Falo de ti às
pedras das estradas,
E ao sol que é louro como o teu olhar,
Falo ao rio, que desdobra a faiscar,
Vestidos de princesas e de fadas;
Falo às gaivotas de asas desdobradas,
Lembrando lenços brancos a acenar,
E aos mastros que apunhalam o luar
Na solidão das noites consteladas;
Digo os anseios, os sonhos, os desejos
Donde a tua alma, tonta de vitória,
Levanta ao céu a torre dos meus beijos!
E os meus gritos de amor, cruzando o espaço,
Sobre os brocados fúlgidos da glória,
São astros que me tombam do regaço!
Florbela Espanca,
E ao sol que é louro como o teu olhar,
Falo ao rio, que desdobra a faiscar,
Vestidos de princesas e de fadas;
Falo às gaivotas de asas desdobradas,
Lembrando lenços brancos a acenar,
E aos mastros que apunhalam o luar
Na solidão das noites consteladas;
Digo os anseios, os sonhos, os desejos
Donde a tua alma, tonta de vitória,
Levanta ao céu a torre dos meus beijos!
E os meus gritos de amor, cruzando o espaço,
Sobre os brocados fúlgidos da glória,
São astros que me tombam do regaço!
Florbela Espanca,
in "A Mensageira das Violetas"
Poema:Citador
A incontornável Espanca. Mesmo para quem como eu não sou grande apreciadora tem sonetos lindos, plenos de sentimento.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
Lindo este Poema ! Eu gosto muito da Poesia de Florbela Espanca!
ResponderEliminarUm grande soneto de uma grande poeta.
ResponderEliminarBelíssima escolha.
Tem uma boa semana, querida amiga Olinda.
Beijo.
Belo poema, beijo Lisette.
ResponderEliminarFalar de mim! Quem não fala?
ResponderEliminarNão és só tu formosa Florbela.
Que para mim és bela e singela
E ao admirar-te a minha voz não se cala!
Não me importo que assim fales,
nem tens que me pedir perdão,
Se vivo nesta forçosa solidão
onde anseio que o teu falar não cales!
Este mundo tem uma imensa pobreza
Onde quem governa não sabe
O que é sentir que o pão falta na mesa!
Resta alimentar-mo-nos da dor
e de ouvir quem fale e aldrabe
o valor do meu amor em discurso assustador!
Tudo muito terno e intenso... coisas típicas da poetisa.
ResponderEliminarUm abraço
www.euflordealfazema.com
Olá, Malu Silva
EliminarObrigada pela visita e pelo comentário.
Fui retribuir a sua amável visita, não pude deixar
as minhas palavras de apreço pelo lindo blog, pois
não há espaço para comentários...
Volte sempre.:)
Bj
Olinda
As pedras merecem
ResponderEliminarObrigada por me dares a conhecer mais um poeta, desta vez um rei-poeta de quem, confesso, nunca tinha ouvido falar. Mas agora, já conheço, graças ao Xaile de seda que muita informação nos permite.Gostei também deste soneto da nossa Florbela Espanca onde o amor é cantado sempre com bastante tristeza. Obrigada, querida amiga pela partilha e tudo de bom. Beijinhos
ResponderEliminarEmília
Florbela é puro sentimento em palavras através da natureza, expressa seus sentimentos disfarçados nela. BELÍSSIMO SONETO querida e adoro tudo que ela escreve. Adorei sua visita e agora estou de volta e já me encontrei rs. SEJA MUITO BEM-VINDA e muito obrigada pelo seu carinho. EU VOLTO. Beijos.
ResponderEliminarOlá amiga Olinda!
ResponderEliminarFlorbela Espanca é uma sonetista de mão cheia!!!Cantou como ninguém o seu Alentejo natal. Cantou o amor/desamor de forma magistral...pena foi ter"abalado" tão cedo! Obrigada por me recordar F.E.
Gostei da publicação anterior. Não conhecia a história nem nunca ouvi falar desse rei-poeta.
Vir aqui é sempre um enriquecimento e uma descoberta. Obrigada.
Abraços.
falo de ti
ResponderEliminarno passado
(foi onde te perdi)
falo contigo a medo
não vá o sorriso
teu também ter fim
Minha querida
ResponderEliminarUma bela escolha...a nossa eterna Florbela que eu adoro.
Estou voltando e agradeço o apoio e carinho de todos, que assim me ajudam a continuar.
Um beijinho
Sonhadora
A minha Florbela.Adoro!
ResponderEliminarA poetisa da minha adolescência...
ResponderEliminar"A Mensageira das violetas"...
Sonetos belos, cheios de amor e melancolia
Versos de paixões secretas...
Obrigada (o)Linda! Hoje aqui presente!
Mesmo que por agora e mais um tempito, mto ausente :(
Mas meu coração sempre te sente!! :)
Beijinho e bom domingo e todos os dias sempre :D
Que encanto é sempre ler Florbela Espanca!
ResponderEliminarBeijinhos, bom dia!