domingo, 6 de setembro de 2020

Vida pós-Covid ou com Covid?

Acho interessantíssimo falar-se da vida pós-Covid, como se já tivéssemos atravessado o deserto com o oásis à vista, quando é certo que este será, por enquanto, apenas uma miragem. Neste momento não há certezas nenhumas sobre quando nos poderemos considerar livres de tal vírus, pois não há medicamentos específicos para o combater e vacina muito menos, ainda que haja algumas notícias nesse sentido. 

Compreendo que se queira pensar o futuro, fazendo projectos disto e daquilo. Mas não descuremos o presente que se apresenta tão periclitante. Esta pandemia veio pôr a nu situações gritantes de desigualdade social. A imposição do confinamento se, por um lado, terá sido o mais acertado até se perceber que medidas concretas poderiam ser tomadas, por outro veio atirar para a miséria pessoas cuja situação financeira já não era famosa. 

Daí que tenhamos de retomar a vida, as nossas actividades, agora, no quotidiano. Não há alternativa. De nada vale ficarmos trancados no nosso medo, sumamente humano, de ficarmos infectados. Todos os nossos hábitos diários implicam essa possibilidade. Tudo o que é produzido sai de mãos humanas, desde o cafezinho que vamos tomar ao Café da esquina, aos bolos, às refeições e compras que fazemos ou que nos vêm trazer a casa, ao restaurante que frequentamos, às fábricas de transformação de alimentos, ao dinheiro que passa de mão em mão, ao multibanco, ao rodar a maçaneta de uma porta, ao abraço a familiares e amigos, tudo é passível de transmitir a infecção. Nós, os humanos, somos os agentes deste vírus. Os únicos? Não sabemos ainda, penso eu.

Assim, o que há a fazer é todos nós seguirmos as regras que se têm como boas, isto é, consideradas capazes de nos defender de percalços. Não há dúvida nenhuma de que a situação não se presta a que nos relaxemos, não é verdade? Lavar as mãos, desinfectar as mãos, usar máscaras em espaços fechados...não fazer ajuntamentos, guardar distâncias de segurança. 

A abertura das escolas, dos colégios, dos infantários vem colocar-nos um desafio enorme. Será uma obra hercúlea. Nem sei como impedir que crianças de tenra idade se mantenham afastadas umas outras por mais regras que haja...Que Deus nos acuda!  

Quanto à máscara, lembremo-nos de que esta pandemia é real e que ela, a máscara, entre outros cuidados, serve para nos proteger da infecção e se lidarmos com ela displicentemente acabará por ser um veículo de transmissão do vírus.


 

Boa semana, meus amigos.

E muita Saúde!

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46 comentários:

  1. Boa noite de domingo, querida amiga Olinda!
    Um post bem realista, verdadeiro.
    Nos seis meses, fiz tudo que a OMS recomendou...
    Tive medo, confesso, não medo de pegar a doença... Meu medo foi atenuado pelo isolamento solidário que fiz com consciência.
    O que mais me deixou tensa foi pensar que um dos meus amados contraísse o vírus. E ficava assustada com isso e muito. Eles iam ao mercado, eu não...
    Confesso, amiga, que não fiquei paranóica. Confiei no delivery, não guardava nada nos recipientes que vinha, tudo era posto nos meus frascos e jogados fora os da rua por mais bonitos que viessem...
    Tudo que diz aqui é real, mas eu voltei por meia hora num horário sem movimento quase, a caminhar no dia 1 do mês, depois de 6 meses. Já de ontem para cá, como e feriado longo aqui e ainda unido à festa da padroeira do Estado na terça, não sai de casa nem sairei.
    Praias foram liberadas por interesse comercial. Estou longe de aglomerações.
    Uma coisa é pegar o vírus tendo a consciência tranquila de que tudo fizemos para evitar.
    Outra é como pessoas que vêm chorando nas reportagens implorando para que acreditamos, pois contraíram por não crerem e, por sorte, ficaram curadas e muitas com sequelas.
    Vamos obedecendo, amiga. Vale a pena.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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    1. *implorando para que acreditemos...
      Desculpe-me
      Bjm

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    2. Olá, querida Rosélia

      Um sufoco, seis meses de confinamento. Por cá, oficialmente, foi menos tempo, e mesmo assim ainda nos sentimos confinados pela falta da família alargada e amigos.

