Foi-se a quadra fria!
Os bons dias tornam!
Olha como adornam
Graças aos rosais!
Os bons dias tornam!
Olha como adornam
Graças aos rosais!
Olha o mar, que espelho!
Como nadam mansos,
Mergulhando, os gansos
Pelos seus cristais!
Como nadam mansos,
Mergulhando, os gansos
Pelos seus cristais!
Como os grous viajam!
Que áureo sol tão limpo!
Claro o azul do Olimpo
Nuvens já não tem!
Que áureo sol tão limpo!
Claro o azul do Olimpo
Nuvens já não tem!
Em teus chãos lavrados,
Lavrador, exulta!
A semente oculta
Já viçando vem!
Lavrador, exulta!
A semente oculta
Já viçando vem!
O olival rebenta,
Pompa verde e prata!
Pâmpanos desata
Báquico vinhal!
Pompa verde e prata!
Pâmpanos desata
Báquico vinhal!
Dentre as folhas novas
Ri na flor a fruta!
Vê! repara! escuta!
Festa universal!
Ri na flor a fruta!
Vê! repara! escuta!
Festa universal!
(1800-1875)
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Poeta, pedagogo e tradutor de mérito, Castilho pertence à geração de Almeida Garrett e Alexandre Herculano.
Venerado como uma grande figura, a quem os jovens escritores solicitavam o prefácio-recomendação, Castilho foi subitamente abalado, em 1865, pelo opúsculo de Antero, Bom Senso e Bom Gosto, que iniciou a «questão coimbrã». Discípulo que fora de Castilho na escola primária de São Miguel, mas ferido pela incompreensão dele pelas suas primícias poéticas, Antero foi desabrido e duro com o velho escritor. Longe das grandes inovações europeias do pensamento e da Arte, literato de literatura amena, avessa a altos voos de inteligência e inquietude espiritual, Castilho foi brutalmente apeado do seu pedestal. Os últimos anos passa-os entre o carinho dos filhos, depois da morte da esposa, em 1871, e os amigos que regularmente visitam. Mas o seu nome apagava-se na cena literária, dominada agora pela brilhante geração de Coimbra. (excerto de biografia in: Banco de Poesia Casa Fernando Pessoa)
*****
NOTA EM 5/5/2013
Meus amigos:
Três vezes tentei publicar um comentário e três vezes me falhou. Assim, estou a escrevê-lo aqui já não com as mesmas palavras, que se perderam, mas com outras que, espero, quererão dizer a mesma coisa.
Pois, constato que a Primavera finalmente voltou, com Sol brilhante ainda que com algumas nuvens, mas o ventinho algo gelado e atrevido já não se faz sentir.
Com ela regresso eu para agradecer a vossa presença, lendo, apreciando, comentando este poema, esta Festa universal de Castilho. Uma evasão luminosa, sabendo nós que ele só a poderia ver com os olhos da alma e da sua sensibilidade. Uma opção intrigante contrária às doutrinas da escola romântica a que pertencia.
Desejo-vos um bom domingo.
Abraços.
Olinda
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NOTA EM 5/5/2013
Meus amigos:
Três vezes tentei publicar um comentário e três vezes me falhou. Assim, estou a escrevê-lo aqui já não com as mesmas palavras, que se perderam, mas com outras que, espero, quererão dizer a mesma coisa.
Pois, constato que a Primavera finalmente voltou, com Sol brilhante ainda que com algumas nuvens, mas o ventinho algo gelado e atrevido já não se faz sentir.
Com ela regresso eu para agradecer a vossa presença, lendo, apreciando, comentando este poema, esta Festa universal de Castilho. Uma evasão luminosa, sabendo nós que ele só a poderia ver com os olhos da alma e da sua sensibilidade. Uma opção intrigante contrária às doutrinas da escola romântica a que pertencia.
Desejo-vos um bom domingo.
Abraços.
Olinda
Excelente escolha, um lindo poema. A primavera encanta-nos com toda a sua beleza, perfumes e cores.
