CAMPINAS inicia hoje uma semana de homenagem a Guilherme de Andrade de Almeida (1890-1969), advogado, jornalista, heraldista, crítico de cinema, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro, agora que passam 50 anos sobre a sua morte. Daqui do Xaile adiro a essa iniciatiava, de modo que nos próximos dias publicarei poemas seus, recorrendo a fontes que indicarei mais abaixo.
Para já, o poema A Carta que eu sei de Cor que foi declamado na Faculdade de Letras de Coimbra, em 1930, na importante conferência "Poesia Moderníssima Brasileira":
A Carta que eu sei de cor
Há tanto tempo não te vejo: há quasi um dia;
estou tão longe: do outro lado da cidade...
Tive sonhos tão bons esta noite! Vem vê-los:
ainda estão nos meus olhos loucos de alegria.
Sabes? esta manhã cortei os meus cabelos.
Denunciavam-me tanto! E a ti também, meu poeta...
Que alívio! Tenho a sensação de haver cortado
relações com alguma amiguinha indiscreta.
Agora estamos mais a nosso gosto. Agora
o meu gosto será bem menos complicado
Para pôr o chapéu, quando me for embora...
Sinto-me tão feliz! Tive um riso sincero
ao meu espelho: e esse sorriso revelou-me
que o meu único mal é este bem que eu te quero..."
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
E quando chego ao fim da carta, sinto, vejo
que a minha boca toma a forma do teu nome:
a forma que ela tem quando vai dar um beijo...
Combatente na Revolução Constitucionalista de 1932 e exilado em Portugal, após o final da luta, foi homenageado com a Medalha da Constituição, instituída pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Sua obra maior de amor a São Paulo foi seu poema Nossa Bandeira além do Hino dos Bandeirantes - oficializado como letra do Hino do Estado de São Paulo - e da letra do hino da Força Pública (atual Polícia Militar do Estado de São Paulo). É proclamado "O poeta da Revolução de 32". aqui
====
Olinda, aplaudo esta homenagem ao poeta brasileiro Guilherme de Almeida.
ResponderEliminarDele conhecia apenas a tradução do poema que publiquei no Rol, e que tu já leste.
Agora, graças à tua iniciativa vou ler e saber mais sobre a sua obra.
O poema "A carta que eu sei de cor" é delicioso. Venham mais!
Beijo.
Bom dia:- Bonita homenagem sem dúvida.
ResponderEliminar.
Desejando um dia feliz
.
** Amor em desventura **
Uma homenagem merecida.
ResponderEliminarGuilherme de Almeida deixou-nos uma obra notável.
Olinda, continuação de boa semana.
Beijo.
Boa partilha
ResponderEliminarVou desbravar
Não conhecia
Bj
"Há tanto tempo não te vejo: há quasi um dia;
ResponderEliminarestou tão longe: do outro lado da cidade..."
tão expressivo, amiga!
uma Carta que é um prazer ler e reler completa!
é sempre bom conhecer um "Príncipe Letras"
que vão rareando ...
abraço
A carta que qualquer um gostaria de recebe. Tão cálida!
ResponderEliminarVou acompanhar estas publicações, querida Olinda.
Bem merecida está homenagem!
Beijos.