Não: deixa-me falar-te de amor como o conheço, da mesma forma lamechas e (hoje) tão fora de moda; a mesma que te ensinaram os teus pais ou os teus avós; como era antigamente, quando passeavam junto ao rio, por vezes de mãos dadas, e coravam ainda, se encontravam alguma cara conhecida. Deixa-me falar-te do amor que me ensinaste. O amor que me ensinaste começou por um acaso, porque, por acaso, eu estava sozinha e tu também. O amor que me ensinaste não foi cozinhado nem confeccionado a propósito.
No nosso amor, tu dás-me a mão e eu coro; convidas-me para sair e eu hesito; brincas com os meus caracóis e eu gosto; bebemos chá e ficamos ébrios; passeamos à beira-rio e pode ser que nos beijemos. No nosso amor, não somos só amantes, mas somos cúmplices. E companheiros. Olhas para mim e lês-me nas entrelinhas. Olho para ti e sei-te de cor. Sorrio e mergulhas nesse sorriso. Abraças-me e absorves-me inteira. Dizes-me «amo-te» e eu acredito.
O amor que me ensinaste é puro, é natural, é biológico, sem corantes nem conservantes. Mas deixa-me contar-te um segredo: nesta era, que já não é minha, já não é tua, já nem é nossa; o nosso amor, ainda encanta!
Ana Rita da Silva Freitas Rocha,
in 'Textos de Amor – Museu Nacional da Imprensa' *
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Texto classificado como Carta de amor - Citador
*Concurso Textos de Amor:
Imagem: daqui
Tantos são os amores
ResponderEliminarBj
Gostei do texto, embora a palavra 'era' me soe como uma
ResponderEliminarhipérbole exagerada...
O romantismo é inerente à juventude, em todos os tempos...
Não há muito tempo, clamava-se contra os guedelhudos
rockeiros...
Beijinhos, estimada Olinda.
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Touchée! :)
EliminarBj
Gostei do texto. Romântica que sou, ele tocou-me a memória que foi até onde o pensamento permitiu…
ResponderEliminarUm grande beijo minha Amiga Olinda.
Será que não existe ainda esse modo de amar?
ResponderEliminarAbraço, com votos de semana boa
O amor descobre-se um dia e vida passa a encantar- nos tanto! Essa é a razao desta linda carta.
ResponderEliminarBeijinho, querida Olinda.
Boa noite, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarJá havia lido seu post excelente, mas devido a um luto familiar, não pude comentar na hora.
Sabe, amiga, o contato físico pessoal é indispensável... o passeio de braço dado... o toque tímido com respeito... certos carinhos pertinentes e pessoais.
O virtual não nos daria a dimensão exata da intensidade... seria o tal do amor platônico adolescente onde tudono ocorre nas nuvens...
Você foi intercalando sabiamente o real do provável...
Acontece tudo no imaginário, mas a cumplicidade e perseverança no Amor vai com o tempo na vida real... nos encontros fortuitos no início ou depois...
Tudo tão lindo!
Sou romântica à moda antiga, amiga .
Felicidades e bênçãos para você!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
🙏😘😘😘