      De facto todos os cuidados com a alimentação e todos os artigos que usamos no dia-a-dia criava e cria tensão e temos saudades "de quando éramos felizes e não sabíamos", como disse a querida Taís num belo post.

      Vamos ter de continuar atentos na defesa da nossa saúde e da dos que nos são próximos. Mesmo que apareça uma vacina viável, ela não será para breve segundo se diz.

      Minha amiga, tenha dias harmoniosos junto aos seus.

      Beijinhos

      Olinda

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    3. Saúde e paz, amiga.
      Bjm de gratidão

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  2. Querida Olinda, estou indo pela minha intuição e não porque é a ordem. Se aglomerações são arriscadas, se não ficarmos em isolamento social para evitar o contágio é mais segurança. Não me diz absolutamente nada a flexibilização para que a economia não sofra as alterações que assustam nossos governantes. Os que precisam trabalhar, não tenho nada contra, chegou a hora de cada um cuidar de si, mas sabemos que após cada flexibilização as estatísticas tendem a aumentar os óbitos e os contágios, não tenho dúvidas, esse isolamento não é nada mais do que tempo necessário para que os hospitais fiquem equipados, que não vão centenas de pessoas ao mesmo tempo em busca de respiradores e leitos hospitalares, não há disponibilidade e as pessoas vão morrer por falta de recursos técnicos. Esse é o motivo que deve ser levado em conta. Porém o que acontece é essa falta de noção, esse ímpeto de continuarem uma vida quase como antes em pessoas que não estão levando a sério o covid 19. Eu conheço pessoas, bem de perto, que falta a conscientização e escutar mais os especialistas na área, pois isso é ciência! Criancinhas voltarem às aulas não manterão o distanciamento necessário e nem ficarão o tempo todo com máscaras, vai piorar tudo e voltarão a fechar.
    Beijo, querida amiga, cuide-se,
    até mais!

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    1. Querida Taís

      Sei que no Brasil têm vivido momentos aflitivos com a Covid-19. Realmente, é necessária a distância de segurança entre as pessoas e ter os cuidados recomendados também. A abertura das escolas vai fazer recrudescer o perigo de contaminação pelo vírus. E toda a atenção é pouca...
      Que tudo corra da melhor forma possível.
      E desejo que as coisas aí fiquem mais leves e encontrem soluções viáveis no ataque à doença.

      Beijos
      Olinda

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  3. Que situação essa em que estamos vivendo...Meses de saudades de abraçar filhos, netos... E desilusão agora passados tantos meses, ao ver que o mundo já está vivendo nova onda ,enquanto nós aqui nem ao menos saímos da primeira. Número enorme, altíssimo de mortes...Escolas por começar,, mas creio não dará certo.Terão de ser novamente fechadas. Aqui no Brasil nem foi feito lockdown como nos outros países, do modo certo mesmo ,como vimos ser adorados. E no entanto, agora já estão liberando, o povo vivendo como se o vírus fosse já passado... Veremos no que vai dar. Mas confesso desesperança!@ beijos, gostei do teu texto! chica

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    1. Olá, Chica

      Realmente, o que doeu mais no confinamento foi a separação dos entes queridos. E aí no Brasil ainda estão a viver essa situação somada a problemas de avaliação cabal da própria doença.

      Desejo que as coisas vão evoluindo positivamente de modo a que as pessoas se sintam apoiadas.

      Beijinhos
      Olinda

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  4. Penso que aquela gripe dita normal acabou. Fica em seu lugar o covid-19. Este vírus "nasceu" para matar e veio para ficar. É a minha opinião que vale o que vale-.
    .
    Tenha um dia feliz

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    1. Olá, Rykardo

      Já nem se ouve falar nela, a gripe dita normal. A Covid-19 monopolizou tudo. Até se deixou de ir aos hospitais para tratamento de doenças graves, levando a que haja muito mais mortes e não devidas ao vírus...segundo as estatísticas.

      Obrigada pelo comentário, meu amigo.

