Janeiro, parecia muito feliz na sua jornada, sem que soubesse que eu estava logo ali, na poltrona da sala, a observar pelo vidro o que acontecia do lado de fora, quando, por instinto, um gafanhoto se afastou da nuvem que sobrevoava o prédio e pousou na pequena horta da minha jardineira. E ficou quieto, observando tudo. Buscava reconhecer aquele admirável mundo novo. Ao que parece, ele não sente falta da sua tribo, que pairava um pouco acima da minha cabeça. E apetece-me, (por enquanto), vê-lo movendo suas patinhas por entre minhas hortaliças. Sem pudor. Vagarosamente, fareja e sente o sabor de cada folha. E a sonoridade da palavra apetece me apetece parece vir das nuvens. Deixo-a no céu da boca por alguns instantes. E depois digo em voz alta "apetece-me", enchendo o ar com suas vogais e consoantes. Deixo-a dissipando no ar. É uma palavra que não quebra espelhos e levita como a imensidão da lua quando há um rio noturno e os teus joelhos se dobram à minha pulsão.
(José Carlos Sant Anna)Vem cá tenho sede,
Bom dia de paz, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarHoje é o dia do sabor do amor ou do amor saboreado.
O José Carlos escreveu um texto com sabor de frutas frescas.
O vídeo que pôs na formatação é muito gostoso de ouvir.
Adoro frutas, todas.
Eu também quero o Amor de água e sabor frescos.
A palavra levitar cai muito bem num texto que sugere amor.
Vamos continuando na Festa do Amor com toda paz
Tenha dia abençoado!
Beijinhos com carinho fraterno
Querida Rosélia
EliminarBem-vinda a mais esta madrugada, marcando presença nesta publicação que traz um texto delicioso do amigo José Carlos que, como sempre, nos coloca inúmeros desafios.
Como muito bem diz é um sabor poético que traz consigo a palavra levitar e que nos sugere amor, o que nos leva a paragens insuspeitáveis.
E aqui vamos nós com esta nossa Festa do Amor, já completamente fora de qualquer cânone de efeito temporal. Ou não fosse assim o Amor.
Muito obrigada pela sua presença e comentário.
Beijinhos
Olinda
Não podia ser mais fresca, deliciosa e amorosa esta publicação.
ResponderEliminarE eu, que ainda não tomei o pequeno-almoço, saboreei deliciada.
Querida Olinda, celebremos todos os dias o Amor, com muita paz e alegria no coração.
Beijos, um dia lindo.
Querida Teresa
EliminarLer José Carlos Sant Anna é sempre uma aventura.
Neste texto tanto nos apresenta a frescura da horta como à levitação que enfraquece os joelhos.
Beijinhos
Olinda
Qualquer texto ou poema do nosso Amigo Sant'Anna nos abre o apetite, como aconteceu com o gafanhoto, preso às delícias da sua horta.
ResponderEliminarQueremos sempre mais e mais, como se de fruta fresca se tratasse.
Sorte a nossa termos connosco um Mestre na Arte da palavra escrita.
A escolha deste tema com a música das saudosas Dina e Rosa Lobato Faria, no poema, caiu aqui como sopa no mel. Uma doçura!
Um beijinho para ambos, com um forte abraço extra para o autor.
Apetece cantar a cantiguinha do gafanhoto, não é verdade, Janita?
Eliminar"O gafanhoto salta, salta, salta, /às vezes voa, voa, voa/...anda sozinho sempre na farra..", uma delícia, assim esta prosa poética do amigo José Carlos. Como bem diz, é uma sorte tê-lo connosco e podermos apreciar todo esse manancial de saber.
Rosa Lobato Faria e Dina. Duas mulheres talentosas que marcaram o seu tempo.
Obrigada pela presença e comentário.
Beijinhos
Olinda
Dina a dar "sumo" com a sua intemporal canção a tão bela publicação sobre o amor. Neste caso mais admiração que amor pela presença de um gafanhoto. Gostei de ler e ouvir
ResponderEliminar.
Cumprimentos poéticos.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Bom dia, caro Ryk@rdo
EliminarJuntar ao amor as delícias da vida, da natureza, dos seres que a habitam, uma inspiração de sabedoria.
Obrigada por ter vindo, meu amigo.
Abraço
Olinda
O amor bem saboreado aqui! Lindo ler o João! abração aos dois, tudo de bom, chica
ResponderEliminarOps: não é João, é o José,rs Desculpe!
