sábado, 21 de outubro de 2023

A leveza do ser

 


Voar talvez seja um dos momentos únicos em que o nosso corpo alcançaria a transparência da luz. Ir ao encontro de mundos desconhecidos e míticos, igualar-nos aos pássaros e apontar-nos ao princípio de tudo, quem sabe se não seria a nossa redenção. 

Mas o mar chama-me. 

Sinto o meu ser a flutuar, a tornar-se água, a ir até ao fundo e a voltar à tona, em cabriolas e danças, qual peixe que deixou o cardume e seguiu viagem, com a luz filtrada e focada nas profundezas. 

Ou então, meio gente, meio peixe, fazendo parte da
beleza rara que o fundo dos oceanos encerra...


Mar salgado

Amor Electro


Bom fim-de-semana, meus amigos.

Abraços

Olinda



===

Lembro o livro de Milan Kundera: "A insustentável leveza do ser".

M. Kundera faleceu a 11 de Julho de 2023

Apropriei-me de parte do título para este post.

Imagem: pixabay

28 comentários:

  1. Olá querida Olinda
    Que prosa envolvente!
    É maravilhoso sentir que estamos leves, flutuantes sem as amarras que tanto mal nos faz
    Eu amei a leitura
    Beijinhos minha querida

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    1. Muito obrigada, querida Gracita.
      De vez em quando temos de nos deixar ir...
      Votos de boa semana.
      Beijinhos
      Olinda

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  2. Ficou linda a apropriação e texto! Também sou mar, mas para nele chegar preciso voar...rs...

    Lindo fds!
    beijos praianos, chica

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    1. Pois é, Chica. Num momento surgiu-me o título do post e logo a seguir tive um baque: lembrei-me de Kundera e do seu famoso título.
      Não há dúvida de já tudo foi dito. Nada é novo.
      Beijinhos
      Olinda

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  3. "Voar talvez seja um dos momentos únicos em que o nosso corpo alcançaria a transparência da luz"[...] e [...] "quem sabe se não seria a nossa redenção.[...]?
    [...] "Mas o mar chama" [...] e não podemos negar que os elementos que nos rodeiam são parte de nós.
    Maravilha de Texto, Olinda.
    Parabéns.


    Beijo
    SOL da Esteva

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    1. É mesmo, caro Sol.
      Fazemos parte integrante de tudo o que existe.
      Obrigada.
      Beijo
      Olinda

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  4. Intenso, profundo. Gostei de ler. Elogio o bom gosto musical
    .
    Feliz fim de semana.
    .
    Poema: “ Não existe tempo sem tempo “
    .

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    1. Também gosto muito deste tema do "Amor Electro".
      Muito obrigada.
      Olinda

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  5. Bom sábado de paz, querida amiga Olinda!
    É encantador termos almas marítimas.
    Um bom e simples banho de mar nos refaz.
    Eu não conseguiria mergulhar jamais... Teria medo. Só em boiar já me satisfaz e sinto a tal leveza de que fala.
    O mar é para amar e se respeitar, digo sempre.
    Um lindo post com a leveza de águas serenas.
    Tenha um final de semana abençoado!
    Beijinhos com carinho fraterno

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    1. Querida Rosélia
      Sentir a leveza de águas serenas acalma.
      Também sabemos que o mar pode enraivecer-se.
      Há que amá-lo e respeitá-lo.
      Tenha uma boa semana.
      Beijinhos
      Olinda

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  6. Mergulhar talvez não, mas voar é a forma de se sentir pássaro .
    É como na música 'sei de cor o prazer de voar...quase perto, quase a viajar '
    A tal leveza que as nuvens oferece e vou sentir brevemente.
    Um abraço, Olinda. E boa nova semana.

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    1. Tecnicamente é possível dar um mergulho e nadar
      como um peixe. Já voar temos de recorrer à imaginação.
      E quanto a esta, não há limites.
      Tudo de bom, Lis
      Um abraço.
      Olinda

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  7. Como seria bom se pudéssemos voar, querida Olinda.
    Uma postagem magnífica que gostei imensamente
    Tenha um abençoado fim de semana.
    Um beijinho carinhoso.
    Verena.