ResponderEliminarUm bom fim de semana
Beijinhos
Maria
Belos os chãos das marés
ResponderEliminarem todas as estações
Quando ela chega, a vida vem à tona, e os poetas dão seu ar da graça ornamentando as almas.
ResponderEliminarAproveito Olinda, para deixar um abraço caloroso do amigo e leitor.
Um beijo também.
Ah como eu gosto de Castilho e das tuas escolhas apuradas!
ResponderEliminarAh como eu lamento que a Literatura Portuguesa seja tão maltratada...
Beijinho
Gosto muito de poesias desse estilo, e quando falando das estações aí sim primam pela peculiaridade.
ResponderEliminarAqui abaixo do equador ainda em pleno outono, e logo logo estaremos na estação das flores a Primavera.
Abraço
Olá Olinda!
ResponderEliminarQue bom é revisitar os nossos bons poetas! Obrigada.
Agora, falando do tempo, esta Primavera está a ficar muito fria...não achas?!
Bom Domingo.
M. Emília
O poema foi despertando em mim a primavera, trazendo memórias e cores dos mais belos jardins que vivi em Portugal!
ResponderEliminarBeijos, amiga, obrigada pela oportunidade de conhecer mais um belo poema e mais um grande poeta português!
;))
Minha querida amiga
ResponderEliminarHoje é só uma passadinha rápida para te desejar um óptimo Domingo, cheio de sol, muita Luz e muito Amor.
Muito lindo este poema de Castilho.
Um beijo GRANDE e todo o meu carinho
Saudade desse cantinho, mas o bom filho a casa torna..rs
ResponderEliminarDelicado seu texto!
Aproveito pra avisar que acabo atualizar a acanhada Narroterapia com o segundo capitulo do conto Sempre Haverá Pássaros, e quero muito seus comentários.
abraços
Fabrício
Um linguita notável, o Feliciano de Castilho!
ResponderEliminarE eu já tenho marca de relógio no pulso, com o sol e as caminhadas ;)
Beijinhos, bom domingo!
É bom ler esta primavera especialmente hoje que a atual se apresenta tão fria que os meus ossinhos estão fartos de protestar.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
Excelente poema....
ResponderEliminarCumprimentos
Gostei muito deste poema e do poeta que não conhecia.
ResponderEliminarPor sinal, onde resido, hoje está um autêntico dia de
inverno, com chuva e vento.
Desejo que esteja bem.
Bj.
Irene Alves
Uma verdadeira festa universal que sempre nos traz a Primavera; tudo canta...desabrocha e a nossa alma se encanta. Mas parece que a Primavera se arrependeu ou achou que não merecíamos tal festa; o sol se foi e o frio apareceu; espero que não seja por muito tempo! Um beijinho e espero que os teus dias sejam de festa, pelo menos, a maioria deles; não podemos exigir demais!!! Gostei muito e não conhecia. Obrigada pela partilha, Olinda!
ResponderEliminarEmília
Um poeta que nasceu há mais de dois séculos e,
ResponderEliminarcomo a Primavera, permanece vivo em seus poemas.
Que bom, conhecer pessoas, que fazem renascer essas
maravilhas e compartilha com privilegiados amigos...
Obrigada, querida amiga Olinda.
Um beijo,
da Lúcia
Olinda, Querida
ResponderEliminarA excelência dos sentimentos de Castilho, são expressos pelos versos brilhantemente encadeados, resultando na mensagem com a sua força.Assim se tornam eternas as suas Poesias.
Beijos
SOL
A paz começa com um simples gesto.
ResponderEliminarVem do coração e alimenta a nossa alma .
A magia da vida consiste em derramar a paz por onde passamos e
nesta passagem acrescento meu carinho a você
que percorre comigo as trilhas perfumadas e coloridas da existência.
Deus abençoe você poderosamente :Um feliz final de semana.
Beijos no coração afagos na sua alma.
Muito belo o poema de Castilho!
ResponderEliminarPor cá, a Primavera estação está fraquita, está fresco e chuva cá no norte ;)
Beijinhos, boa terça!