ResponderEliminarBom dia, querida Chica
EliminarUm sabor que é de provar e chorar por mais, parafraseando o conhecido ditado.
Um abração também para si, minha amiga.
Beijinhos
Olinda
Maravilhosa a canção da Dina, numa mescla perfeita entre a letra e a música, originando uma magia de se ver e repetir.
ResponderEliminarAbraço de amizade.
Juvenal Nunes
Bom dia, caro Juvenal
EliminarO texto em presença, a letra e a música das nossas conhecidas autoras, tudo nos leva a essa magia de que fala.
Grata pela presença e comentário.
Abraço
Olinda
Admirável deambular por esses variados recantos eivados de tantas sensações. A cor, a música dão o toque que apetece.
ResponderEliminarMuitos parabéns, José Carlos Sant Anna
Obrigada, Olinda. Que bom gosto na imagem e na música!
Um beijinho para os dois
Querida Manuela
EliminarTocou num ponto muito importante deste certame. São as sensações que cada um dos nossos participantes nos trazem. São vários recantos onde habitam a cor, a música, as belas palavras. O talento, em suma.
Muito obrigada, minha querida, pelo comentário.
Beijinhos
Olinda
Querida Olinda
ResponderEliminarUm vídeo - que se ouve sempre com muito agrado - perfeitamente adequado para complementar este texto tão saboroso!
Apreciar um gafanhoto é também uma forma de Amor - amor pela Natureza.
O "dobrar os joelhos" dá um subtil toque de sensualidade, claramente a apelar ao Amor.
Parabéns, José Carlos, pelo excelente texto poético!
Parabéns, Olinda, pelas escolhas.
PS - Permite-me, minha querida, que aproveite a oportunidade para agradecer a tua presença no Aniversário da "CASA". Ele, blog, adorou ver-te lá! Abraço apertado ele mandou para ti...
Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Querida Mariazita
EliminarNesse "dobrar os joelhos" reside a pedra-de-toque que nos leva a olhar mais além e a descobrir um mundo de doçuras infinitas. Saboroso.
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Gosto da tua Casa e dos belos poemas e episódios dos romances que escreves. Adoro a tua escrita. O teu blog ter-me-á sempre ali a ler-te e a apreciar os textos que nos ofereces.
Obrigada pela tua querida presença e comentário.
Beijinhos
Olinda
Li mais algumas participações, todas elas magníficas.
ResponderEliminarEstá de parabéns a promotora desta excelente ideia.
Continuação de boa semana, amiga Olinda.
Beijo.
Concordo consigo, caro Jaime.
EliminarBelíssimas participações.
Outra coisa: Marco encontro consigo,
aqui, amanhã. :)
Abraço
Olinda
Bela canção!
ResponderEliminarAbraço
Uma canção que nos nos ficou no ouvido não só pela
Eliminarmelodia como também pelas palavras frescas e
estimulantes.
Muito obrigada por ter vindo.
Abraço
Olinda
Uma publicação muito interessante!!
ResponderEliminar.
Uma flor causa emoções ...
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Beijo, e uma boa tarde!
Muito obrigada, cara Cidália, pela suapresença.
EliminarBeijo
Olinda
Caríssima Olinda,
ResponderEliminarLouvo mais uma vez a sua dedicação à Quinzena do Amor. Ainda que extrapolem os dias, deve chamar-se Quinzena, é o meu ponto de vista. Louve-se seu esmero ao “apetece-me”, pois nele coube o próprio “apetece-me”, o apelo à beleza de Holambra, à sua gastronomia, sobretudo, às suas flores, uma brevíssima aula de Canto de Boca e sua. Coube ainda um espaço ao sonetista Guilherme de Almeida, que ocupa um espaço privilegiado na galeria dos grandes poeta deste país; à música, que seduz a todos pela singeleza do canto.
Agradeço a plêiade de leitores, generosos, participativos, que deixaram seus comentários no “Apetece-me”.
E, claro, apetece-me ser lido por tanta gente boa, que faz da escrita pela internet o seu meio de comunicação, interação, congraçamento.
Como é bom, Olinda, ter uma pessoa como você do outro lado: generosa, benfazeja, sobretudo amiga.
Como é Carnaval, resta-me pedir a todos que não se percam de mim, não desapareçam , como um dia cantou Caetano Veloso em Chuva, Suor e Cerveja...
