quarta-feira, 22 de maio de 2013

O frágil dia de hoje


Tal como os passos dados na praia
o dia de hoje é frágil, apenas evocativo,
o chão onde cresce uma flor ambígua.

Tem o aroma bivalve, mediterrânico
de quotidianas algas sucumbidas nas areias,
traz notícias de longínquas luas derretidas
em pequenas conchas que habitaram sonhos.

É um espaço de presenças nuas que se dilui
na linha que separa as cinzas e o fogo,

mas é a margem onde escrevo as vozes suspensas
da minha veneração, da minha pura alegria,

do meu eterno desassossego na descoberta
pelo hálito concreto, fraterno, dos búzios.

Vieira Calado


Poema retirado de: Notícias da Lusofonia

*****

O meu caro amigo Vieira Calado me perdoe, mas vou incluir aqui neste post uma informação recebida da minha amiga milonguera (ver post MILONGA, mais abaixo).

A quem interessar:


HOJE, DAS 21H30 ÀS 23H30,
HÁ 'TANGO DANÇADO NA ESTAÇÃO DOS COMBOIOS DO ROSSIO'


3 comentários:

  1. Há um eterno desassossego nos dias que correm...

    Beijinho

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  2. Querida Olinda
    Tiveste uma óptima (o "p" está em desacordo com o «Acordo», que me recuso a seguir...)uma óptima ideia ao publicares este poema do amigo Poeta Calado. Gosto muito da sua poesia e, sempre que posso, faço-lhe uma visitinha. Este poema, para meu gosto, é particularmente bonito.

    Obrigada pelo teu carinho na minha «CASA». Adoro ver-te por lá.

    Um feliz resto de semana.
    Beijinhos

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  3. "A vida é tão frágil como um segundo"... Vieira Calado é um nome consagrado na poesia, e que alegria vê-lo aqui!

    Beijos, aos dois!

    ;))

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