POEMA
Quem é que não se lembraDaquele grito que parecia trovão?!
– É que ontem
Soltei meu grito de revolta.
Meu grito de revolta ecoou pelos vales mais longínquos da Terra,
Atravessou os mares e os oceanos,
Transpôs os Himalaias de todo o Mundo,
Não respeitou fronteiras
E fez vibrar meu peito...
Meu grito de revolta fez vibrar os peitos de todos os Homens,
Confraternizou todos os Homens
E transformou a Vida...
... Ah! O meu grito de revolta que percorreu o Mundo,
Que não transpôs o Mundo,
O Mundo que sou eu!
Ah! O meu grito de revolta que feneceu lá longe,
Muito longe,
Na minha garganta!
Na garganta de todos os Homens
(1924-1973)
"Nós, em princípio, o nosso problema não é o de nos desligarmos do povo português. Se porventura em Portugal houvesse um regime que estivesse disposto a construir não só o futuro e o bem-estar do povo de Portugal mas também o nosso, mas em pé de absoluta igualdade, quer dizer que o Presidente da República pudesse ser de Cabo Verde, da Guiné, como de Portugal, etc., que todas as funções estatais, administrativas, etc. fossem igualmente possíveis para toda a gente, nós não veríamos nenhuma necessidade de estar a fazer a luta pela independência, porque todos já seriam independentes, num quadro humano muito mais largo e talvez muito mais eficaz do ponto de vista da História. ..."
Africa Tabanka
Eneida MartaAmílcar Cabral foi assassinado a 20 de Janeiro de 1973.
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Veja, se lhe interessar, outros momentos em que se falou deste Homem, e de outros poetas que fazem parte do grupo que produziu a chamada "Poesia de Combate", aqui no Xaile.
Poema - daqui
Que lindo poema e que maravilhoso intuito e desejo dele... Ótima semana! beijos, tudo de bom,chica
ResponderEliminarPoema intenso, profundo, poderoso, que muito gostei de ler.
ResponderEliminarFoi, sem dúvida, um grande poeta.
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Saudações poéticas e cordiais
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Poema: “”Luz poética que renasce””…
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Mas nada disso avonteceu!
ResponderEliminarAbraço
O grito de revolta de um poeta que era um líder e que nos deixou demasiado cedo. Mas o grito ficou e há-de sempre ecoar dentro do coração dos que amam a liberdade.
ResponderEliminarTudo de bom para si, minha Amiga Olinda.
Uma boa semana.
Um beijo.
Um grande político.
ResponderEliminarQue também sabia escrever como poucos.
Boa semana, amiga Olinda.
Um beijo.
Excelente publicação :)
ResponderEliminar.
Numa viagem ao passado ...
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Beijos e uma excelente semana.
Olá Olinda!
ResponderEliminarLindo poema, adorei sua indicação.
Tenha uma semana repleta de luz
Abraços Loiva
Sem a independência da liberdade e a liberdade da independência, não se vive, apenas sobrevive-se.
ResponderEliminarUm abraço. Tudo de bom.
APON NA ARTE DA VIDA 💗 Textos para sentir e pensar & Nossos Vídeos no Youtube.
Um grito de revolta profundo e sentido, desconhecia o poeta.
ResponderEliminarBoa semana
Beijinhos
As palavras de Amilcar Cabral que aqui nos deixaste Olinda são de uma grande sabedoria: afinal aquela guerra colonial , um absurdo, que matou muita gente e destrui familias, foi uma luta entre irmãos, os de Portugal continental e os de Portugal de África; como muito bem ele diz, não desejarariam a independência se realmente fossem considerados filhos da mesma Pátria, que a prioridade do governo de então fosse o bem -esta do povo de cá e do povo de lá, enfim, de todo o povo português ; esquecia-se, Amilcar Cabral que nem as condições de vida dos portugueses de cá interessavam aos nossos ditadores de então; era um sonhador, este senhor e por isso foi assassinado. Quiseram a independência, um direito que tinham e teria sido de uma grande lucidez ter sido concedida a liberdade a esse povo, mas os nossos governantes teimaram na guerra, apesar de todos os gritos de revolta, gritos dos soldados que não se identificavam nessa guerra, gritos dos familiares que viam seus filhos partirem, gritos daqueles que por lá ficaram caidos nos campos de batalha. Na minha casa vivia-se uma angústia permante, com medo de que o meu irmão não voltasse da Guiné para onde teve de ir. Voltou precisamente quando se deu o 25 de Abril, felizmente bem e sem traumas psicológicos. Essa guerra acabou, mas outros gritos de revolta continuam a ouvir-se por esse mundo fora, gritos de revolta, de desespero, de frio e até mesmo de fome e nós ouvimo-los...chocados, incrédulos, impotentes...
