sexta-feira, 11 de maio de 2018

os lugares são estáveis?

Habituei-me a pensar no meu marido não como quem pensa numa pessoa mas como quem pensa num lugar. Os lugares são estáveis. Estão lá para sempre. Lulu era a minha cidade natal, a casa dos meus pais, as paisagens da minha infância, um sólido cais de pedra, um porto de abrigo capaz de me proteger das tempestades. Pensando melhor, também os lugares morrem, também eles nos podem trair. Foi o que aconteceu à minha cidade. Em todo o caso eu pensava em Lulu como quem pensa num lugar estável. Faça um pequeno esforço de imaginação. Pense num lugar estável. O Kilimanjaro parece-lhe um lugar estável? Pois eu pensava em Lulu com o mesmo sentimento de segurança, de perenidade, com que você pensa no Kilimanjaro.



Interessante, não é? Esse sentimento de segurança, de perenidade. É refrescante essa confiança e pertença. 
A questão aqui é saber se, realmente, tudo permanece imutável: na vida, no ambiente, no nosso planeta.

E, será que esses dois continuarão juntos?

Deixo-vos este exercício, 

enquanto procuro recuperar o texto que queria publicar há dois dias, relacionado com o post anterior. Talvez seja melhor escrever outro se o PC não entrar, de novo, em colapso.  

Abraço e até breve.

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13/05

Pois bem, queridos amigos

A vida é assim. Tudo vai tomando novas aparências. Lugares que pareciam enormes na nossa infância quando lá voltamos, em adultos, já não parecem os mesmos. Encolheram. Foi essa a sensação quando voltei à minha aldeia depois de alguns anos. As pessoas não são as mesmas. Os cantos e recantos também não. 

Tudo é passível de mudança, para o bem ou para o mal. Até o Kilimanjaro, referido no texto, o ponto mais alto de África, o das neves eternas, já não é o que era. Com as alterações climáticas corre o risco de perder a sua coroa brilhante. 

Mas, ouçamos mais algumas palavras da personagem sobre a sua relação com o marido:

Nos últimos anos, é verdade, fomo-nos afastando um do outro. Afastando é uma maneira de dizer, pois estamos sempre juntos, acho mesmo que o que nos afastou foi esse excesso de proximidade.

...Cansámo-nos um do outro...
    

=====

José Eduardo Agualusa - Barroco Tropical, excerto, pg 124
Imagem: Kilimanjaro (Net)


33 comentários:

  1. Gostei de ler. Nunca li José Eduardo Agualusa, mas tenho ali na fila, à espera de vez, Nação Crioula.
    Abraço e bom fim de semana

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    1. Olá, Elvira

      Já li alguns livros de José Eduardo Agualusa. Estou a gostar muito deste.

      Bj

      Olinda

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  2. Olá, Olinda!
    Perfeitas escolhas: do texto do Agualusa (que descobri apenas este ano) e da foto com o grande e belo Kilimanjaro e o meu "animalzinho" preferido (não sei dizer porquê mas GOSTO de girafas).
    Calma amiga, recupera o texto e não entres tu em colapso, tá?!
    PC's há muitos. Olindas lindas como tu, hum! não sei, não!
    (O meu PC caiu 5ª feira do sofá para a carpete. Não imaginas os estragos que fez. Eu até compreendia, se a altura da queda fosse novo recorde olímpico...)
    Beijo e bom fim-de-semana.

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    1. Tens razão, Teresa, PC's há muitos. Mas enervam quando começam a pensar por eles próprios. É mensagens a todo o instante: é que já não tenho espaço, preciso de actualizações, enfim, só exigências.
      Também eu tenho um certo carinho pelas girafas. Vejo-lhes um ar calmo e uma grande elegância. Até me esqueço do pescoço desmesurado que, ao fim e ao cabo, tem a sua função.

      Beijinhos

      Olinda

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  3. um belo texto e uma excelente pergunta.

    não tenho dúvidas que há lugares imperecíveis na vida e memória de cada um de nós...

