domingo, 23 de março de 2014

Música Calada





Dizias que nos sobram as palavras:

e era o lugar perfeito para as coisas
esse escuro vazio no teu olhar.

E demorava a dura paciência,
fruto do frio nas nossas mãos vazias
que mais coisas não tinham para dar.

Dizia então a dor o nosso gesto
e durava nas coisas mais antigas
a solidão sem rasto que há no mar.

Poesia Reunida (1985-1999)

imagem: daqui

4 comentários:

  1. (^‿^)❀

    Oh ! MERCI pour ce beau partage Olinda !!!!
    J'adore ❤

    GROSSES BISES d'Asie et bonne journée !

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  2. " Sobram as palavras "...o olhar fica vazio e perdemo-nos" nas coisas mais antigas " que nos trazem saudade...que nos lembram dores. Há solidão...há falta de quem escute os lamentos de nossa alma. Mas...somos nós que temos sempre o poder de escolha...somos nós que temos de decidir se mudamos ou não de caminho, se nos resguardamos da chuva e, apesar dela, procuramos vislumbrar o sol. É preciso muita força para conseguirmos desviar o traçado da vida que, a cada dia nos mostra um caminho , às vezes tortuoso demais. E a música continua tocando, mas nem a ouvimos...é uma música calada na tristeza da solidão, na dor das palavras que não conseguem saír das almas inquietas. Sobram cá dentro e sufocam! Obrigada, amiga pela partilha destes poemas para mim desconhecidos. Um beijinho e uma boa semana, apesar da chuva.
    Emília

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  3. Mas na solidão do mar que vemos
    Não há pobreza, antes riqueza...
    E nos pecados capitais
    tão férteis nós os humanos,pois...
    No mar não há preguiça
    nem luxúria que apareça,
    Nem tão pouco nasce a inveja,
    Porque a gula nunca é sua...
    Sempre gerando certeza
    de que é isento de avareza!
    Se ira parece ter quando nos chega à rua
    não o é porque a rua é sua...
    Sem soberba chegas... meu mar
    que da impureza te livras
    sempre sempre sem parar
    na firmeza da palavras!

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  4. Há palavras que respiram por guelras

    Bjs

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