ResponderEliminarObrigada, Olinda por voltares a partilhar connosco toadas estas informações sobre Amilcar Cabral, um Grande Senhor, um poeta da chamada " Poesia de Combate ". Gostei muito também da música. Saio daqui mais enriquecida, como sempre. Minha Amiga, espero que tenhas dias serenos, com alegria e saúde, o nosso bem mais precioso. Beijinhos e boa noite
Emilia 🌻 🙏 🕊
Gostei de ler a poesia de Amilcar Cabral,
Eliminartalvez tenha interesse a sua vivência, assim
entende-se melhor a sua vida em Portugal, daí que tivesse esse sonho de uma ligação harmoniosa entre os territórios
Amílcar Lopes Cabral nasceu em 1924 na Guiné portuguesa de família com origem em Cabo Verde, em 1954 estudava em Portugal em Lisboa onde se formou e trabalhou na Agronomia,
Em Portugal casou com uma portuguesa que estudava com ele, D. Maria Helena, e tiveram uma filha, era bem aceite pela família,
sendo anos mais tarde, enviado pelo governo português para o Ultramar, na Guiné onde iria desempenhar as suas funções relacionadas com o seu curso académico
A partir daí terá tido contacto com movimentos independentistas locais e estrangeiros.. e começou a sua luta armada..
Com certez que foi pena realmente que não ter havido solução pacífica e separação se assim era desejada, como aconteceu entre Portugal e o Brasil ...
EliminarProfundo poema. Me conmovió. Te mando un beso.
ResponderEliminarBoa tarde, caríssima Olinda,
ResponderEliminarJá estive aqui e devorei alguns dos textos indicados no corpo da sua postagem. Ouvi as músicas. Li e reli os poemas vigorosos de Amílcar Cabral, que me fazem pensar na nossa ancestralidade; que fazem pensar o quanto a sociedade como um todo, em particular a brasileira, ainda precisa fazer para resgatar a dívida histórica que tem com o seu povo, sobretudo, quando a mídia expõe em carne viva o que acontece com os povos originários, com os Yanomami, herança maldita do governo mais recente, ainda que o abandono a que estão relegados seja remanescente de governos anteriores.
Visitar a sua casa é poder reencontrar com os poetas que nos ajudam a compreender a história da nossa gente. E quão importante é o seu papel ao dar de beber aos que têm sede.
Abraços, querida amiga!
Amilcar Cabral não consruia muros, olhava longe o horizonte...
ResponderEliminarBeijo amiga Olinda Melo.
Sempre a oferecermos textos da melhor qualidade
Boa noite Olinda,
ResponderEliminarAmílcar Cabral um grande Homem, Político e Poeta!
Adorei este poema.
Um grito de revolta que ecoará para sempre nos que amam a liberdade.
Beijinhos,
Ailime
Pena ter ido tão cedo.
ResponderEliminarGostei muito deste momento. A música aquece a alma.
Excelente partilha.
Abraço e brisas doces ***
Olá Olinda, obrigada pelo poema do Amilcar Cabral, sabia que era poeta, mas
ResponderEliminarnão encontrei a sua poesia,
no entanto entende-se melhor a sua vida em Portugal, daí que tivesse esse sonho de uma ligação harmoniosa entre os territórios
Amílcar Lopes Cabral nasceu em 1924 na Guiné portuguesa de família com origem em Cabo Verde, em 1954 estudava em Portugal em Lisboa onde se formou e trabalhou na Agronomia,
Em Portugal casou com uma portuguesa que estudava com ele, D. Maria Helena, e tiveram uma filha, era bem aceite pela família,
sendo anos mais tarde, enviado pelo governo português para o Ultramar, na Guiné onde iria desempenhar as suas funções relacionadas com o seu curso académico
A partir daí terá tido contacto com movimentos independentistas locais e estrangeiros.. e começou a sua luta armada..