O meu muito obrigado, especialmente, a você Olinda,
Beijos e abraços para todos!
Caro José Carlos
ResponderEliminarSabe que também penso assim? Quinzena foi é e será! Uma quinzena atípica mas deixá-lo, também há gripes atípicas e outras coisas mais. :)
A minha viagem por Holambra foi imprevista mas tornou-se num encantamento. E tanta coisa linda encontrei. A sua história, os costumes, a forma de estar e as flores meu Deus! uma formosura. No blogue que indiquei no fim do post é que se vê essa riqueza imensa.
Guilherme de Almeida aparece aqui, tal como Holambra, pela imagem que abre o post "Apetece-me". Trouxe-a comigo, ilustrei um das publicações sobre a imensa obra do poeta e fui buscá-la pela apetitosa mensagem que induz. Apaixonei-me por este "Príncipe dos Poetas Brasileiros", modernista, e dediquei de uma assentada 11 posts à sua vida e obra, sem esquecer a sua vinda a Lisboa. A forma como fala desta cidade é fantástica.
Meu amigo, publicar um dos seus textos e entrar no espírito e sentir da sua poética trouxe-me "água pela barba," aliás, já lho tenho confessado. E como é bom de ver recorri aos sabores que Rosa Lobato e Dina expressam tão bem, esquecendo um pouco o gafanhoto que desempenha um papel fulcral. Felizmente, a amiga Janita não deixou passar a coisa em branco.
E chegámos ao meu papel propriamente dito, que não é mais do que recolher dessa safra de excelente qualidade o que há de melhor: As palavras poéticas, o talento e a generosidade de cada um dos participantes, que não hesitaram em trazer-me os belos textos.
Bem-haja, meu amigo.
Grande abraço
Olinda
" Apetece-me também, ficar assim, quietinha a observar, não um gafanhoto na minha horta, mas, sim, um lindo melro preto que, de vez em quando vem à varanda da minha sala onde tenho um jardim. E lá vai ele, saltitando de vaso em vaso, debicando aqui e acolá como se tudo fosse dele; fico por dentro da vidraça para que não se assuste e volte sempre. Quando, finalmente voa, deixa no piso uma verdadeira " sementeira da terra " que tem de ser limpa. Faço-o com gosto, porque é uma " visita " que me agrada, apesar da sujeirada. E foi bom, José Carlos, ler esse ternurento texto, descrevendo momentos simples mas de grande beleza, e, parecendo que não, parar, observar e ficar espantado com estas pequeninas belezas da natureza é um acto de amor. Basta de correria! Paremos um bocadinho para curtir estes pequenos instantes. Adorei recordar a Dina com este seu "Amor de Agua Fresca , bem a propósito do amor, também fresco, deixado pelo nosso Amigo José Carlos neste tua iniciativa, querida Olinda. Parabéns e um abraço aos dois, carregadinho de amizade e de votos de saúde e muito amor, sempre Obrigada, Amigos!
ResponderEliminarEmilia
Querida Emília
EliminarA capacidade que temos de nos espantarmos com o que se passa na natureza e à nossa volta é quase infinita. Bastará, como bem dizes, pararmos e dedicarmos a nossa atenção às pequenas-grandes coisas que a vida nos oferece. Coisas simples, diríamos. Mas importantes pois trazem-nos aquele colorido indispensável que dá sabor ao nosso quotidiano.
Muito obrigada pelo teu comentário a este belo texto do amigo José Carlos que quis prestigiar esta nossa "Quinzena do Amor", com a sua primorosa escrita.
Esta canção da Dina com letra de Rosa Lobato Faria ficou para sempre no nosso imaginário.
Muita saúde, minha amiga.
Beijinhos
Olinda
Um interessante e delicioso texto e uma bela música.
ResponderEliminarBeijinhos
Muito obrigada, Maria, pela sua presença e comentário.
EliminarBeijinhos
Olinda
Lindo é observar a diversidade na Natureza. Nosso pensamento voa e assim como narra o autor , tb nos sentimos alheios ao nosso redor, como o gafanhoto a descobrir um mundo novo . Nada nos falta . Tudo nos apetece . Adorei ler José carlos Sant' Anna. E a música , uma mistura deliciosa de sabores . Abraços .