      Abraço
      Olinda

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  5. Sim minha querida é uma miragem, ainda teremos que conviver um tempo com esta "coisa". Bom dia amada E chegou a grande final da minha brincadeira de poesia, assim venho te convidar para participar votando. É simples e indolor vá até os comentários da postagem e anote o número ou o título da poesia e por favor mesmo que tenhas uma conta no google se identifique e anote o link de uma página sua que esteja ativa, seja blog, FaceBook, Insta, YouTube… De já meu abraço e carinho! https://ostra-da-poesia2-as-perolas.blogspot.com/2020/09/final-11-pena.html#comment-form

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    1. Querida Lindalva

      Gostei muito de ver a quem pertence cada Poema. Os meus Parabéns a todas. E muitas Felicitações a sia, minha amiga, por essa bela iniciativa.

      Beijinhos

      Olinda

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  6. Por mais cruel que pareça ainda vamos viver por muito tempo com este vírus que nos infernizou a vida. É preciso continuarmos a ter cuidado. Não adianta facilitar porque depois é tudo pior. Temos que conservar a esperança de que haja rapidamente alguma solução. Desanimar é muito pior.
    Um texto muito a propósito de tudo o que penso, minha Amiga Olinda.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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    1. É isso, querida Graça, a solução que tarda mas pela qual
      vamos ter de aguardar, pois não há outro remédio. Enquanto isso,
      sejamos sensatos no nosso quotidiano.

      Beijo

      Olinda


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  7. Infelizmente vamos ter que viver com esta realidade. As nossas crianças e jovens têm que ser responsabilizadas aos factos existentes. Nestas férias, de certo que, existiu muita gente sem noção da realidade, daí a pandemia estar a subir! As escolhas estão preparadas (penso eu) para receber os alunos em segurança, até porque as aulas vão ser mais espaçadas...
    -
    Atípicas, as sedes desmedidas ...
    -
    Beijos, e uma excelente semana.

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    1. Olá, Cidália

      Esperemos que sim, que tudo corra como todos desejamos.

      Beijo

      Olinda

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  8. Olá Olinda querida

    Passando para deixar um abraço e desejar uma semana cheia de amor, felicidade e grandes realizações.

    Beijos
    Ani

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    1. Olá, Ani

      Obrigada pela presença. Fui visitar a sua menina.
      Gostei muito do seu blog.

      Beijo
      Olinda

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  9. Vamos viver assim por muito tempo. Creio até que a máscara vai incorporar nosso vestuário. A pandemia ressaltou e aumentou a desigualdade. Como podem aqueles que vivem em minúsculos aposentos, já aglomerados em família, adotarem o distanciamento? E os tantos que estão sem poder "trabalhar"?
    Não sou favorável à reabertura das escolas. Nossa, se tivesse filhos em idade escolar estaria apavorada. Não podemos, por ora, fazer planos a longo prazo. Só nos resta atender as orientações dos órgãos reguladores da saúde. Bjs.

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    1. Olá, Marilene

      Sim, a máscara vai incorporando o vestuário e, em muitos casos, damos conta, ainda mais, da desigualdade entre as pessoas, se atentarmos nos preços a que ascendem, por uma questão de luxo.
      A questão de espaço disponível por família e pessoas despedidas dos seus empregos, outros dois grandes problemas.

      Beijo

      Olinda


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  10. O COVID transformou as nossas vidas sem remissão e , pelo meio, destroçou muitas .

    Será bom que as pessoas tenham noção de que vivemos e viveremos com o inimigo entre nós e que temos de nos defender.

    A desigualdade social agravou-se e, não, não estamos todos no mesmo barco.Quando muito , estamos no mesmo oceano.

    Abraço e saúde

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    1. Olá, São

      Uma grande verdade. Não estamos no mesmo barco. Li algures que estamos, sim, "no mesmo oceano" e a embarcação é que difere.

      Beijo

      Olinda

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  11. "de nada vale ficar trancados no nosso medo..." tem razão, amiga Olinda.
    o medo é sempre mau conselheiro.

    mas também a irresponsabilidade, como muito bem faz notar!
    há, pois, que cumprir as regras.

    por mim, seja "vida pós-Covid ou com Covid", tenho alguns projectos que quero ver realizados.

    por isso, estou disposto a cumprir as regras todas.
    até mesmo engolir sapos, se for o caso...

    excelente crónica
    abraço

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    1. Bem haja por essa força, Manuel.
      Se não lutarmos por aquilo que desejamos
      quem o fará?

      Abraço

      Olinda

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  12. Boa tarde, queria Olinda.

