segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Cítara de teus dedos





Que a cítara em teus dedos se desdobre
Nos sentidos em mim despertos...

E dos sons longínquos
Apenas eco e murmúrio e dor da ausência
Seja em minha boca o brado

E a bruma se desvaneça
E tudo seja claro...

Que peregrino por ti
Me reconheço. E outra eternidade
Não quero...

In Coreografia dos sentidos
pg 92





...
uma coreografia de autor em que se reconhece o caminho já andado, mas onde a montanha se faz vale, ou seja, acolhe-se num múltiplo eu em busca do outro.

o que em Manuel Veiga é um destino sem cenários vagos.

tudo o absorve tudo lhe é pródigo e prece.
...

Isabel Mendes Ferreira




Nat King cole
Unforgettable







***




Boa semana, amigos.

Abraços.
Olinda


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Alguns posts aqui no Xaile de Seda, sobre Manuel Veiga
Imagem: Pixabay

5 comentários:

  1. Poesia e música lindas! E a cítara me fez lembrar da minha tia avó que a tocava cheia de sentimento! Muito bom!
    beijos praianos, linda semana, chica

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  2. Boa noite de paz, querida amiga Olinda!
    Você apresentou um poema do Manoel de maneira formatada tão romântica e muito ternamente ilustrada. que lindo o conjunto harmonioso!
    A música muito bem escolhida também.
    " Dor da ausência
    Seja em minha boca o brado",

    "Outra eternidade não quero"...
    Muito belo poeta, Amiga.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos fraternais

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  3. Hermoso poema. Te mando un beso.

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  4. A arte de compor de Manuel Veiga é sedutora, Olinda.
    Esta partilha vem a calhar.
    Veja que no poema: cítara, sentidos, sons, ecos, dor da ausência e bruma por associação constituem o primeiro movimento desta coreografia apresentada pelo poeta até o momento em que a neblina se dissipa. Com a clareza se descortinando, o eu se reconhece peregrino do Tu e admite não querer outra eternidade senão a audição permanente desta cítara desdobrada pelos dedos do Tu. Talvez porque esses dedos saibam deixar seus sentidos despertos.
    Uma boa semana para ti, Olinda.
    Beijinhos,
    José Carlos

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  5. Delicado, sentido e belo poema de Manuel Veiga.
    Obrigado pela partilha.
    Beijinhos

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