segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Que era é esta?







Não sei em que ano estamos
tu sabes?
Que era é esta?
O badalar dos sinos são
sirenes e bombas de areia e pó
e o tempo deixa de ser tempo
e era e séculos
de pegadas no calor desértico
e frio e fome de ser gente.

Parece-me ver uma luz
ouvir vozes de crianças
a dizer: vem
vem que a caminhada é longa
e nós precisamos do verde
das oliveiras da terra
onde moras onde contas
os anos as eras os séculos.

Vem dar-me os sinos
de areia límpida e florescente.
Queremos que o vento do
deserto nos traga as tuas
folhas verdes
de oliveira a renascer.

Teresa Lobato
in: Cinco Lágrimas por Alepo
pg.105


Um acto de amor solidário levado a cabo por vários poetas com a edição deste livro de Poesia pelas crianças de Alepo, cidade do norte da Síria devastada pela guerraSegundo a ONU, mais de 100 mil pessoas teriam morrido nos combates em Alepo e milhares de outras abandonaram suas casas

aqui encontrará a lista dos nomes desses escritores beneméritos.





Em relação à autora deste poema, Teresa Lobato, gostaria de poder trazer-vos alguns dados biográficos mas tenho receio de errar visto não ter encontrado termo de comparação. Se algum de vós a conhece peço o favor de confirmar os elementos constantes de aqui...ou, então, indicar-me o sítio certo.

Nota: O poema não tem título. Tomei a liberdade de usar para o efeito as palavras do terceiro verso: Que era é esta?

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Quinzena do Amor - De 31/01 a 14/02

Post 11 - A noite abre meus olhosPost 10 - sim.foi por um beijo em simples vendaval que morriPost 9 - Ó MãePost 8 - Alma minha gentil que te partistePost 7 - Do inquieto oceano da multidão,Post 6 - Amar teus olhosPosta 5 - Conheço esse sentimentoPost 4 - Éramos tu e euPost 3 - Saudades não as queroPost 2 -Não é por acasoPost 1 - É daqui a pouco


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1ª imagem: Pixabay

6 comentários:

  1. Este eu já conhecia.
    Tenho este livro.
    Uma abraço e uma boa semana

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  2. " Que era é esta ? " Uma pergunta para a qual não conseguimos resposta e o pior é que constatamos que a guerra, as atrocidades humanas, a falta de respeito pelo outro, continuam as mesmas, ano após ano, era após era, seja em monarquias, ditaduras e democracias. Hoje publiquei o meu post, um poema do sec XVIII e a única diferença deste é no tipo de escrita. Querida Olinda, muito obrigada pelo carinhoso mail que recebi há pouco e também por todo o carinho que me tens dedicado nesta fase nada fácil da minha vida. Continuarei a dar noticias. Saúde para todos aí em casa, pois o frio é muito e as gripes são um perigo. Um grande abraço, querida amiga.
    Emilia

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  3. Palavras fortes num contexto onde lágrimas são derramadas por tantas vidas perdidas
    Um beijo grande querida Olinda

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  4. Muito bem escolhido e oportuno,
    estimada Olinda.
    Vou tentar informar-me sobre a autora.

    Desculpe não estar mais participativa,
    mas estou com um problema de saúde que
    me obriga a entrar hoje de recesso.

    Beijinhos
    ~~~~~

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  5. Olá Olinda,
    Realmente ela fez parte do Livro acima citado. Sei que tem uma poesia fora do comum, Vive nos Arcos de Valdevez - Minho- .
    Sei que vai na próxima semana à Radio Vizela , ao programa da Conceição Lima, quarta-feira às 21h.
    Pode ouvir-se procurando Radio Vizela > on line> ouvir agora ( lado direito)
    Aqui, de certeza que ficar-se -à mais esclarecido.
    Quanto à poesia, já fala por si. Temos que fazer a nossa parte nem que seja uma lágrima azul...
    beijinho

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  6. Olá, Manuela

    Muito obrigada por ter aqui vindo, trazendo-me este contributo sobre a autora deste poema.
    Vou procurar ouvir o programa.

    Beijinhos

    Olinda

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