sonham ser casa
sei
porque falo
a língua do chão
nascida
na véspera de mim
minha voz
ficou cativa no mundo,
pegada nas areias do Índico
agora
ouço em mim
o sotaque da terra
e choro
como as pedras
a demora de subirem ao sol
Mia Couto (1955) é um escritor, poeta e jornalista moçambicano. Ganhador do Prêmio Camões de 2013. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras para a cadeira n.º 5.
Mia Couto, pseudônimo de Antônio Emílio Leite Couto, nasceu na cidade da Beira, em Moçambique, África, no dia 5 de julho de 1955. Filho de Fernando Couto, emigrante português, jornalista e poeta que pertencia aos círculos intelectuais de sua cidade.
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Poema e biografia - daqui
Muito lindso e há quem ouça e entenda até a linguagem das pedras, inclusive seus sotaques...Adorei! beijos, chica
ResponderEliminarFabuloso de ler
ResponderEliminar.
Um domingo feliz. Abraço
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Que lindo, querida Olinda!
ResponderEliminarMaravilhosa postagem, tratando-se de Mia Couto... é só curtir!
Uma ótima semana, Olinda, cuidando-se muito.
Beijinhos.
"e choro
como as pedras
a demora de subirem ao sol"
Bom dia. Maravilhoso de ler. Obrigada pela patilha :) 🌹
ResponderEliminar~~
Queria ser, muito mais, que um Ser
~~
Beijos, e uma excelente semana.
Seja em prosa, seja em verso Mia Couto cativa sempre!
ResponderEliminarAbraço
Agora ouço em mim o sotaque da terra. Cada vez gosto mais de ler Mia Couto. Encontro-me imenso naquilo que ele escreve.
ResponderEliminarCuide-se bem minha Amiga Olinda.
Uma boa semana.
Um beijo.
Penso, Amiga, que é assim mesmo....quando se ama o lugar onde se nasceu, quando não se esquecem as raizes por muitas que sejam as andanças por outros mundos, sente-se o " o sotaque da terra": sabe-se ver nas pedras a vontade que têm em construir casas que abriguem, pontes que aproximem, mas, nunca muros que separem: sabe-se ler no " chão " muito antes já nascido, a disponibilidade para receber com carinho todos os que o vierem a calcar; é assim, o nosso chão, é assim a nossa pátria, solo que nos viu nascer e que sentiu as nossas primeiras pegadas. Não sou poeta, nunca saberia interpretar o " sotaque " da minha terra, mas, considero que tive dois " chãos " que percorri feliz....um que recebeu os meus primeiros passos, outro que deixou que as pegadinhas dos meus filhos deixassem a sua marca, posso dizer, até hoje. Considero-me priveligiada por me terem concedido duas terras, com a mesma lingua, mas com diferentes " sotaques ", ambos maravilhosos. Não choro, agora, mas....já chorei,
ResponderEliminarLindo, Amiga! Entendi muito bem, Mia Couto! Beijinhos e espero que tenhas encontrado tudo bem, neste teu regresso. Boa noite!
Emilia ♥️ 🌻
Que bom encontrar Mia Couto por aqui!
ResponderEliminarEste sotaque da voz da terra toca-me fundo.
Beijinhos, querida Olinda.
Olá, amiga Olinda, um grande poeta, Mia Couto, que muito engrandece a Lusofonia.
ResponderEliminarUm belo poema, que nos pede mais de uma leitura.
Agradeço pela partilha.
Uma excelente semana, Olinda.
Um abraço.
... "e choro como as pedras a demora
ResponderEliminarde subirem ao sol!"
não há chuva que "apague" esse grito abrasivo das pedras
nem água que não seja uma fala da "lingua do Chão"
forte Abraço
como escreveu Manoel de Barros, "não tem altura o silêncio das pedras." Mia Couto sabe ser envolvente com as palavras! um abraço, Olinda.
ResponderEliminarFeliz dia de São João, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarSentir raízes nossas traz bem-estar.
Estou completamente desligada das minhas há anos.
Parece que há mais pedras no caminho, certamente e o Amor ao solo natal quer erguer-se no 💙.
Tenha um dia abençoado com as sardinhas e uma broa de 🌽.
Beijinhos carinhosos e fraternos de paz e bem
Querida Olinda, como eu amo estas palavras simples que se juntam perenes de significação!
ResponderEliminarEnorme beijinho
Beautiful blog
ResponderEliminarPedras e palavras constroem o edifício da Vida e do sentir. Mia Couto não deixa o espaço vazio.
ResponderEliminarMagnífico Poeta/Pensador.
Obrigado, Olinda.
Beijo
SOL da Esteva
Olá, querida Olinda!
ResponderEliminarContinuo em pausa na blogosfera. Os cuidados com a família, sobretudo a mãe, cresceram e o compromisso com a direção da Academia de Letras de Trás-os-Montes não me deixam tempo para visitar e comentar as publicações nos blogues.
Contudo, entendi dar notícias do meu Ivo, pois intuo que alguns amigos e amigos gostarão de saber da sua vida, já tão afirmativa.
Grata, pois, pelas tuas gentis palavras lá no portate-mal.
Quanto ao Mia, continua a ser um deslumbte a sua linguagem poética.
Há uns tempos, num evento online da biblioteca de Faro, ouvi-o deliciada. Ele também gostou imenso da moderadora (conversa sobre uma obra dele) e pediu para estar presente em outros eventos da biblioteca.
Desejo tudo de bom!!!
Beijinhos
Boa tarde Olinda,
ResponderEliminarUm poema muito belo com a sensibilidade poética magistral de Mia Couto.
Adorei!
Um beijinho e um bom mês de julho.
Ailime
Gosto de ler o Mia Couto, tanto em poesia como em romance.
ResponderEliminarEste poema foi uma excelente escolha.
Bom fim de semana, amiga Olinda.
Beijo.