Ana Paula Tavares - foto (...) |
Aquela mulher que rasga a noite
com o seu canto de espera
não cantaAbre a boca
e solta os pássaros
que lhe povoam a garganta
- em "O lago da lua". Lisboa: Editorial Caminho, 1999, p.17.
“De uma coisa estou certa, venha quem vier, mudem as estações, parem as chuvas, esterilizem o solo, somos cada vez mais como as buganvílias: a florir em sangue no meio da tempestade.”
- fragmento de “O sangue da Buganvília”. Praia: Centro Cultural Português, 1998. daqui
Ana Paula Ribeiro Tavares, é uma historiadora e poetisa angolana.
Iniciou o seu curso de História na Faculdade de Letras do Lubango. Em 1992 veio para Portugal, terminando o curso em Lisboa. Em 1996 concluiu o Mestrado em Literaturas Africanas. Atualmente vive em Portugal, fez o Doutoramento em Antropologia na Universidade Nova de Lisboa (com o tema "História e memória. Estudo sobre as sociedades de Lunda e Cokve de Angola", e leciona na Universidade Católica de Lisboa. Sempre trabalhou na área da cultura, museologia, arqueologia e etnologia, património, animação cultural e ensino. Tanto a prosa como a poesia de Ana Paula Tavares estão presentes em várias antologias publicadas em Portugal, no Brasil, em França, na Alemanha, em Espanha e na Suécia. aqui
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Boa semana, meus amigos.
Fascinante de ler, poeticamente falando
ResponderEliminar.
Abraço
Um dia feliz
Gosto muito da poesia de Ana Paula Tavares que também tenho divulgado.
ResponderEliminarExpressão de uma sobriedade, inteligência e sensibilidade admiráveis.
Parabéns pelo 'post', querida amiga.
Continuação de boa semana. Beijinhos
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De uma coisa estou certa, venha quem vier, mudem as estações, parem as chuvas, esterilizem o solo, somos cada vez mais como as buganvílias: a florir em sangue no meio da tempestade.”
ResponderEliminarOlá, querida amiga Olinda!
Que pensamento perfeito!
Há pássaros presos em nós, prestes a se soltarem para entoar gritos de Amor.
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno
Olinda, a mostra que nos ofereceu já demonstra o talento da autora, de quem nada havia lido ainda. Nossa, amei!!!! Bjs.
ResponderEliminarAna Paula Tavares é, sem dúvida, uma voz enorme na poesia de língua portuguesa. Também a leio há muito tempo. Este poema é lindíssimo.
ResponderEliminarCuide-se bem. minha Amiga Olinda.
Um beijo.
Obrigado pela partilha, um grande percurso e tal como já referido acima, pelo que aqui nos foi oferecido já dá para ter uma pequena ideia do grande talento da autora.
ResponderEliminarAbraço e uma boa semana
"a florir em sangue no meio da tempestade.”
ResponderEliminarque força é esta? donde esta febre? donde esta beleza?
explica-nos, Olinda!
abraço
Grande provocação, Manuel Veiga! :)))
EliminarOu desafio? O que vale é que me precavi e não me apanha desprevenida, não.
"daqui", no post, é uma hiperligação ao site donde trouxe os excertos. Lendo-o, ficará com uma ideia da força desta Mulher, da sua escrita, que ela própria reconhece como sendo un mélange de influências africanas e de aculturação europeia. Mas também vai beber muita da sua sensibilidade a autores brasileiros.
Apesar de não ser a primeira vez que publico Ana Paula Tavares, voltarei a ela, não sei quando, com uma pequena análise.
Para já, deixo-lhe o segundo passo de "Mukai".
É feitiço :) Autêntico.
MUKAI (2)
O ventre semeado
desagua cada ano
os frutos tenros
das mãos
(é feitiço)
nasce
a manteiga
a casa
o penteado
o gesto
acorda a alma
a voz
olha p'ra dentro do silêncio milenar.
