O dinheiro governava o mundo. Sem ele, um homem não era nada. Por isso, quando um homem se elevava a uma posição onde pudesse deitar a mão a qualquer hipótese de enriquecer, não admirava que o fizesse sempre. Para se enriquecer através da política, tinha de se assegurar a eleição como pretor; a fortuna fazia-se nesse momento, os anos de grandes despesas acabavam por auferir dividendos. Porque o pretor iria governar uma província, e aí era um deus, podia servir-se à vontade do erário. Se possível, travava uma pequena guerra contra qualquer tribo bárbara confinante, levava o ouro e os tesouros sagrados, vendia os cativos como escravos e amealhava os lucros. Mas se as perspectivas de guerra fossem sombrias, existiam sempre outras vias: podia negociar cereais e outras mercadorias principais, podia emprestar dinheiro a taxas de juro exorbitantes (e usar um exército para cobrar os juros, se necessário), falsificar os livros de contas depois de recebidas as taxas, racionar a atribuição das cidadanias romanas subindo-lhes o preço, receber honorários ilícitos pelo que quer que fosse, desde a promulgação de contratos governamentais até à isenção do tributo de uma cidade em relação a Roma.
In"O Primeiro Homem de Roma", pg 42 - Colleen McCullough
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Dantes como agora, sempre, o dinheiro, qualquer que seja o tempo. Com ele se compra poder, armamento, influências, posições de destaque, e até consciências. Uma das formas venais mais tristes é quando a sociedade se deixa dominar pela corrupção. Desde o mais pequeno cargo até ao mais alto. Mas também se diz que quem detém a Informação é dono do poder. Mas por detrás de tudo isso, o vil metal.
Tendências que perduram, atravessam gerações, com alguns laivos de lucidez aqui e ali.
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Bom fim-de-semana, amigos.
Abraços.
Olinda
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Imagem Wiki:Denário - moeda de maior circulação na República Romana
Uma publicação muito esclarecida. O dinheiro e a cupidez que suscita no homem faz da riqueza, por vezes, uma situação criticável.
ResponderEliminarUm abraço Cara Olinda.
Querida amiga Olinda, boa noite de sábado!
ResponderEliminarNão me deixo corromper pelo vil metal. Pura ilusão. Não compra o fundamental.
Não entendo a inversão de valores reinante no mundo na busca desenfreada por dinheiro e riquezas várias.
Vamos sonhando com um mundo menos mercenário, Amiga. E fazendo por onde no que pudermos...
Tenha um final de semana feliz e abençoado!
Beijinhos
Infelizmente quem com muito dinheiro , ainda hoje, sente-se empoderado e acha que tudo pode! Isso dificilmente acabará!
ResponderEliminarbeijos praianos, tudo de bom,chica
Amiga Olinda,
ResponderEliminarEsta passagem bíblica muito conhecida diz: “Dai a César o que é de César...” - que é o começo de uma frase atribuída a “Jesus Cristo” (nos evangelhos sinóticos - “Mateus” 22:21), onde se lê: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. - e significa: Dê a Deus o seu amor e, o dinheiro para pagar os seus tributos (contas e impostos).
O problema que o “bicho homem” é ganancioso, pegou até as palavras de Deus e começou a ganhar dinheiro com elas, como podemos observar nas inúmeras religiões mercantilistas espalhadas pelo Mundo. E este é só um exemplo de ânsia por ganhos exorbitantes.
Um bom mês de setembro para ti e que o teu fim de semana seja suave!!!
Sim ,Olívia , é uma linguagem universal, todo mundo almeja.
ResponderEliminarPode ser forte e tambem calculista e mesquinho . No nosso cotidiano é necessário e muito bem vindo , no entanto pode trazer conforto e também muita miséria. Depende do tamanho da corrupção .
Um bom texto, Olívia para ler e entender que desde sempre o dinheiro e o poder , podem tudo , capaz de trazer satisfação ou tristeza.
Bom final de semana, com abraço e carinho.
Muy interesante el dinero y el poder siempre han estado presentes en la historia humana Te mando un beso.
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ResponderEliminarO dinheiro não compra felicidade, apenas pode comprar alguns momentos!
Dou mais valor a outras coisas!
um beijinho, Olinda!
O dinheiro continua a ser determinante na vida da humanidade.
ResponderEliminarMagnífico post, gostei de ler.
Boa semana.
Um abraço.
E nunca vai mudar, minha Amiga Olinda. A humanidade está a regredir. Os valores passam cada vez mais pelo dinheiro, pelo poder, pela fama. Por onde andam a fraternidade e o amor? Por todos os cantos do mundo há conflitos que provocam sofrimento e morte. A guerra é um negócio, todos sabemos disso. E isto dói. Obrigada pela oportunidade deste texto.
ResponderEliminarTudo de bom.
Uma boa semana.
Um beijo.
Infelizmente presenciamos isto. O ter cada vez com mais valia do que o ser. Considero que estamos assumindo uma nova roupagem, mas estamos a regredir.
ResponderEliminarO interesse maior não é o bem coletivo, mas o poder em si mesmo. Ótima partilha para reflexão. Boa noite, bjsss
Mas parece que isso foi escrito hoje!!!
ResponderEliminarÉ o homem que comanda o espetáculo, e assim será,
não temos saída, para uns é o mundo que não pediram;
para outros é o paraíso na Terra! Doce ilusão.
O que temos de fazer, é escutar nossa consciência, a razão,
o certo. Não teremos muito, mas teremos a paz de espírito, essa
sim não é para qualquer um deles...
Excelente postagem, querida Olinda! E como temos a falar disso...
Uma feliz semana,
beijinho
O dinheiro e o poder que ele traz comandam o mundo!
ResponderEliminarAbraço
É exatamente como disse. Ontem como hoje o ser humano torna-se tanto mais corruto quanto maiores são os cargos que detém, deixando-se atrair e dominar pela cupidez.
ResponderEliminarAbraço de amizade, Olinda.
Juvenal Nunes
Hello!
ResponderEliminarMoney and power have ruled the world for years, but they are not the most important and everyone who has feelings knows it.
Greetings from Poland!
Infelizmente o vil metal, continua a traçar os destinos do mundo... ou a condenar os destinos do mundo... no caso das alterações climáticas... em que há consciência que que muito precisa ser feito, em termos de energias alternativas... mas não há vontade na mudança, por implicar largos investimentos sem um retorno imediato...
ResponderEliminarUm dia quando não houver mais planeta para salvar, gostaria se saber onde os senhores do mundo, outro irão arranjar...
Adorei o post! Claramente, nem mesmo quando a história se repete vezes sem conta... o Homem não aprende com os seus erros... como ser pensante que se julga ser... definitivamente os critérios de inteligência, funcionam entre uma margem muito estreita...
Felizmente a natureza, evolui... sem precisar de saber as cotações em bolsa, do dia... e cada vez nos mostra com maior veemência, o quanto os humanos são dispensáveis, na sua inacção em prole da sustentabilidade do seu modo de vida, que já arrasou 75% da superfície do planeta...
Um beijinho! Sempre um gosto imenso, passar por aqui!
Ana