    A verdade é que não sabemos em que fase da pandemia estamos e, neste momento, temos receio da reabertura das aulas. É difícil de gerir. Há localidades onde o vírus não passou e parece que estão noutro planeta. Ninguém se cuida. Noutras as regras são respeitadas.
    Os problemas associados à Covid aumentam.
    Por mim, vou contribuir para a erradicação do problema.
    Boa crónica! A reflexão é tão importante!

    Beijos, amiga.

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    1. Olá, Querida Teresa

      Enquanto uns se cuidam outros fazem de contas que nada os pode atingir. Tenho o exemplo disso perto de mim, junto a um café, onde há ajuntamentos, música alta, bebidas...
      A abertura das escolas preocupa-me. Esperemos que tudo decorra sem grandes dificuldades.

      Beijos

      Olinda

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  13. A vida tem de seguir...
    do futuro não sabemos nada, somos nós que o temos de ir construindo dia após dia, com cuidados sempre, mas sem nos acobardarmos.

    Beijinhos.

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    1. Com efeito, querida Fá. A vida tem de seguir e nós com ela.
      Com os cuidados necessários.

      Beijo

      Olinda

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  14. Oi Olinda

    Fiquei muito feliz com a sua visita meu blog e já estou seguindo o seu, só fiquei com uma dúvida, porque não aparece sua foto nos meus amigos seguidores... Referente a sua postagem concordo que temos que continuar nos cuidando pois a pandemia ainda não acabou.

    Beijos
    Julia

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    1. Olá, Júlia

      Tenho tido esse problema quando pretendo seguir um blog: a foto do meu blog, como a que tenho aqui, não fica. Sei que tenho de mexer no meu perfil e ver o que não está a funcionar. Penso fazê-lo em breve.

      Grata pela visita e comentário. :)

      Beijos

      Olinda

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  15. A pandemia continua nas preocupações de toda a gente e assim deve continuar para evitar males maiores.
    O regresso às aulas pressupõe situações que ainda não enfrentamos. Todos os cuidados são poucos, o que nos leva a ter que viver, como sói dizer-se, com o credo na boca.
    Enquanto há vida há esperança. Aguardemos.
    Abraço solidário.
    Juvenal Nunes

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    1. Diz bem, caro Juvenal
      Enquanto há vida há esperança.
      A abertura das escolas é um grande desafio.

      Abraço

      Olinda

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  16. Unas sensatas reflexiones sobre esta pandemia.

    Nos hace falta suerte.

    Abrazo.

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    1. Obrigada pelo comentário, Tristán.
      Haja sorte e responsabilidade.

      Abraço

      Olinda

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  17. Vamos a ver se dá certo...

    Oxalá!


    Bem haja!

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  18. Cara Olinda Melo,
    Muito oportunas e pertinentes todas as considerações que faz sobre esta pandemia que nos impôs regras e atitudes que mudaram completamente a nossa vida. Nota-se insegurança em cada um de nós, diria até algum medo. É natural que assim seja. Por isso mesmo, devemos mais que nunca ser sensatos, cuidadosos, responsáveis, porque, verdadeiramente, ninguém sabe como e quando tudo isto vai acabar.
    Vamos acreditar que tudo vai correr bem. Bem haja!
    Um abraço,
    A.S.

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    1. Olá, A.S.

      Realmente é uma incógnita. Mas acreditemos no nosso bom senso.

      Abraço

      Olinda

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  19. Dizer (sentir) tão só que é tragédia que nos vai acompanhar longo tempo, será pouco. Seja o que for, está para durar um largo período pouco optimista. Trabalho oportuno. Parabéns.



    Beijo
    SOL

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    1. Parece que sim, Sol da Esteva, vai levar muito tempo a desaparecer. Um vírus que veio alterar toda a nossa forma de vida. Tenhamos todos os cuidados necessários para se evitar males maiores.

      Abraço
      Olinda

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  20. Muito sucesso e obrigado por ter aparecido.
    Eu vou passando.
    Abraço

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    1. Obrigada,Andradarte.
      Sempre bem-vindo.
      Abraço
      Olinda

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  21. Olinda :apreciei por demais a sua reflexão.
    Que consigamos logo sair desse pesadelo de olhos abertos que estamos vivendo!!!
    Um grande abraço virtual para ti...sem máscaras...rs

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    1. Boa tarde, Lia

      Que assim seja e com a urgência que todos desejamos.
      Muito obrigada pela sua presença e comentário.

      Abraço
      Olinda

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