Abraço
Olinda
nem provocação, nem desafio, amiga Olinda
Eliminarapenas a empolgada admiração pelo poema e pela Poeta
e pelo persistente trabalho de divulgação literária que a minha amiga, com talento e conhecimento, decdiu efectuar...
mas valeu a pena. ficamos a saber que "voltará a Ana Paula Tavares"
não sabemos é quando - por mim, será sempre oportuna.
abraço e um sorriso
Palavras generosas as suas, Manuel Veiga.
EliminarNo que me diz respeito.
Grata.
Abraço :)
Belo poema de alguém que desconhecia.
ResponderEliminarSou uma ignorante!
Abraço
Querida Olinda,
ResponderEliminarAna Paula Tavares é a poesia, não é?
Fiquei logo apanhada e depois fui espreitar o Alphabeto inteiro. E fiquei cheia de sede.
Beijo.
Adorei o poema!
ResponderEliminarBeijinho e bom resto de semana
Querida Olinda, não conhecia esta escritora, mas, como sempre, tu me fizeste conhecer uma grande Senhora que muito tem dignificado a nossa lingua. Segui o teu conselho e fui ao " AQUI "ver o Alphabeto inteiro e fiquei encantada com os belos poemas que li. Vi aqui que já muitos amigos a conhecem, mas eu fiquei a conhecê-la agora , não só com este belo poema, mas também pelos outros que li. A verdade que somos" cada vez mais como as " buganvílias a florir em sangue no meio da tempestade " e as tempestades têm sido muitas: tentamos " florir " porque as tempestades passam e é bom que estejamos prontas a receber os novos tempos sem traumas e confiantes que serão muito mais leves as próximas tormentas; elas não acabarão, mas teremos com certeza mais ânimo para atenuar os seu efeitos. " E à noite que mais doi " escreve ela num dos belos poemas que li na página que indicaste e, sim, dói mais à noite ", a " noite fica longa" ...o sono se vai e dá lugar a uma inquietação que perturba. Não há como evitar estas noites longas quando tudo à nossa volta parece desabar, quando à nossa volta o sofrimento é frande, quando por todo o lado , vidas se arriscam para salvarem outras vidas. Amiga Olinda, dois novos poetas me deste a conhecer, os dois enormes representantes da nossa grande Lingua Portuguesa. Obrigada! SAÚDE, querida amiga, para todos e que não te deixes abater pela situação perigosa em que se encontra no nosso pais. Um abraço de grande amizade
ResponderEliminarEmilia
Uma grande poetisa. Gosto imenso da sua poesia.
ResponderEliminarUm bom destaque, obrigado pela partilha.
Bom fim de semana, querida amiga Olinda.
Abraço.
Conheço bem Ana Paula Tavares, de cuja poesia (e não só...) gosto imenso.
ResponderEliminarEste poema é delicioso.
A "imagem" dos "pássaros que lhe povoam a garganta" é... brilhante!
Tal como as tuas escolhas, querida Olinda, que também são sempre brilhantes.
Está tudo bem contigo e com a família? Do fundo do coração desejo que sim, minha querida. Cuida-te! Preciso de ti!!!
Bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Delícia e vida. "Mastiguei" cada verso e encontro a Poesia a definir Ana Paula Tavares.
ResponderEliminarObrigado, Olinda, por mais este presente.
Beijo
SOL
oi, Olinda! não conheço a obra da autora citada por ti, mas fiquei curioso e irei buscar conhecer mais! um beijo.
ResponderEliminarÉ muito boa, mesmo! Preciso conhecer melhor.
ResponderEliminarBeijinho
Fascinante poesia amiga! Agradeço pela partilha e por sua sensibilidade! Aproveito para desejar-lhe um domingo de paz. Abraços fraternos!
ResponderEliminarQuerida Olinda, não conhecia Ana Paula Ribeiro Tavares, fui nos links que você deixou e conheci a poeta. E gostei muito.
ResponderEliminarGostei também de...
"a florir em sangue no meio da tempestade.”
Beijo, uma boa semana, cuide-se bastante.