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    1. Olá, Verena
      Seria mesmo bom, Verena.
      Já o tentámos, não deu resultado...
      Muito obrigada pela sua leitura.
      Beijinhos
      Olinda

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  8. Gostei do seu texto mas lembrei-me que não sei nadar... nem voar.
    Um abraço.

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    1. Nem eu sei.
      Penso que devia saber nadar pois nasci numa ilha.
      Quanto a voar já é outra história :)
      Um abraço

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  9. Já li este livro três vezes e cada vez me apaixono mais pelas novas descobertas. Escolhestes um belo fragmento. Este autor é excelente . A música perfeita . Grata pelas partilhas. Bom final de semana. Bjs

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    1. Olá, Norma
      Apenas me penitencio por parte do título que usei neste post.
      Quanto à obra, o autor deixa entrever as suas próprias experiências,
      tendo em conta a Primavera de Praga e todo o problema envolvente,
      um fio condutor que liga os quatro personagens.
      Muito obrigada pela sua leitura e gentileza.
      Beijinhos
      Olinda

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  10. Profundo poema. Me gusto mucho. Te manod un beso.

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  11. Amiga Olinda,
    Artificialmente já voei muito, de avião, de asa-delta, já pulei até de paraquedas... De modo lúdico, sempre voamos... Mas, o “mito de Ícaro” nos mostra que este desejo alado deve permanecer no desejo, assim como tantos outros desejos estão sujeitos a nós, mas, também não nos são permitidos.
    Um abraço!!!

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    1. Meu caro Douglas
      Queimar as asas não entra nos meus planos.
      A imaginação é imune a essas contingências.
      É feita de material de primeira água.
      E por falar em água, prefiro um bom mergulho
      embora fuja de Poseídon o mais possível.
      Um abraço
      Olinda

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  12. Às vezes queremos voar tão alto para perdermos as sombras que nos perseguem. Outras vezes sentimos o apelo do mar tão ferozmente belo que nos traz o apelo dos náufragos. "A insustentável leveza do ser" é um livro magnífico. Estou a pensar relê-lo.
    Tudo de bom, minha Amiga Olinda.
    Uma boa semana.
    Um beijo

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    1. E entre uma coisa e outra deixamo-nos ir nas asas da imaginação.
      Talvez consigamos voar mesmo como os pássaros e ir às profundezas
      sem saber nadar...
      Querida Graça, tenha também uma boa semana.
      Beijinhos
      Olinda

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  13. Olá, querida Olinda, rsss, estive pensando... gosto de observar o mar, o horizonte lá longe, numa paz invejável, mas só, respeito profundamente o mar,
    pois já tive intimidade com ele e me vi mal...
    E quanto a voar, primeiro teria de me imaginar um pássaro plainando nos ares, não seria ruim, acho que teria menos problemas do que com os humanos e suas infames guerras, destroçando, matando sem dó.
    Que bela postagem, amiga, poderia ficar aqui deixando livre meus pensamentos. Adorei ler!
    Uma ótima semana, muita paz para todos nós.
    Beijinhos, amiga.

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    1. Querida Taís
      Observar a linha do horizonte atrai-me. Quando tenho o mar ao pé
      gosto de o fazer, imaginando o que haverá para lá desse limite...e
      se o tempo estiver nubloso o mistério adensa-se...
      Voar e ficarmos acima das nuvens. Será que isso é possível?
      Gostaria de experimentar...
      Muito obrigada pela sua bela presença.
      Beijinhos
      Olinda

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  14. Gostei muito do texto, é sublime.
    Também gostei de ouvir a Marisa Lis.
    Um abraço e boa semana.

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    1. Muito obrigada, caro Jaime.
      Marisa Lis interpreta sempre os temas com essa paixão.
      Gosto muito dela.
      Abraço
      Olinda

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