Consideremos o jardim, mundo de pequenas coisas,
calhaus, pétalas, folhas, dedos, línguas, sementes.
Sequências de convergências e divergências,
ordem e dispersões, transparência de estruturas,
pausas de areia e de água, fábulas minúsculas.
Geometria que respira errante e ritmada,
varandas verdes, direcções de primavera,
ramos em que se regressa ao espaço azul,
curvas vagarosas, pulsações de uma ordem
composta pelo vento em sinuosas palmas.
Um murmúrio de omissões, um cântico do ócio.
Eu vou contigo, voz silenciosa, voz serena.
Sou uma pequena folha na felicidade do ar.
Durmo desperto, sigo estes meandros volúveis.
É aqui, é aqui que se renova a luz.
António Ramos Rosa,
ordem e dispersões, transparência de estruturas,
pausas de areia e de água, fábulas minúsculas.
Geometria que respira errante e ritmada,
varandas verdes, direcções de primavera,
ramos em que se regressa ao espaço azul,
curvas vagarosas, pulsações de uma ordem
composta pelo vento em sinuosas palmas.
Um murmúrio de omissões, um cântico do ócio.
Eu vou contigo, voz silenciosa, voz serena.
Sou uma pequena folha na felicidade do ar.
Durmo desperto, sigo estes meandros volúveis.
É aqui, é aqui que se renova a luz.
António Ramos Rosa,
in "Volante Verde"
António Vítor Ramos Rosa (Faro, 17 de Outubro de 1924 – Lisboa, 23 de Setembro de 2013), foi um poeta, tradutor e desenhista português
Nota: Veja, aqui, Ramos Rosa no Xaile de Seda.
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Imagem - pixabay
Poema: Citador
Bom dia de Paz, querida amiga Olinda!
ResponderEliminar"Sou uma pequena folha na felicidade do ar."
Quantas vezes em nossa vida pudemos nos sentir assim...
Um jardim é uma representação do nosso estado de florescência da alma.
Um lindo poema da sua escolha.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos
A natureza transmite-nos sempre essa ideia de felicidade transversal, num mundo composto por mudança.
ResponderEliminarAbraço de amizade.
Juvenal Nunes
Que lindo e uma pequena folha tanta inspiração pode dar!
ResponderEliminarÓtimo dia!
beijos , chica
A natureza refletida neste belo poema, traduz a natureza humana e as suas vicissitudes.
ResponderEliminarBelo poema de António Ramos Rosa, que a amiga Olinda aqui partilhou.
Gostei muito estimada amiga.
Deixo os meus votos de um excelente dia, com tudo de bom.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
Me gusto poema. Te mando un beso
ResponderEliminarO Jardim... belo poema, querida Olinda,
ResponderEliminarum autor que estou conhecendo! Obrigada, amiga!
Um feliz fim de semana!
Beijinho, muita paz!
Um poeta inesgotável.
ResponderEliminarUm abraço.
Minha amiga Olinda,
ResponderEliminarComeçamos no Jardim do Éden e seguimos pelos inúmeros jardins da vida. Somos geometrias humanas que nunca andam em linha reta, gostamos de atalhos, esquinas... E quando chega o anoitecer do fim da vida: “Fiat Lux”.
Eu sempre gosto das tuas publicações.
Um carinhoso abraço!!!
Excelente escolha, um belo momento poético que nos leva pelo lindo mas complexo mundo do jardim. António Ramos Rosa é um poeta que muito aprecio ler.
ResponderEliminarBeijinhos
Olá.
ResponderEliminarJardins sempre inspiram belas poesias como esta que você nos traz.
Olinda,
ResponderEliminarespero que estejas bem e tendo dias cheios de alegrias.
O poeta que nos trouxe mostra seu olhar poético nos mínimos detalhes habitados num jardim. Revela os escondidos nas belezas.
Amei a partilha. Procurarei conhecê-lo mais.
Ótimo final de semana.
Bjsss,
Carmen
Que linda, detalhes iluminados pelo olhar do poeta. Gostei de conhecer um pouco deste autor. Grata pela partilha, bom início de semana.
ResponderEliminarDeixo meu link, quem sabe consegues acessar .
https://pensandoemfamilia.com.br/cronica/prosa-e-poema/