segunda-feira, 2 de maio de 2022

Tarde, tão tarde

Ontem, na tua voz pousada
Lá longe, do teu refúgio
Envolto, protegido num sudário
No casulo em que transformaste a tua vida
Galante como só tu sabes ser
Assim disseste: Falar contigo! Para mim
                                                     É vida!

E a isto se resume o teu desvelo.
Tarde, tão tarde que até dói
Irrompeste na minha vida
Emparedado, sem visão de futuro
Levitaste apenas, depois caíste.

Dinola Melo 



Nina Simone
Feeling Good


13 comentários:

  1. Lindo poema e por vezes as coisas acontecem tarde, bem tarde quando já não mais adiantam! beijos, linda semana! chica

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  2. Poema muito bonito que me fascinou ler. Um belo grito poético de amor.
    .
    Cumprimentos
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  3. Uma partilha maravilhosa. Adorei. Obrigada
    -
    Não adianta contrariar o coração...

    Beijos, e uma excelente semana

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  4. Saúdo a poeta Dinola Melo, bem vinda!
    que vem comprovar o que há muito tempo era convicção minha
    ou seja, que Olinda Melo não é apenas amante (teorica) da poesia, mas que pelo contrário, não resiste ao "perfume" da sua prática,
    lamento apenas que esbanje o seu talento,a tecer "sudários" e "casulos"
    e outros termos de "expiação" , em lugar de se espraiar nas cores do seu belo Xaile de Seda
    x
    abraço, amiga Oinda

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    1. Salvé, ó Bardo!
      Das lonjuras do Olimpo dignas-te lançar um olhar comiserativo e adivinhatório sobre pobres mortais que ousam enveredar pelos caminhos da escrita. E esqueces-te, ó Poeta, que nem todos nasceram com a tua verve e a força e sentidos que imprimes às palavras.
      Mas tu que ombreias com os deuses esqueces-te: "o poeta é um fingidor, finge tão completamente que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente". Isso, se poeta houvera por aqui...(Repara no pretérito mais-que-perfeito tão presente nas tuas composições poéticas)
      Mesmo assim, pergunto: como interpretarás, na tua ilustre sagesse, esse "fingimento" referido pelo nosso Poeta Maior.
      Pergunta retórica, naturalmente.

      Agora a sério, Manuel Veiga, acredito que Dinola levará em devida conta as suas críticas. Assim, ela leia o seu comentário.
      Abraço

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    2. que exagero. Olinda! apenas uma singela saudação a uma nova (para mim) poetisa e sou vítima privilegiado pela sua "feroz" ironia.

      mas olhe que não - crítico nunca! reconheço a minha falta de talento, e como é costume dizer-se, "quem quer bolota que trepe"!

      já bardo admito que me dá qosto deixar por aqui e por ali os meus "balidos poetícos", e se me dá o ilustre título de Bardo, vindo de si é privilegio que agradeço.

      quanto a Dinola não ler os meus comentárips é coisa séria. porque gosto da poesia da menina. dou tratos a imaginação para resolver esta questâo, que devo fazer? não quer a Olinda fazer a diligência de nos apresentar? tailvez a minha falta de charme e de graça a possa convencer!

      OXALÀ !....

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    3. Ora Manuel Veiga, "presunção e água benta cada qual toma a que quer"!

      A que propósito lhe apresentaria Dinola Melo? Bem sabe que "balidos poéticos" há muitos... E presumo que essa menina, como diz, a ter de seguir um mestre optaria por uma livre escolha.

      E saiba que "mi casa es su casa", venha sempre, esteja à vontade, diga de sua justiça. Dada a diversidade das minhas publicações, elas serão campo privilegiado, certamente, para aplicar as técnicas da sua condescendente sementeira.

      Aqui, no "Xaile de Seda", tanto pode haver palavras a lamentar vidas emparedadas como o seu contrário. É só escolher...

      Sempre a admirá-lo, caro Poeta.
      Abraço

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  5. Belo poema, bela Nina Simone!

    Grato abraço, querida Olinda , por estes momentos sentidos.

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  6. Bom dia, Olinda!

    Reconfortante e alerta, dependendo de como tem estado o coração.

    Magnífica poesia.

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  7. Um triste poema, cujo encontro durou o suficiente para o vôo e a queda, e a constatação de um desencontro . Lindo apesar de melancólico.
    Abraço carinhoso, amiga .

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  8. Boa noite, Olinda!
    Quando demora a acontecer por vezes o paraíso tornar - se solitário!
    Um doce sorriso!
    Megy Maia🌸🌸🌸


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  9. Um belo, realista e triste poema! "Emparedado", uma significativa palavra. Gostei imenso dos versos e do vídeo. Bjs.

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  10. Adoro esta música !
    Também gosto de ouvir o Bublé, mas a a Nina é outra coisa :)
    Belo o poema apesar de triste não conheço a poesia de Dinola Melo.
    Abraço e brisas doces ***

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