Com véus discretos sobre a virgindade;
Olha e não olha, como a mocidade;
E um jovem deus pressente aquela graça.
Depois, a vide do desejo enlaça
Numa só volta a dupla divindade;
E os jovens deuses abrem-se à verdade,
Sedentos de beber na mesma taça.
É um vinho amargo que lhes cresta a boca;
Um condão vago que os desperta e toca
De humana e dolorosa consciência.
E abraçam-se de novo, já sem asas.
Homens apenas. Vivos como brasas,
A queimar o que resta da inocência.
Miguel Torga,
in 'Libertação'
Carta de amor não é, mas um belo poema que poderia tornar-se numa, também bela, história de amor.
Adolfo Correia da Rocha, conhecido pelo pseudónimo Miguel Torga (São Martinho de Anta, 12 de agosto de 1907 — Coimbra, 17 de janeiro de 1995), foi um dos mais influentes poetas e escritores portugueses do século XX.
Torga destacou-se como poeta, contista e memorialista, mas escreveu também romances, peças de teatro e ensaios. Foi laureado com o Prémio Camões de 1989, o mais importante da língua portuguesa. Aqui
ANDRÉ RIEU
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Carta de amor não é, mas um belo poema que poderia tornar-se numa, também bela, história de amor.
Adolfo Correia da Rocha, conhecido pelo pseudónimo Miguel Torga (São Martinho de Anta, 12 de agosto de 1907 — Coimbra, 17 de janeiro de 1995), foi um dos mais influentes poetas e escritores portugueses do século XX.
Torga destacou-se como poeta, contista e memorialista, mas escreveu também romances, peças de teatro e ensaios. Foi laureado com o Prémio Camões de 1989, o mais importante da língua portuguesa. Aqui
ANDRÉ RIEU
O homem que desmistifica a música clássica, transformando-a numa grande história de amor através da sua interpretação.
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Pois, cada qual o melhor!
ResponderEliminarO imenso Torga com um soneto de cortar a respiração e a Alma de André Rieu...
que bailado, Olinda! Lindo!
Beijinhos
Miguel Torga. Sempre a invocar deuses mais humanos. Deuses que desejassem os desejos dos homens…. Sou fã.
ResponderEliminarAndré Rieu, magnífico. Na passagem do ano assisti a um concerto dele na TV e encheu-me a alma.
Um bom fim de semana.
Um beijo.
Torga prova, a cada verso, sua sensível têmpera poética. Seus argumentos são de um reino maravilhoso: interior e exterior. Atemporal.
ResponderEliminarE este Xaile de Seda só poderia acolhê-lho num tema em que as estrelas nos são alento.
Beijo, minha amiga Olinda Melo.
perdem a inocência, mas ganham em brasa!
ResponderEliminaros deuses (quando existiam)!
excelente Torga!
o Andre Rieu vem muito a propósito:
com ele a Música perde a "virgindade", ou talvez melhor, a "pureza"
abraço
Delícias!... Delícias de Poesia de Amor e de Amor feito música. Ambos (Torga e Rieu) "Divinos" nas suas interpretações.
ResponderEliminarBeijo
SOL
Um post perfeito, um soneto maravilhoso e uma música de encantar o coração.
ResponderEliminarBom fim de semana
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Na simplicidade
ResponderEliminaro amor é revolucionário
Bj
Que belezas o poema de Torga, um dos meus poetas preferidos, e a música de André Rieu, que descobri há pouco, e que me encantou.
ResponderEliminarA temática destes posts - as cartas de amor e, por extensão, o amor - dá pano para mangas. Espero que continue mais algum tempo a explorá-la.
Bjo e bom domingo!
É simplesmente soberbo este soneto de Torga!
ResponderEliminarNão lhe conhecia tanta sensualidade numa composição poética.
André Rieu, outra excelência...
Amanhã, sou eu a iniciar a minha habitual semana do Amor.
Uma semana muito agradável.
Beijinhos, Olinda.
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