domingo, 6 de fevereiro de 2011

DIA DO SORRISO

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A iniciativa da Rádio, anteontem, de apelar ao sorriso às pessoas que circulavam de carro foi interesssante e mostra-nos que deixámos há muito de ser espontâneos. Já não é normal passar por alguém e dar os bons dias; acenar do outro lado da rua; trocar umas palavritas na padaria, no café, na paragem do autocarro, na estação de metro ou de comboio.Vai tudo embrulhado nos seus próprios pensamentos, mal-humorado, com vontade de estar noutro sítio em vez de estar ali. No comboio ou no barco se há lugar sentado acomodamo-nos logo para uma boa soneca para recuperar das telenovelas que dão tarde e a más horas, das crianças que dão mau dormir ou então porque o emprego fica tão longe e tem-se de apanhar tantos transportes que mais valia nem ter ido para casa. Ou moramos em cidades que já não permitem estas familiaridades ou então residimos em dormitórios que rodeiam as cidades e é chegar de noite e sair de manhã cedo; não há tempo para sequer dizer um olá aos vizinhos quanto mais conviver. Aos fins-de-semana a faina continua: as compras, as limpezas, a roupa, os miúdos...

Contudo, no meio disto tudo há sempre um tempinho para arranjarmos um grande número de amigos nas redes sociais virtuais, de tal modo que nos desabituamos de interagir com pessoais reais, com quem nos cruzamos e nem sempre desconhecidas. A aldeia global em que nos tornámos nada tem da aldeia vicinal, do bom dia vizinha como está, então o marido e os meninos, vou ali ao mercado precisa de alguma coisa ou bom dia compadre como vai a vida, venha daí jogar às cartas, tomar um copo.

Venham mais dias do sorriso a ver se voltamos a habituar-nos a isso.


*Nota: imagem rádio renascença

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