ResponderEliminarmeu e-mail editelima 1606@gmail.com
ResponderEliminarOlá, Edite
EliminarPrecioso o seu comentário. A diversidade que existe na Natureza
e em nós próprios é o sal da vida. Podemos ter tudo em abundância, em especial o amor, a boa vontade e a tolerância se quisermos e
estivermos dispostos a cultivar estes sentimentos.
O texto de José Carlos Sant Anna estimula a nossa capacidade
de raciocínio e de compreensão. Uma prosa saborosa. E a música um complemento delicioso.
Muito obrigada, cara Edite, pela sua presença amiga. Vou guardar o seu telefone. Grata.
Beijinhos
Olinda
Alias, o seu e-mail. :)
EliminarBeijo
Olá, Olinda, o nosso amigo José Carlos, é mais um dos brasileiros que
ResponderEliminarse encantou com esta Quinzena do Amor. Aqui veio ele, escritor e poeta,
abrilhantar esta jornada, que por iniciativa sua, ou seja, sua, passou da Quinzena para um mês, tal foi a sua aceitação pelos leitores. A contribuição
do José Carlos, um poema disfarçado em prosa, fala da chegada ao seu jardim, de um feliz gafanhoto que se desprendeu da nuvem para passear
na horta do nosso amigo, e ali ficar na sua pesquisa do seu admirável mundo novo.
Aplausos para essa belíssima prosa do amigo José Carlos.
Beijo para Olinda e um grande abraço para meu amigo.
Caro Pedro
EliminarUm admirável mundo novo com muito para explorar, pausadamente, sem pressas, sem pudor, como diz o nosso poeta e prosador. O referido gafanhoto vê que aquilo é que é vida, tudo à mão de semear, vai provando e gostando. Mas eis que surge o narrador, tira-lhe o palco, e diz, "Apetece-me". Nada a fazer. A pulsão da vida se cumpre.
Muito obrigada, meu amigo, por mais esta leitura e comentário.
Grande abraço.
Olinda
Olá, José Carlos, uma prosa encantadora, consegui imaginar o bichinho
ResponderEliminarpasseando, comendo um pouquinho daqui, um tiquinho dali, e encantar o
dono da horta que ficou embevecido olhando o pequeno, o minúsculo
gafanhoto! Eu adoro quando vêm as pombinhas em nossa janela, bato fotos
e vejo a maravilhosa natureza.
Adorei, meu amigo, como sempre! Quanta criatividade, professor!
Beijinhos ao dois amigos meus.
Querida Taís
EliminarObservar o mundo circundante e descobrir as coisas simples
que enformam a vida e lhe dá sabor, eis uma ocupação que
enaltece a nossa passagem por este mundo.
Aprendemos com o amigo José Carlos, com a sua criatividade. a
conexão que existe entre tudo o que mexe e que faz parte
integrante de todo o ser vivo.
Bom sábado de Carnaval, minha amiga.
Beijinhos
Olinda
É o sortilégio da poesia. De repente entramos no domínio privado, como ávido gafanhoto. E o encadeamento arrasta-nos. Levitamos.
ResponderEliminarParabéns, amigo José Carlos Santana.
Grata à desafiadora da Quinzena do Amor. Quanto sucesso!
Beijos aos dois.
Querida Teresa
EliminarSim, esse encadeamento arrasta-nos para espaços quase
privados da nossa mente. José Carlos dá-lhe voz e põe a
tónica, neste seu texto, na apetência que nos envolve quando
damos às coisas o seu devido valor.
Um contentamento vê-la aqui, minha amiga.
Bom sábado.
Beijinhos
Olinda
Um encanto este texto do José Carlos Santana. Adorei. E foi tão bom recordar a saudosa Dina.
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom fim de semana
Olá, Cara Elvira
EliminarTem razão. De palavra em palavra vamos descodificando o
muito que o nosso poeta José Carlos Sant Anna nos
transmite. E é um encantamento.
Bom fim de semana.
Abraço
Olinda
Boa noite Olinda,
ResponderEliminarUm poema em prosa delicioso de Jose Carlos Sant Anna que me deu muito prazer ler.
Aparentemente simples mas a história do gafanhoto é bem profunda.
É sempre um prazee recordar a saudosa Dina.
Beijinhos e abraço.
Ailime
Cara amiga Ailime
EliminarNa simplicidade das coisas vemos o quanto temos
para assimilar e transportar para o nosso espaço
ávido de saber, não é verdade amiga?
A Dina saudosa e cheia de talento. E cheia de vida...
Beijinhos
Olinda