De: Emilia
Blog: Começar de novo
Sempre muito amor, seja de que maneira for, como diz Carlos Drummond de Andrade...
MANEIRA DE AMAR
"O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.
Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião.
O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.
Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem.
"VOCÊ O TRATAVA MAL, AGORA ESTÁ ARREPENDIDO?" "NÃO, RESPODEU, ESTOU TRISTE PORQUE AGORA NÃO POSSO TRATÁ-LO MAL. É A MINHA MANEIRA DE AMAR, ELE SABIA DISSO, E GOSTAVA".
Carlos Drummond de Andrade
Com a sua apurada sensibilidade, a Emília trouxe-nos este conto de Drummond de Andrade. Assim, despretensiosamente, este querido autor de língua portuguesa coloca-nos algumas questões sobre a maneira de amar. Como é que é 'amar à minha maneira'? Pressupõe um certo egoísmo, não levando em linha de conta os sentimentos do outro? Ou, mostrando até um certo desrespeito pelo outro? Claro que o texto será passível de outras leituras...
Alors, mes amis, à vous de commenter! :)
Emília, muito obrigada por nos brindar com este texto. Alors, mes amis, à vous de commenter! :)
Imagem retirada do Google
Mote para este post:
Quinzena do Amor
Gostei do amor, de Drummond, a rimar com girassóis. A minha flor predilecta.
ResponderEliminarO Girassol também é a minha flor predileta talvez porque se assemelhe ao ser humano...anda sempre à procura de luz; quando ela se vai ele baixa a cabeça...parece que nada o seduz. Não somos nós também assim?
ResponderEliminarBem...a minha maneira de interpretar este texto de Carlos Drummond é que cada um mostra amor à sua maneira e isso podemos até ver no nosso próprio relacionamento. Eu amo o meu marido e, claro, ele gosta também de mim, mas eu sou diferente dele na maneira de mostrar o meu amor e com os amigos acontece o mesmo, Bem...como disse a Olinda, há interpretações várias deste texto e cada um vai ter uma ideia diferente dele.
Muito obrigada, Olinda, pelas palavras sempre tão carinhosas. Como lhe disse já adorei esta forma de dar os parabéns ao Xaile de Seda. Falar de amor é sempre muito importante. Um beijinho e MUITO OBRIGADA
Emília
Minha querida Emília
EliminarTrazeres-me um conto de Drummond de Andrade, foi um grande e lindo presente. Senti um contentamento enorme... :) Ele é um dos meus autores de eleição e sempre que leio os seus escritos aprendo sempre mais sobre a vida.
Não sei se te lembras, fiz a ponte dos versos do Antônio Lídio que refere o 'verbo amar' com o 'verbo pluriamar' uma das invenções mais lindas na língua portuguesa, da autoria de Drummond de Andrade.
De modo que, como estás a ver, 'tinha' de estabelecer outra ponte através deste conto, que nos trouxeste, com uma pequena 'provocação': como é que é 'amar à minha maneira'!
Adorei a tua reflexão! E, mais uma vez, deixo-te aqui os meus agradecimentos por esta oportunidade que me deste de ler e apreciar, convosco, este grande poeta, contista e cronista brasileiro.
Deixo-te aqui este pensamento lindíssimo, de Drummond de Andrade, celebrando o amor:
'NÃO DEIXE O AMOR PASSAR
Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.
Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.'
:)
Beijinhos.
Olinda
Lembro muito bem que puseste um poema de Drummond junto com o de Aluisio e parece-me que até comentei, pois não conhecia. Este também está demais! Aliás, ele sabe falar de amor como ninguém. Obrigada, Olinda e mais uma vez parabéns pela iniciativa. Fica bem, amiga, sempre com muito amor e sempre atenta aos sinais.Beijinho
EliminarEmília
Ai, os sinais... :))
Eliminar'Sempre que o amor que me quiser
Basta fazer-me um sinal
Soprado na brisa do mar
Ou num raio de sol
... '
Lembrei-me agora da Lena d'Água...vou à procura dela, do video.
:)
Bj
Depreende-se, do lindo conto, que a não demonstração de afeto
ResponderEliminarpode trazer consequências inesperadas. Cada um pode amar à sua maneira, desde que não se mostre indiferente. A presunção de que ele é visível e entendido pelos demais não é suficiente para alimentá-lo e fazê-lo sobreviver.
Grande beijo e um ótimo domingo!
Drummond e a sua bela poesia mesmo quando mascarada de prosa.
