, só assim poderemos amenizar o medo , só assim poderemos manter alguma alegria. Ver o sorriso daqueles que amamos e que contam com a nossa felicidade para poderem continuar a sorrir dar-nos-á alento para suportar estes tempos, estes, sim , " mal-amados".Querida Olinda, como sempre, a minha conversa já vai longa, mas conheces-me há muito e sabes que " muita palha" nos comentários é uma caracteristica minha, não sei se boa, se má, mas é assim. Obrigada pela oportunidade desta tua " crónica " e fica bem, especialmente com saúde e boa disposição, apesar de tudo. Beijinhos
ResponderEliminarEmilia
Querida Olinda, alonguei-me mas esqueci - de falar da música que me agradou muito e também da Irene Lisboa. Não foi ela também vitima deste mundo insano, duns tempos em que ser mulher parecia ser um crime? E não vemos tantos casos destes nas sociedades actuais? Esperar um mundo melhor, Amiga, é uma Utopia, mas....como poderemos viver sem ela?
ResponderEliminarBeijinhos e que os teus dias sejam serenos, com o coração aquietado
Emilia
O tempo, esta osmose entre o passado e o presente, vai mudando, e o que recordamos muda-nos. E não são as melhores coisas que agora podemos recordar. Infelizmente o mundo está cheio de conflitos onde todos parecem odiar todos. Nós só podemos solidarizarmo-nos com quem sofre e fazer uma profunda reflexão sobre nós mesmos e sobre o nosso comportamento com os que nos cercam que tantas vezes precisam da nossa ajuda e tentamos ignorar, fazendo de conta que não percebemos.
ResponderEliminarGostei desta sua reflexão, minha Amiga Olinda.
Tudo de bom para si.
Um beijo.
Boa noite de paz, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarO vídeo eu amo ouvir. é lindo! Gosto do idioma italiano e estudei um pouco de tanto que aprecio.
"A nossa capacidade de raciocínio é obliterada pelo egoísmo e preferimos viver na ilusão de que o que se passa ao nosso lado não nos diz respeito."
Suas reflexões são belíssimas e profundas, pertinentes a tudo que vivemos atualmente. Bem consciente do que a cerca, nos cerca e nos assusta.
"Lançamos a partir do conforto do nosso sofá laivos de solidariedade, cortamos os cabelos, rasgamos as vestes. Tudo no calor do momento, que se vai arrefecendo paulatinamente até nada mais restar. "
de fato, é assim nossa caridade, solidariedade, a partir do que sobra do nosso conforto, da nossa normose, amiga.
É mesmo muito mal-amada a sociedade e o tempo que vivemos não fica atrás e nós com eles.
Tenha dias de reflexões abençoadas a partilhar conosco para nos fazer crescer!
Beijinhos com carinho fraterno
Minha querida...Infelizmente quando acordar-mos desta loucura em que o mundo mergulhou será muito tarde. Um beijinho com carinho 😘
ResponderEliminarA música é maravilhosa, querida, mas seu texto, muito bem escrito, me trouxe tristeza. Você aborda uma realidade que, tenho que reconhecer, me atinge. No sofá, vendo o que acontece pelo mundo, eu me solidarizo, penso nos que sofrem, nas tragédias... mas nada disso está dentro da minha casa. Felicidade? Não posso afirmar, mas reconheço que fazemos muito pouco. Não podemos consertar a mente dos que detêm o poder e se embrenham em lutas cujos resultados certamente os atingirão também. Resta-nos, e isso é muito, observar o que está perto e fazer algo que possa ser útil a uma pessoa, a uma comunidade, a quem nos estende os braços em busca de ajuda e consolo. Grande abraço.
ResponderEliminarUm bom texto para ler e reler...reflectir
ResponderEliminarAmei esta musica. Tão antiguinha. Obrigada :)
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Entre os muros, a solidão, e o desejo
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Beijos, e uma boa noite!
Texto realista e que nos entristece. Quanta loucura que vivemos de tanto ódio e tragédias. Linda música. bjsss
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarDesculpe-me, Olinda. Parvamente, cortei a primeira linha do meu texto, mas não um estripador, risos.
ResponderEliminarComo se os soberanos do mundo nos lessem ou nos ouvissem, continuamos pontuando os horrores das guerras, do armamento, da indústria bélica que, como qualquer outra indústria, precisa escoar sua produção. Sabemos que a humanidade de hoje é muito pior que a humanidade da Idade Média. E seguimos nos trucidando com armas mais possantes, mais letais. Até quando?
Fraternal abraço, minha amiga!
