sábado, 8 de junho de 2013

Santos Populares - Uma tradição tipicamente portuguesa

Num jornal gratuito, colocado na minha caixa de correio, encontrei este texto, título incluído, dedicado às festas dos santos populares. Achei-o interessante porque traça uma panorâmica destes festejos que já se iniciaram em alguns locais, nomeadamente, aqui no recanto onde habito, criando-se assim novas tradições:

Sendo, por excelência, o mês dedicado aos santos populares, junho é sinónino de noites de arraial um pouco por todo o país.

A festa começa na noite de 12 para 13 de junho, com as celebrações de Santo António a atingirem o seu expoente máximo em Lisboa, ou não fosse também o santo padroeiro da capital. De Alfama ao Castelo, um pouco por todos os bairros da zona histórica da cidade, o ar cheira a sardinha assada e a manjerico, a planta tradicional dos santos populares, vendida em pequenos vasos e decorada com uma quadra escrita numa pequena bandeira de papel.







Por esta altura, vários são os arraiais que trazem para a rua centenas de pessoas até de madrugada que, entre um pezinho de dança num ou outro bailarico, lá vão subindo e descendo as emblemáticas ruas sinuosas e as escadinhas inclinadas desta zona da capital, onde não faltam crianças a pedir um "tostãozinho para o Santo António" e altares em sua honra, para além de muita sardinha assada, caldo verde e vinho tinto, para ir aconchegando o estômago ao longo de toda a noite.





Simultaneamente, na Avenida da Liberdade, as coletividades bairristas fazem-se representar nas tradicionais Marchas Populares, uma das mais antigas tradições lisboetas.

Cerca de uma semana depois, de 23 para 24 de junho, é a vez das gentes do Porto animarem as ruas da cidade, celebrando o São João, sempre com o tradicional alho-porro ou martelinho de plástico em punho, para ir batendo, em jeito de brincadeira, na cabeça de quem passa.





Durante toda a noite, os foliões vão-se movimentando de freguesia em freguesia, animando os tradicionais arraiais, onde, tal como acontece em Lisboa, não falta o perfume a manjerico no ar, a sardinha assada, o caldo verde e o vinho tinto. À meia noite, no rio Douro, junto à ponte Dom Luís, surge um dos momentos altos da festa, um majestoso fogo de artifício que dura cerca de 15 minutos, para delícia de todos quantos assistem.

O mês termina com a festa em honra de São Pedro, de 28 para 29 de junho, com arraiais em várias localidades, um pouco por todo o país, encerrando assim um mês dedicado aos santos populares.

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Agora vem o resto, mas da minha lavra. Aceito perfeitamente o título dado ao artigo mas saberá alguém as origens destas festas? Afianço-vos que não procurei nada, portanto toda a colaboração será bem-vinda. E já agora tragam também algumas quadras.

E aqui vai uma, originalíssima:  :))


É noite de Santo António
Estalam foguetes no ar;
Põe o manjerico à janela
E vem para a rua dançar.


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Contributos em relação às origens das festas:


Da minha 'xará' Teresa:

Eu acho que estas festas têm origem nas velhas festas pagãs do solstício de verão, não é? Seja como for, são uma época maravilhosa da cidade.

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Do amigo jorge esteves:

Os 'santos populares', um pouco disseminados por todos o país, afinal não são mais do que apropriações das ancestrais festividades pagãs do solstício de Verão. No Porto (o que melhor conheço, diga-se) a variedade dos festejos é imensa. Alguma, lamentavelmente, já perdida. Um pormenor, entre os mais, que acho interessantíssimo e ainda se conserva bem vivo, é o versejar, a criação de quadras que, sob os mais variados temas, nos mostram de modo eloquente, a sagacidade, a ironia e a sabedoria do povo. Por vezes, até porque nos festejos (quase) tudo é brincadeira, não faltam as quadras brejeiras, essas um pouco a fazer-nos lembrar as velhas cantigas de escárnio e mal-dizer.

Deixo, aqui, esta, das premiadas no ano passado:

'Estranha contradição
teve a Maria, que em brasa,
fez a festa sem balão
e foi de balão p'ra casa!...'



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Da mui talentosa e amiga, Maria Emilia Moreira, uma quadra da sua autoria:
Olá Olinda!
Não sei a origem das festas dos Santos Populares! Não vou por-me a inventar.
Deixo uma quadra minha premiada pela Associação Portuguesa de Poetas (fui sócia uns 3 anos).

Atiraste-me orvalhado,
um cravo rubro de mil folhas.
- Sou teu! - dizes no recado.
- Não vou em promessas tolas!


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Obrigada a todos pelos belos comentários aqui deixados, trazendo-nos, cada um deles, um maravilhoso cheirinho das festas em termos locais e, por outro lado, uma visão quase universal.

Beijos

Olinda


Nota:
O texto foi retirado integralmente de 'Dica-Sociedade/6 de junho de 2013'
As imagens retiradas da Internet e a quadra também.

