domingo, 1 de maio de 2011




PARA SEMPRE 

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento. 

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.


Carlos Drummond de Andrade


10 comentários:

  1. Bonito e apropriado poema, minha Amiga Olinda!
    Como também já alguem disse e, quanto a mim, muito bem dito; Mãe, é parte sagrada de cada um de nós!
    Beijos enormes, para as mães de todo o mundo!
    ;)

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  2. O coração de mãe é eterno... pois os laços que a ela nos liga vivem dentro de nós para sempre...

    Gostei do seu espaço! E esta poesia é uma bela homenagem!

    Beijinho

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  3. Meu bom amigo

    Muito obrigada, pela parte que me toca, como mãe.
    Apropriei-me, hoje, deste poema de Carlos Drummond em tributo à minha mãe.Quantas saudades! É certo que digo sempre a mim mesma que é o natural desenrolar das coisas, mas a dorzinha que fere como um estilete nunca desaparece...

    Um grande abraço, Bartolomeu.

    Olinda

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  4. Cara JB

    Grata pela sua visita.E é bem verdade, os laços que nos prendem à nossa mãe são indissolúveis e perduram para além de tudo...

    Visitá-la-ei em breve.

    Beijo
    Olinda

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  5. MÃE é eterna em nós. A Mãe não morre. Deixamos apenas de a ter fisicamente connosco, porque as estrelas estão no firmamento, mesmo quando, de dia, não as vemos.
    Um abraço do tamanho do firmamento.

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  6. Minha querida

    Um poema lindo e tão verdade...realmente as mães são eternas, enquanto estivermos aqui vivem dentro de nós, mesmo depois da partida.

    Beijinho com carinho
    Sonhadora
    .

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  7. Querida Isabel

    Esta sua mensagem calou fundo em meu coração.Realmente a mãe está sempre presente em todos os momentos da nossa vida. Mesmo que não esteja visível fisicamente, sentimo-la.

    Beijos

    Olinda

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  8. Olá, Rosa

    É sempre com alegria que a vejo aqui neste recanto.É muito bom ler estas palavras de encorajamento e carinho.

    Beijos

    Olinda

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  9. Só hoje, li o poema de Drummond,meu velho
    conhecido, mas não conhecia esta maravilha,
    dedicado à mãe.
    Olinda, morei no Rio de Janeiro, 25 anos - de
    1970 a 1995. Certa vez,indo ao Ministério da Educação, encontrei Carlos Drummond, no elevador.
    Fiquei emocionada...acredita? Em 2007, retornando ao Rio, para rever amigos, deixei-me fotografa junto à sua estátua : êle, sentado em um banco,na praia de Copacabana, como se eu estivesse conversando com êle...mais emoção..rsrs

    Beijinhos

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  10. Que lindo, Lúcia!Faço ideia da emoção que foi o encontro com esse grande Mestre da Língua Portuguesa.Também eu, sou grande admiradora dele.

    Beijos

    Olinda

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