    ... e talvez se movam - os lugares! e nós com eles, sem lhe captarmos o movimento.

    sempre estimulantes teus textos, Olinda

    abraço

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    1. Muito bom o seu exercício, caro Manuel. É verdade, nem sempre captamos o movimento das coisas e dos sentimentos. Deixamo-nos conduzir, paulatinamente, desatentos à realidade. Acabamos por cair, muitas vezes, no marasmo e na acomodação.

      Abraço

      Olinda

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  4. Nascer, crescer, viver e morrer. Assim aprendemos sobre o que é vivo.
    A terra, a gente, os sítios e lugares, mais ou menos depressa, vão mudando e nós (mais rapidamente) igualmente estamos em mutação até ao tempo final.
    Não te percas no "caminho". Percebe que pode ter sido a mutação que vai chegando ao PC.

    Beijo
    SOL

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    1. Olá, Sol

      O ciclo da vida. Isso acontece connosco quanto ao que pensamos e sentimos e ainda ao que nos nos rodeia. Mal de nós se não tivermos isso em linha de conta.

      E quanto a estas maquinetas de que dependemos, e cada dia mais, também têm o seu tempo de vida. Começam a reclamar de mansinho, não prestamos atenção até que um dia, pronto, emudecem definitivamente...Então, gritamos: Aqui d'el rei. :)

      Bom domingo.

      Abraço

      Olinda

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  5. O texto deixa-nos instáveis, quebradiços ...

    Como mudou o quintal da minha infância! Quando voltei era, afinal, tão pequeno! E o campanário da igreja não estava no firmamento.

    Fiz o Exercício, querida Olinda. Belo desafio!

    Beijinho.

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    1. Querida Teresa

      Tivemos o mesmo pensamento, e quase ao mesmo tempo.:) Quando acabei de escrever a adenda ao post vi o seu comentário.

      Obrigada pela sua presença aqui no Xaile.

      Beijinhos e bom domingo.

      Olinda

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  6. O texto mostra-nos com pujança o quanto somos efêmeros e quebrantáveis
    Perenidade não existe na natureza e muito menos em nossas vidas. Somos mutantes!!!!!
    Beijos e um feliz domingo

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    1. Olá, Gracita

      Passageiros de viagem curta e nem sempre temos consciência disso. Se não aproveitarmos o tempo que nos é dado para fazermos felizes os que nos rodeiam então a nossa caminhada terá sido em vão.

      Beijinhos

      Olinda

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  7. Tudo vai mudando ao longo dos tempos, quer seja na natureza, quer seja nos seres humanos.
    É tão triste quando o cansaço invade uma relação.
    Excelente reflexão.
    Bom restinho de domingo
    Beijinhos
    Maria
    Divagar Sobre Tudo um Pouco

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    1. Uma grande verdade, Maria. A rotina e a dificuldade em nos renovarmos minam qualquer relação. Penso que é um trabalho de amor e respeito em que ambas as partes têm de investir.

