Os olhos rasos de mar
sobre imagens transidas
de fome e sede e frio e medo.
E o medo, raízes.
Zinco ferro vidro,
a lâmina, a dor, o sangue,
e tudo o que em silêncio, dizes.
A noite em que envelheço
apertando nos braços as sombras
que reconheço
de crianças noutrora felizes.
Encher cada lágrima imensa
de sementes de trigo e de paz.
E na terra árida da indiferença
ver nascer sentença assaz
que conceda aos campos lisos
abertos, outra vez,
mil sóis
mil sorrisos.
LÍDIA BORGES
In: Cinco Lágrimas por Alepo
pg. 14
Pela Síria, por um mundo melhor, por todos nós.
Abraço.
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Imagem: daqui
Olinda, esta mensagem tocou fundo no meu coração.
ResponderEliminarQue bela escolha!
Na "terra árida da indiferença", haja quem faça a diferença.
Eu sou «SÍRIA PACIFICADA».
Beijo, amiga.
Gosto da poesia da Lídia e este poema não foge à regra.
ResponderEliminarContinuação de boa semana, amiga Olinda.
Beijo.
Estamos novamente com as crianças de Aleppo em risco
ResponderEliminare o livrinho é novamente pertinente... também o tenho.
Um 'post' de grande humanidade, estimada Odete.
Beijinhos
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por um Mundo Melhor e por todos nós.
ResponderEliminarque vemos abusos e crianças estropiadas em todas as geografias e latitudes.
gostei do poema, Olinda
Abraço
Porquê? Porque é que isto tem de acontecer?
ResponderEliminarO poema tem tanto de belo como de triste.
Convidamos a ler o capítulo IX do nosso conto escrito a várias mãos "Voar Sem Asas"
https://contospartilhados.blogspot.pt/2018/04/voar-sem-asas-capitulo-ix.html
Bom fim-de-semana.
Saudações literárias!
Como o mundo seria outro se não houvesse terras áridas de indiferença.
ResponderEliminarBelíssimo poema
Beijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco
"Encher cada lágrima imensa
ResponderEliminarde sementes de trigo e de paz.
E na terra árida da indiferença
ver nascer sentença assaz
que conceda aos campos lisos
abertos, outra vez,
mil sóis
mil sorrisos."
Feliz remate de um excelente poema, uma obra em que tive o grato prazer de participar.
Por um mundo melhor.
Beijinho, Olinda.
Beijinho, Lídia.
Já não só " cinco lágrimas por Alepo", são uma torrente delas por toda a Siria, ou melhor por todo o povo deste país, por todas as crianças, muitas das quais a unica canção de ninar que conhecem é o estrondo das metralhadoras e dos canhões; e agora, como se não bastassem estes, a noite escura é iluminada pelas luzes dos misseis ameaçadores que atravessam os céus com o seu poderio destruidor; destroem e matam, mesmo querendo provar o contrário. A Siria chora e com ela choramos nós também! Obrigada, Olinda, pelo poema tão pertinente, tendo em conta o que hoje aconteceu. Boa noite, amiga. Um beijinho
ResponderEliminarEmilia
"...Mas as Crianças, Senhor!..."
ResponderEliminarLágrimas de dor e medo em contraposição com a ausência de risos e brincadeiras.
O que será que sentem os Homens?
Beijo
SOL
Não conheço a autora. Nem a Síria. Perco o optimismo e o tom melódico do poema (que gostei). Pena é que não chegue a quem permite a mortificação...
ResponderEliminarabraço, amiga.
A Lídia Borges escreve com o coração. Este poema vem ao encontro daquilo que penso. E digo com ela:
ResponderEliminar"Encher cada lágrima imensa
de sementes de trigo e de paz.
E na terra árida da indiferença
ver nascer sentença assaz
que conceda aos campos lisos".
Beijo grande para as duas e obrigada, Olinda, por trazer este poema.
Uma boa semana.
abertos, outra vez,
mil sóis
mil sorrisos.
Bom dia Olinda!
ResponderEliminarQue belo esse poema da Lígia Borges.
Uma construção perfeita, finalizou maravilhosamente. Uma poema que dar prazer em ler.
Andei ausente devido os afazeres da vida, mais aos pouco tudo se ajeita.
Uma excelente semana cheia de coisas boas
Um beijo!
Abração!
Escrevinhados da Vida