Ela veio passar a Páscoa connosco e resolveu ficar mais uns dias dizendo-me: Como amanhã é feriado vou na sexta-feira à tarde, descanso no fim-de-semana e na segunda-feira vou ao hospital saber dos meus exames. Assim foi. Nesses dias demos pequenos passeios, devagar, conversando e chegou a dizer-me: Ultimamente tenho-me cansado ao fazer pequenas caminhadas. Mas aqui não me tem acontecido. Nas nossas conversas íamos recordando o seu/nosso percurso e dizia-me: Acompanhaste-me toda a vida. E eu a ela: Ou foste tu que me acompanhaste toda a vida. Lembras-te de quando mudámos de casa e vieste connosco? Claro, como havia de me esquecer? Sempre tomaste conta de mim. Tenho marido (o teu irmão), tenho filhos, tenho muitos irmãos, mas tu é que carregaste comigo ao colo, passaste horas e horas nos hospitais enquanto eu era submetida a inúmeras intervenções cirúrgicas, enfim, estiveste sempre presente. Ela expressava a dor quando a sentia, mas tinha um espírito alegre que quem a visse não diria que padecia de uma doença auto-imune, altamente incapacitante em termos vasculares. Há oito dias não me passaria pela cabeça estar a fazer este post, embora já o pudesse ter feito, para falar um pouco da Arterite de Takayasu. Mas a vida é tão frágil, não sabemos o momento em que ela se escoa, deixando-nos impotentes. E isso aconteceu. Assim, sem mais.
Teve dois filhos quando lhe diziam que não podia tê-los.
Dedico-lhe o poema que se segue, homenageando a mãe incansável e amorosa que foi:
Mãe
Uma e outra têm a tua coragem, o teu alento vital.
Estou contigo mãe, no teu sonho permanente na tua esperança incerta
Estou contigo na tua simplicidade e nos teus gestos generosos.
Vejo-te menina e noiva, vejo-te mãe mulher de trabalho
Sempre frágil e forte. Quantos problemas enfrentaste,
Quantas aflições! Sempre uma força te erguia vertical,
sempre o alento da tua fé, o prodigioso alento
a que se chama Deus. Que existe porque tu o amas,
tu o desejas. Deus alimenta-te e inunda a tua fragilidade.
E assim estás no meio do amor como o centro da rosa.
Essa ânsia de amor de toda a tua vida é uma onda incandescente.
Com o teu amor humano e divino
quero fundir o diamante do fogo universal.
Há alturas na vida em que fico sem palavras e isso aconteceu antes mesmo de chegar ao fim do post.
ResponderEliminarDeixo um abraço apertadinho
Muito comovente, querida Amiga.
ResponderEliminarToda a misericórdia divina para si.
Abraço de imensa ternura.
~~~~
Elvira e Majo
ResponderEliminarMuito obrigada
Beijinhos
Olinda
Querida amiga, pensei, logo que me levantei, vir aqui deixar-te um abraço muito, muito amigo, por seres a Grande mãe que és e deparo-me com esta triste noticia. Com certeza que o teu sofrimento é grande, pois perdeste uma pessoa muito querida que contigo partilhou momentos bons e maus da vida. Sei que o teu dia de Domingo não vai ser alegre e essa dor vai continuar, querida amiga. Deixo-te um abraço solidário com o vosso sofrimento e espero que, aos poucos, a alegria volte à tua casa. De um dia para o outro tudo muda, AMIGA! Triste!
ResponderEliminarEmilia
Boa tarde. Uma publicação fantástica e emocionante. Adorei:))
ResponderEliminarHoje :- A tua competência orgulha quem te escuta [Poetizando e Encantando]
Bjos
Votos de um óptimo Sábado.
Emília
EliminarLarissa
Muito obrigada pelas vossas palavras.
Bjs
Olinda
Uma bela amizade, querida Olinda! E essa comovente conversa foi uma despedida. A vida é, afinal, tão breve! Gostei da forma leve como é contada. Estamos de passagem!
ResponderEliminarO maravilhoso poema de Ramos Rosa é uma boa homenagem.
Beijos.
Há leituras que à medida que vamos aprofundando, envolvemo-nos comovidas e em certo ponto os olhos embaçados já não nos permite finalizar
ResponderEliminarQue o conforto divino abrande esse coração que sofre tamanha dor
Beijinhos e um forte abraço
Teresa
ResponderEliminarGracita
Grata pela vossa presença e palavras de conforto.
Bjs
Olinda
belo poema e bela homenagem
ResponderEliminardeixo um abraço, amiga Olinda
Quase sem palavras para comentar, perante a imposição da morte, faço minhas as da Teresa Almeida: houve uma bela amizade e uma significativa conversa entre as duas antes da partida. Bela homenagem esta, a que faz à sua cunhada.
ResponderEliminarForte abraço.
Bjo
Fraterno e comovente este seu texto, minha Amiga Olinda. E foi tão bom ler aqui este maravilhoso poema de António Ramos Rosa.
ResponderEliminarUm grande beijo.
Olá Olinda querida,
ResponderEliminarMeus sinceros sentimentos, que Deus possa confortar teu coração e de todos os familiares.
Tem pessoas que ficam em nossos corações para sempre, guardados em um lugar muito especial e tenho certeza que sua cunhada está bem guardadinha no seu...
Beijos
Ani
Manuel
ResponderEliminarLua Azul
Graça
Ani
Muito obrigada pela vossa presença e palavras amigas.
Bjs
Olinda
Minha amiga, peço desculpa, mas como estive de férias quando regressei fui comentar apenas os últimos posts dos amigos e nem dei conta deste.
ResponderEliminarLamento muito a morte da sua cunhada, ficam as lembranças para aliviar um pouco a dor e saudade de quem parte.
Deixo um abraço bem apertadinho.
Beijinhos
Maria
Querida Maria
EliminarMuito obrigada pelas sua palavras amigas.
Beijinhos
Olinda
Querida Olinda, chego tarde mas não posso, nem quero, deixar de te dar um abraço cheio de carinho e comoção.
ResponderEliminarA morte de alguém que gostamos dói. Será atenuada pelas lembranças boas que te deixou.
Abraço, extensivo a toda a família.
Querida Teresa
EliminarMuito obrigada pelas palavras amigas.
Beijinhos
Olinda