Excelente reflexão, amiga Olinda.
ResponderEliminarDeixo-te uma frase de José Eduardo Agualusa: “... o tempo cobre o mundo de ferrugem. Tudo o que brilha, tudo o que é lume, depressa será cinza e nada.”
Beijo, feliz fim-de-semana.
Para refletir.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Querida Olinda!
ResponderEliminarUma profunda reflexão!
Infelizmente essa é a realidade,
atualmente já quase não existe amor ao próximo.
O nosso mundo está tomado pelo ódio.
Feliz fim de semana.
Beijinhos🌷
Gostei desta oportuna reflexão.
ResponderEliminarA constatação é real e está a arrastar-nos para os tempos do fim que, infelizmente, se avizinham.
Há muito que os homens perderam o carácter, mesmo quando afirmam representar o (seu) Povo quando, na realidade, só buscam interesses pessoais e individuais.
Beijo
SOL da Esteva
Cada um tem o seu tempo e mesmo os tempos difíceis não são iguais para todos nem compreendidos da mesma maneira.
ResponderEliminarO tempo é uma entidade tão maleável quanto formos capazes de o aceitar como é.
A música belíssima.
Abraço
Olá Olinda!
ResponderEliminarInfelizmente o tempo não retrocede e o homem parece que não aprende nada com isso. Linda musica.Tenha uma semana repleta de luz
Abraços Loiva
Que bela postagem reflexiva. Bjs querida. Bom vim no seu cantinho
ResponderEliminarBoa noite Olinda,
ResponderEliminarUm texto brilhante e reflexivo sobre os tempos difíceis que estamos a atravessar e que, mesmo com exemplos passados, o Homem está cada vez mais de cabeça perdida.
Não há amor nem respeito para com o próximo e se pensarmos profundamente sobre o assunto talvez nos vejamos mais cedo do que pensamos num mundo coberto de cinzas.
Beijinhos e um bom fim de semana.
Ailime
Querida Olinda, um texto brilhante!
ResponderEliminarE hoje, sentarei no meu sofá para ouvir o 'Debate' que irá se travar entre os dois candidatos à Presidente do Brasil. Sei o que assistirei: mentiras, agressões, vaidades, ânsia pelo poder. Realmente eu esgotei minha paciência.
Lembro da Guerra Fria, sim, como esquecer? E agora, essa guerra descabida, idiota, covarde de uma nação invadir a soberania de outra, que coisa mais esdrúxula! Por que tanto poder, mais domínio sobre um outro país que estava vivendo em paz? Tantas mortes, tanta falta de humanidade, de compaixão! Não dá para entender esses monstros humanos. E vivemos todos sob ameaça de explodirem esse planeta, com um Putin e seus seguidores prestes a cometerem o fim de tudo! Que loucura, Olinda! Que doença acomete certos humanos.
O que dizer mais desse horror que estamos vivendo?
Quanto a música é belíssima, acho que a escutei tanto que daria uma volta ao mundo, rss, "Jimmy Fontana com seu Il Mondo!"
Aplausos para tua postagem, querida Olinda!
Uma ótima semana, paz, paz...!!
Beijinho, querida.
Agora é o tempo da ''Guerra Quente'' e muito!
ResponderEliminarConfrange-me ao máximo ver o mundo assistindo ao massacre de um povo e de uma nação por medo!... Einstein devia estar cá pra ver.
Os aliados estavam tão bem com a Rússia capitalista que não tinham um plano de emergência!
Gostei da reflexão e de poder desabafar.
Boa semana, Olinda. Abraço
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A passar por cá, hoje, para desejar boa semana!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Uma análise certeira e contundente.
ResponderEliminarA paranoia bélica de alguns dirigentes mundiais pode antecipar o fim da humanidade.
Gostei da música, obrigado pela partilha.
Boa semana, amiga Olinda.
Um beijo.
O tempo... que foi tão bem compreendido pelos Maias e outras civilizações... é agora nosso adversário em tantas frentes... de diversas batalhas...
ResponderEliminarCada vez mais se fundamentam estudos sobre a energia nuclear... já ter sido responsável pelo desaparecimento de outras civilizações... objectos encontrados e expostos ao teste do carbono 14, assim o parecem confirmar...
E no entanto... mais uma vez, a humanidade parece estar prestes a encaminhar-se para outra repetição de tal...
Um texto repleto de interesse, que nos faz reflectir... e lamentar... sobre as presentes circunstâncias, em que o mundo se encontra...
Gostei imenso do tema musical, que foi uma agradável descoberta, para mim...
Um beijinho
Ana