ResponderEliminarUm abraço e bom Domingo
Olá querida Melo! ^^
ResponderEliminarTe encontrei por um comentário que fizeste no blog de uma amiga minha, então vim te visitar! ^^
Ah.. como é bom ter chegado aqui e ter encontrado essa reflexão do estimado Carlos Drummond.. Obrigada pela postagem, afinal ela me possibilitou pensar a respeito de varias coisas da vida, afinal, o amor está presente dentro de nós e se faz concreto em nossas atitudes perante as coisas e as pessoas ao nosso redor..
Gostei muito de conhecer seu cantinho!
Já tô te seguindo viu!?
Tenha um ótimo dia, repleto de paz e alegria!
Abraço em seu coração! =)
O Amar não tem explicação!
ResponderEliminarE como diria Anatole France:
“Só se ama verdadeiramente
quando se ama sem razão”
daí o girassol à sua maneira
todos os dias esperava o jardineiro
e ele por sua vez não passava pela flor
sem lhe dar o seu sentido aconchego...
se era Amor? – não sei
quando o amor necessita de explicação
é porque não é amor, não!! :)
Na verdade o amor tanto precisa de alimento
será que na liberdade de SER vai essse complemento?
E que é liberdade no SER?
Cada um amar com seu saber?!
E dar de si, como pólen voando no vento!?
Xiii, minha amiga...o Amor tem desta intriga! :)
Obrigada por deixares aqui teus amigos
falando do Amor,
neste tempos que correm,
Dele, tão inimigos!
(tenho vindo a ler cada dia, mas falta tempo
só hoje deu para deixar minha cantoria!) :))
restinho de bom domingo
beijinhos
Dizer que gostei, é pouco. Drummond é Drummond e eu admiro-o muito. Parabéns Emília pelo bom gosto. Beijinho, Olinda.
ResponderEliminarMaria
ora aí esta um belo texto, propenso a tanta reflexão.Devemos amar o amor como o vemos, como o sentimos ou como achamos que o ser amado o vai amar? Ou misturamos tudo e tentamos sempre o melhor para sermos e fazermos o outro feliz???
ResponderEliminarSegredos escondidos no intimo de cada um de nós... não é?
beijinhos, bom domingo
Ainda do Drummond: "existem mil motivos para se odiar uma pessoa, mas existe apenas um para amá-la".
ResponderEliminarEu acredito que "amar à minha maneira", é uma forma de dizer sobre o universo tão particular que cada pessoa é, ademais, o amor, se é amor, é capaz de superar qualquer obstáculo.
Tá uma delícia essa quinzena do amor, Olinda!
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Aproveito aqui para lhe trazer alguns links, sobre a importancia do frevo, que completou 100 anos em 2007, e desde então é considerado patrimônio imaterial brasileiro, que é para além de um passo (dança), e um ritmo, mas foi também instrumento de visibilidade e inserção social, núcleo de resistência, era outra forma de se fazer carnaval, em contraponto com o carnaval das elites recifenses, pernambucanas, um carnaval de máscara, bonito, "civilizado". O frevo tem origem popular, ligado " às classes trabalhadoras urbanas e inclui, sobretudo, negros e mestiços que criam os Clubes Carnavalescos Pedestres e passam a ocupar o espaço urbano, antes dominado apenas pelos Clubes de Alegoria e Crítica, do qual participavam a elite intelectual e econômica de Pernambuco".
É uma história linda, que vale a pena conhecer, e o Eurico, conta-na muito bem, e é um profundo conhecedor da história e do frevo, rs.
Abaixo, para ti, Olinda:
http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?retorno=detalheInstitucional&sigla=Institucional&id=13515
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-carnaval/frevo.php
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frevo
Beijão e um ótimo final de semana!
Amar, é por ventura o exercício mais difícil das nossas vidas. Requer competência, exige dedicação e sensibilidade; uma sensibilidade capaz de descobrir no outro aquilo que de mais valor o seu carácter possui. Amar requer também a qualidade de deixar que o outro nos ame.
ResponderEliminarO amor é uma estrada com duas vias, em que ambas se dirigem no mesmo sentido.
Aqui vai o meu contributo para a Quinzena, Olinda amiga.
ResponderEliminarO primeiro dia do meu mundo
Era Junho e chovia
Lembras-te, amor?
Passaram anos,
Sofremos desenganos,
Mas eu nunca esqueci aquele dia.
Era Cascais com a baía ao fundo...
Lembras-te, amor?
Passaram anos,
Tivemos desenganos,
Mas nesse dia, começou o mundo.
Maria
Beijinhos mil
Maria
Como a minha entrada nos blogs, andou um pouco sem rumo, sem saber porquê, não soube desta iniciativa, MAS SE FOR A TEMPO também contribuo......
ResponderEliminarQuanto ao amor, cada um tem a sua forma de amar.
