Encaixado entre Índia e a China, o Nepal não faz parte do temível Círculo do Fogo do Pacífico, mas está lá perto. Ainda não há muito tempo vimos a devastação causada no Haiti (2010) e um pouco mais para trás (2004) o tsunami na referida zona, área de grande movimentação de placas tectónicas, associada a uma série quase contínua de trincheiras oceânicas, arcos, couraças e cinturões vulcânicos. Em 2011, o sismo que abalou o Japão trouxe um perigo acrescido: a explosão ocorrida na Central Nuclear de Fukushima. Anteontem, o Japão voltou a tremer. Tudo isso coloca-nos questões preocupantes.
Um dia destes o Google homenageou a geodesista e sismóloga dinamarquesa, Inge Lehmann. Através da análise de dados sísmicos, esta cientista concluiu que o centro da Terra não era constituído apenas de material fundido como se acreditava até então: para além da parte externa, material fundido, o núcleo* era também constituído por uma parte interna com características diferentes, isto é, com material sólido. Uma pequena pesquisa informar-nos-á da evolução das suas hipóteses, confirmadas em 1970.
Igualmente meritório o trabalho de outros sismólogos que tantas descobertas têm levado a cabo em prol do conhecimento sobre esta matéria. Mas,uma circunstância que continua a perturbar-nos é a falta de resposta em relação à previsão da ocorrência dos sismos. Não são reconhecidas variações de parâmetros simples ou conjuntos de parâmetros que permitam, por si só, estabelecer com certeza uma previsão quando, onde e com que magnitude vão ocorrer sismos, diz-nos o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, aqui.
Eis uma brecha colossal, quase impossível de colmatar. Conhecemos as terríveis consequências desse desconhecimento. Provavelmente, haverá já estudos na procura de soluções. Talvez a prevenção no que diz respeito à edificação e à formação das pessoas fossem desejáveis o mais possível, aliás, ideias já aventadas como medidas de prevenção. Estarão a ser praticadas entre nós?
Por cá, assombra-nos ainda o terramoto do 1º de Novembro de 1755, em Lisboa. Um castigo divino segundo a mentalidade da época. O certo é que vivemos no grande medo da sua repetição, dada a constância dos abalos sísmicos que se têm feito sentir um pouco por toda a parte. Não havendo possibilidades de se fazerem previsões bom seria se nos precavêssemos dentro daquilo que é possível fazer-se. Para isso, instituições competentes, sociedade civil, isto é, todos nós somos chamados para uma sensibilização efectiva nesta matéria. Esquecer o assunto não é solução.
Desejo-vos uma boa semana, meus amigos.
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* Núcleo terrestre
Imagens - Net
Noutro dia ouvi um documentário sobre o terramoto de Lisboa que referia a solução arquitectónica pombalina da construção em "gaiola", ou seja, com uma armação articulada em madeira, que faz com que o prédio oscile em caso de terramoto. Também referiam que, actualmente, nas remodelações das casas antigas, muitas vezes essa armação é incautamente destruída...
ResponderEliminarBeijinhos, uma óptima semana :)
thank you
ResponderEliminarسعودي اوتو
O que mais me custa é ver como são constantemente as mesmas populações a ser afectadas. Vi na TV uma senhora a guardar alguns poucos pertences antes de abandonar a sua casa para um local mais seguro...
ResponderEliminarBeijinhos
Não sei se é possível fazer prevenção, a não ser na construção das casas e na educação dos povos, para essas tragédias. Mas em Portugal não me parece que se tenha em conta nenhuma delas.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
Verdadeiramente é assustador tão só o pensar nas hipóteses de ocorrências destas, A Terra treme aqui e ali, quase imperceptível, como um murmúrio da sua vitalidade. Por cá, que se saiba (e devia saber-se!) nada está a ser feito, nem a nível teórico.
ResponderEliminarDepois de casa arrombada...
Oportuníssimo Post.
Beijos
SOL
Um texto que nos dá medo; Olinda, principalmente porque sabemos que pouco ou nada se tem feito no nosso país para atenuar as consequências deste tipo de tragédias. Não sei se algum dia o homem vai conseguir conhecer o que se passa nas " entranhas da terra " Ele não é capaz de cuidar da sua superfície, não por falta de conhecimentos, mas por ganância; Costumo dizer que em vez se preocupar tanto com o espaço, com os outros planetas, deveria sim, preocupar-se com o lugar onde vive tudo fazendo para preservar este nosso lindo planeta azul. Como dizia Guilherme Arantes numa música já muito antiga..." andam eles a fazer xixi nas estrelas " É isso mesmo que fazem!. São muito tristes essas tragédias que têm acontecido e parece que acontece sempre aos mesmos. Depois vem a comunidade internacional apelar à angariação de fundos para ajudar as populações atingidas e anos depois constata-se que nada ou quase nada foi feito. Aconteceu no Haiti para onde foi enviado tanto dinheiro e hoje não se sabe o que foi feito com ele. Com certeza o mesmo acontecerá nos outros locais afectados. Gostei muito de saber todas estas informações. Felizmente que há sempre alguém que se interessa em estudar e tentar minimizar os efeitos destes fenómenos. Obrigada, Olinda. Um beijinho e até sempre
ResponderEliminarEmília
Olá, Olinda Melo
ResponderEliminar... passando para desejar-te um Feriado, muito bom.
Um abraço.
Essas ocorrências são preocupantes. Até o Japão, que tanto se previne, não consegue fugir de calamidades. No Brasil, vem sendo registrados abalos, em algumas regiões. E as construções, por aqui, não tem sustentação adequada para algo mais forte. Bjs.
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