sexta-feira, 26 de maio de 2023

POVO

Nação pequena que foi maior do que os deuses em geral o permitem, Portugal precisa dessa espécie de delírio manso, desse sonho acordado que, às vezes, se assemelha ao dos videntes (Voyants no sentido de Rimbaud) e, outras, à pura inconsciência, para estar à altura de si mesmo. Poucos povos serão como o nosso tão intimamente quixotescos, quer dizer, tão indistintamente Quixote e Sancho.

Quando se sonharam sonhos maiores do que nós, mesmo a parte de Sancho que nos enraíza na realidade está sempre pronta a tomar os moinhos por gigantes. A nossa última aventura quixotesca tirou-nos a venda dos olhos, e a nossa imagem é hoje mais serena e mais harmoniosa que noutras épocas de desvairo o pôde ser. Mas não nos muda os sonhos.


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Ano do Centenário de Eduardo Lourenço (de Faria), que foi um professor e filósofo português. Recebeu diversos prémios e condecorações, incluindo o Prémio Camões em 1996. Tem uma biblioteca com o seu nome na Guarda.

O Centro de Estudos Ibéricos criou em sua homenagem o Prémio Eduardo Lourenço, atribuído desde 2005 e destinado a agraciar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, da cidadania e da cooperação ibéricas.

Grande Pensador, ele próprio disse que não sabia fazer mais nada do que pensar. No texto acima mostra alguma compreensão por com este povo que sonhou sonhos maiores do que o seu tamanho. Porém, em "O Labirinto da Saudade", é bastante contundente nas suas apreciações sobre a mentalidade portuguesa, em geral.



AMÁLIA RODRIGUES
e a sua voz de 
ouro

14 comentários:

  1. Olá, querida amiga Olinda!
    Um país que precisa sonhar acordado tal e qual a um vidente... mas urge que sejam sonhos grandes, enormes, gigantescos... que façam o povo sorrir, florescer e crescer.
    Ao mesmo tempo, tirar vendas, desvendar mistérios e ações sociais inclusive.
    "Grande Pensador, ele próprio disse que não sabia fazer mais nada do que pensar. "
    Realmente, fruto de muitas ações profícuas são provenientes de grandes pensadores em primeira instância.
    Gostoso ouvir Amália na noitinha aqui.
    Bom final de semana abençoado para você também, Amiga!
    Beijinhos

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  2. Apreciei a sua publicação de hoje e a consequente homenagem a Eduardo Lourenço.
    Um abraço.

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  3. Um excelente partilha que une o texto de Eduardo Lourenço, que na figura de Sancho e Quixote, faz referência ao povo português e a música interpretada tão belamente por Amália Rodrigues. Boa noite

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  4. Genial homenaje. No lo conocía me gusto mucho. Te mando un beso.

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  5. Lindo texto de Eduardo Lourenço e adorei a Amália Rodrigues, sempre me fazendo lembrar com saudades da minha mãe! Ótimo fds! beijos, chica

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  6. Boa tarde Olinda,
    Grande texto de Eduardo Lourenço, que muito apreciei.
    Uma bela homenagem pela passagem do seu Centenário.
    Gostei de ouvir este belo fado na voz da grande Amália.
    Beijinhos e bom fim de semana.
    Ailime

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  7. Excelente texto, querida Olinda e o video precioso.
    Lindo fim de semana.
    Beijinhos
    Verena.

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  8. Partilha que gostei de ler, ver e ouvir. Grata
    *
    Sexta feira abençoada por Amor e Paz.
    */*

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  9. Um excelente texto de Eduardo Lourenço. "Povo que lavas no rio" interpretado de forma magistral pela Amália, é um dos fados mais bonitos que conheço.
    Abraço e saúde

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  10. Olá, amiga Olinda, não conhecia Eduardo Lourenço, esse filósofo e professor português que certamente orgulha o seu povo.
    Certamente Portugal merece homens cultos como este.
    Agradeço a ótima partilha.
    Um excelente final de sema , amiga.
    Um abraço.

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  11. Notável e actual este texto de Eduardo Lourenço. A nossa existência como "povinho" já vem de longe.
    Aprender com os Mestres do saber é que parece haver-se escapado nas mentes (que mentem) das pessoas que dirigem o "Povo que lava(s) no rio".


    Beijo
    SOL da Esteva

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  12. Um Senhor, Eduardo Lourenço!


    Abraço

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  13. Olá Olinda.
    Gostei muito do texto de Eduardo Lourenço.
    Como escreveu Gedeão "Vê moinhos são moinhos,Vê Gigantes são Gigantes"
    Num saltinho para deixar abraço e brisas doces ****
    (Adoro Amália...adoro fado )

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  14. Seria bom um estágio de pensamento em branco, após esse filtro, repensar as pessoas e o país num todo, que de tantas oportunidades nos são dadas e se vão perdendo umas atrás de outras.
    Eduardo Lourenço, pensador exímio, viveu uma vida longa e sábia, o que nos deixa é um admirável legado e eu deveras aprecio.
    Mais um excelente momento aqui, que agradeço.
    Um kandando com o desejo de um resto de domingo muito feliz.

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