O verdadeiro companheirismo, entre o casal, a preocupação em o outro em estar bem, isto é amor(bem toda a gente sabe que numa grande caminhada por vezes doem as pernas, mas passa, e nos sabemos que vai passar, nem sequer se põe a duvida), o amor aos pais a ternura ,os aconchegos, que nos dão,a falta que nos fazem, até alguns há sua maneira pouco deram, mas foi amor de certeza, o amor aos filhos incondicional,o jardineiro do Drummond,carinhoso ,conhecia todas as suas plantas, todas as suas flores, amava-as,o tal de girassol , virava-lhe a cara...mas... era assim sentiu a sua falta, era amor, éra o aconchego de todos os dias,váriadas as formas de o mostar.
Parabéns à Emilia pelo texto escolhido, e PARABÉNS à Olinda ,pela forma bonita como deu os parabéns ao XAILE DE SEDA .
Até breve
Herminia
Minha amiga cada um de nós tem a sua própria maneira de amar e nem sempre a nossa é deseja pelos que nos rodeiam. Ao longo da vida estamos sempre a aprender e temos acima de tudo, aprender a amar.
ResponderEliminarBom domingo e uma excelente semana.
Nas asas da amizade envio um grande beijinho cheio de carinho.
Maria
Na minha opinião, o verdadeiro amor, o amor incondicional, nunca é um acto de egoísmo. Amar é aceitar o outro tal como ele é e pressupõe sempre a demonstração desse sentimento. Se eu amo alguém e, por qualquer motivo, não o dou a entender, isso pode pôr essa pessoa triste. E se eu amo essa pessoa, ao vê-la triste, tento logo modificar essa situação. E se a razão é por eu não lhe demonstrar o amor que sinto por ela, então demonstro-o!
ResponderEliminarO problema, acho eu, é que nem toda a gente consegue amar incondicionalmente.
Olá, Lindo blog Srta, Drumomnd É fenomenal né! abraços
ResponderEliminarOlinda, boa noite.
ResponderEliminarVocê foi brilhante ao nos presentear com este texto do Drummond!
Minha querida, tornar nosso amor real e pleno de sinceridade, é algo um tanto difícil, pelo meno nesse meio virtual.
Por que digo isso?
Muitas vezes somos mal entendidos quando em determinados comentários, deixamos expresso uma afinidade e um amor por alguém que já nos conhece de longa data.
Então, não era para gerar palavras de ressentimentos ou desprezo.
Apenas quero lhe dizer de minha estima por tua pessoa.
Aquelas palavras que deste no poema Carpe Diem diz tudo de tua alma linda.
Que bom seria, que certos amigos tivessem usado o tema não para tripudiar,levantar querelas, picuínhas ou ironias em relação ao que escrevi, mas para sentir um pouco do que tentei passar ali. Sei bem Olinda, o que vos falo, pois conheço o drama de alguém que sofre do terrível mal que é a esquizofrenia.
E quanto a amar, disse certa feita alguém: "nem todos estão preparados para receber amor ou serem amadas"
Por ora, deixo um fraterno abraço e um beijo em teu coração.
Olinda, boa noite.
ResponderEliminarVocê foi brilhante ao nos presentear com este texto do Drummond!
Minha querida, tornar nosso amor real e pleno de sinceridade, é algo um tanto difícil, pelo menos nesse meio virtual.
Por que digo isso?
Muitas vezes somos mal entendidos quando em determinados comentários, deixamos expresso uma afinidade e um amor por alguém que já nos conhece de longa data.
Então, não era para gerar palavras de ressentimentos ou desprezo.
Apenas quero lhe dizer de minha estima por tua pessoa.
Aquelas palavras que deste no poema Carpe Diem diz tudo de tua alma linda.
Que bom seria, que certos amigos tivessem usado o tema não para tripudiar, levantar querelas, picuínhas ou ironias em relação ao que escrevi, mas para sentir um pouco do que tentei passar ali. Sei bem Olinda, o que vos falo, pois conheço o drama de alguém que sofre do terrível mal que é a esquizofrenia.
E quanto a amar, disse certa feita alguém disse: "nem todos estão preparados para receber amor ou serem amadas"
Por ora, deixo um fraterno abraço e um beijo em teu coração.
Meus amigos
ResponderEliminarLer-vos através das vossas reflexões sobre este tema foi algo que não consigo expressar...
Estes momentos foram de puro encantamento. Bebi cada uma das vossas palavras. Considero-me uma pessoa afortunada, tendo-vos como amigos.
Aqui vos espero, continuando a nossa caminhada.
:)
Beijos e abraços.
Olinda