12 comentários:

  1. Eu acho que estas festas têm origem nas velhas festas pagãs do solestício de verão, não é? Seja como for, são uma época maravilhosa da cidade.
    Beijinhos

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  2. Como quem passa a mão pelo cabelo .
    Conversar com Deus é o máximo,
    especialmente para agradecer.
    Aprenda a escutar a voz das coisas, dos fatos,
    e você verá como tudo fala,
    como tudo se comunica contigo.
    acredite vc não estará sozinha tem um anjo contigo e
    Deus segurando sua mão nesse dia tão feliz.
    Que Deus não proíbe nada em nome do amor
    Saiba que estarei sempre por perto para lhe estender
    a mão quando sua caminhada
    se tornar difícil.
    Como quem passa a mão pelo cabelo .
    Conversar com Deus é o máximo,
    especialmente para agradecer.
    Aprenda a escutar a voz das coisas, dos fatos,
    e você verá como tudo fala,
    como tudo se comunica contigo.
    Um Domingo abençoado pra ti beijos no coração Afagos
    na alma.
    Deus abençoe seu carinho comigo e linda amizade que tem me dedicado.

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  3. A vida esta tão difícil que nem os Santos populares fazem milagres de emprego e de pao para os pobres
    Os Santos não conseguem meter juízo na cabe;a dos políticos e seus conselheiros
    Que vão todos para a rua cantar e bailar que os dias são demasiado avessos

    Agrade;o a visita e o comentário em Figuras da nossa terra

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  4. São festas muito bonitas, sem dúvida! Cá temos o S.João, tenho de comprar sardinhas ;)
    Beijinhos

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  5. Uma tradição espraiada pelos "quatros cantos do mundo", onde houve presença portuguesa, lá estão os folguedos juninos, os arraiás, as festas populares, as danças, o povo, a esperança, a fé, o sacro&profano, as comidas da época, e as fogueiras juninas, anunciando quem sabe uma nova rendenção...

    Belo poste, amiga, e magnífica (como sempre) a sua participação no meu blogue, fazes das minhas acanhadas poesias, grandes obras reflexivas, obrigada, por tudo!

    Um beijão!

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  6. No que se refere ao Santo António, já nada é original...

    Quer espreitar novamente o Abstrato???Surpresa..acertou-
    Bfs
    Beijo

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  7. Aqui em Famalicão festeja-se o Stº António; começaram sexta passada as festas Antoninas e estão precisamente agora a passar as Marchas populares; amanhã à tarde será o cortejo; dia 13, encerrar-se-ão as festas com a missa e procissão . Pena que o tempo tenha arrefecido e a chuva tenha voltado, pois estraga sempre um pouco a vida àquelas que esperam estas alturas para ganharem algum dinheirinho. Um bom feriado, Olinda! Um beijinho e até sempre
    Emília

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  8. Olá!
    Esta é a página do Facebook do meu novo livro de poesia "Em Teus Olhos Seria Vida".
    Gostava de poder contar com o teu "gosto" na minha página.
    Obrigado!

    www.facebook.com/EmTeusOlhosSeriaVida

    ou em:

    poesiafaclube.com/store/josé-manuel-pereira-"em-teus-olhos-seria-vida"

    =)

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  9. A minha colega Teresa, que é de História, terá respondido por mim, minha querida Olinda. Somos este Povo que assimila e mistura, acolhe e abraça, afável e triste, mas sempre prestes a explodir numa alegria que o sol desperta...sinal de esperança, por isso.

    Beijinho grato.

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  10. Como eu adorava festejar o S.António quando andava na faculdade. Hoje já prefiro assistir ao desfile das marchas populares sentada no sofá da minha casa, enfim vamos mudando com o passar dos anos...
    Beijinhos
    Maria

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  11. Os 'santos populares', um pouco disseminados por todos o país, afinal não são mais do que apropriações das ancestrais festividades pagãs do solstício de Verão. No Porto (o que melhor conheço, diga-se) a variedade dos festejos é imensa. Alguma, lamentavelmente, já perdida. Um pormenor, entre os mais, que acho interessantíssimo e ainda se conserva bem vivo, é o versejar, a criação de quadras que, sob os mais variados temas, nos mostram de modo eloquente, a sagacidade, a ironia e a sabedoria do povo. Por vezes, até porque nos festejos (quase) tudo é brincadeira, não faltam as quadras brejeiras, essas um pouco a fazer-nos lembras as velhas cantigas de escárnio e mal-dizer.
    Deixo, aqui, esta, das premiadas no ano passado:
    'Estranha contradição
    teve a Maria, que em brasa,
    fez a festa sem balão
    e foi de balão p'ra casa!...'


    abraço.
    jorge

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  12. Olá Olinda!
    Não sei a origem das festas dos Santos Populares! Não vou por-me a inventar.
    Deixo uma quadra minha premiada pela Associação Portuguesa de Poetas (fui sócia uns 3 anos).

    Atiraste-me orvalhado,
    um cravo rubro de mil folhas.
    - Sou teu! - dizes no recado.
    - Não vou em promessas tolas!

    Um abraço amigo.
    M. Emília

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