Alberto de Lacerda - o poeta expatriado
O exílio é isto e nada mais
Na sua forma mais perfeita:
Hoje na terra de meus pais
Somente a luz não é suspeita.
aqui
NÓS
Falei
Cantei
Cantei demais
Arrisquei quebrar
O arco-íris
Mas até em estilhaço
Continuaria
O encantamento
Alberto de Lacerda, in 'Átrio'
Como é Belo Seu Rosto Matutino
Como é belo seu rosto matutino
Sua plácida sombra quando anda
Lembra florestas e lembra o mar
O mar o sol a pique sobre o mar
Não tive amigo assim na minha infância
Não é isso que busco quando o vejo
Alheio como a brisa
Não busco nada
Sei apenas que passa quando passa
Seu rosto matutino
Um som de queda de água
Uma promessa inumana
Uma ilha uma ilha
Que só vento habita
E os pássaros azuis
Alberto de Lacerda,
in 'Exílio'
Alberto de Lacerda viveu quase sempre no estrangeiro e foi esquecido. Porém, nunca se esqueceu de Portugal. Pelo contrário, levou a nossa cultura para junto de gente que, de Portugal, nada sabia. Esse é um dos problemas que se apresenta no que respeita à tarefa de divulgar a vida e obra do poeta Alberto de Lacerda (1928-2007). É preciso ir encontrá-lo, situá-lo no seu tempo e dar-lhe o contexto de uma vida vivida e celebrada por outros.
Palavras iniciais da introdução à exposição, da Biblioteca Nacional, dedicada à obra de Alberto de Lacerda, em Outubro de 2017, com o título "Oh, Vida, sê bela!".
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ALBERTO DE LACERDA: toda a luz e solidão do mundo.
LABAREDA - publicado agora, em Junho
Diz-se aqui que este livro quer resgatá-lo para as novas gerações e estimular a curiosidade para uma poética e uma vida invulgares.
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