      Beijinhos

      Olinda

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  8. " Cansamo-nos um do outro..." e mesmo dizendo estas palavras pode ser que fiquem juntos;nos relacionamentos longos é normal esse sentimento, pois os filhos " voam", a casa fica muito grande para dois e o " assunto acaba ", muitas vezes; é preciso muito " jogo de cintura " para que o desânimo nāo chegue e que até mesmo uma sensação de solidão não seja sentida. E aqui está a mudanca de que falas, Olinda. A casa pode até ser a mesma, mesmo os móveis, as fotografias nas paredes e alguns quadros também continuam lá, mas nada, nada é igual; nós mudamos a cada dia que passa e até a maneira como olho para todas essas fotos é diferente a cada momento; tenho a mania de ter fotos dos filhos, netos por todo o lado , nas paredes e nos móveis e ontem à noite olhei uma foto da minha filha pequenina que está há anos na minha mesinha de cabeceira e fiquei com uma grande nostalgia ao olhar
    para ela; comentei com o meu marido a grande mudança nela, em nós, no nosso filho e até mesmo nos netos que há pouco nasceram e que já estão tão diferentes. Foi diferente o meu olhar ontem, o que senti também e amanhã com certeza outra sensação terei. E assim são também os relacionamentos que mudam à medida que mudamos nós não querendo isso dizer que devem acabar; se tivermos consciência dessa transformação; a experiência de vida faz-nos ver as coisas com mais clareza e um pouco mais de sabedoria e começámos a perceber que " o excesso de proximidade " nos dá a sensação de afastamento; quando se chega à idade da reforma, e os dois começam a viver sempre juntos, praticamente um para o
    outro, sem a confusão dos filhos pela casa, com tudo sempre nos lugares, " o assunto de conversa parece acabar e esse sentimento surge, mas entendamos a normalidade da situação e de certeza que o caminho a dois continuará. Ainda bem que sentimos a mudança, ainda bem que a notamos e aceitamos no outro, pois é sinal de que ainda cá andamos; se ontem a nostalgia me chegou, ao olhar aquela foto, com certeza hoje vou sorrir e lembrar o lugar onde foi tirada e o momento feliz vivido nessa altura com uns amigos, um dos quais já partiu.
    Querida Olinda, tudo muda, só não muda a " mania " desta tua amiga de se alongar nos comentários, mas, olha, sempre fui assim, embora tenha mudado, de certeza o que sinto ao escrever; os anos fazem com que pensemos diferente.
    Beijinhos, querida amiga e desejo-te uma bela semana, já com o problema do pc resolvido
    Emilia

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    1. Corrigindo- mesmos os móveis, o que senti hoje também, acabar, se tivermos..
      Da reforma e...
      se a nostalgia me chegou ao olhar...
      Beijos
      Emilia

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    2. E espero que essa tua "mania" não mude nunca, querida Emília. Gosto muito dos teus comentários. Trazem-nos, sempre, o sentir do teu coração e das tuas experiências.

      Penso que as tuas palavras abarcam aspectos cruciais por que passamos, normalmente, numa vida a dois. Primeiro com a casa cheia em que as preocupações com os filhos e o desempenho profissional quase que não deixam que tenhamos tempo para nos avaliarmos a nós e ao relacionamento como casal. Por vezes, esquecemo-nos de olhar um para outro com olhos de ver. E o distanciamento afectivo começa a instalar-se. É com espanto que um dia tomamos consciência de que temos ao nosso lado uma pessoa estranha.

      Daí a necessidade quase premente de nos mimarmos, todos os dias, a cada momento. E não será preciso dispor de mundos e fundos, nem demonstrações espaventosas de afecto. É um trabalho diário. Um gesto, um sorriso, um abraço, uma palavra de apreço.

      O problema do PC está para durar. Terei de resolver isso de outra forma, talvez arranjando outro.

      Beijinhos

      Olinda

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  9. Tenho alguma (muita) dificuldade em dizer alguma coisa, de racional, sobre isto. Especialmente por causa do modo como a questão se apresenta. Diria que as relações e os lugares são estáveis ou não, mais ou menos, por si, pelas circunstâncias que lhes rodeiam, pelos acidentes, incidentes externos que os perturbam. Nada é imutável, mas a perenidade de uns ou outros é condicionada; ou condicionável, se quiseremos.
    Além disso, porque o conheço, porque me pregou ao chão, porque foi um dos momentos em que a Vida ganhou dimensão por ter ficado sem respiração, o Quilimanjaro, esse, sim, é estavelmente imortal!...
    abraço.
    jorge

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    1. Caro Jorge

      Compreendo perfeitamente esse condicionamento de que fala.
      Quer queiramos ou não, dependemos uns dos outros. Somos todos abrangidos pelos actos que praticamos e pelos dos nossos semelhantes, sejam eles, os actos, considerados bons ou maus. E mesmo na nossa forma de sentir vemos que há situações mais perenes que outras.
      Os lugares, esses, merecem ser preservados. É uma perenidade desejável, exigível até, para o nosso próprio bem. Que a experiência sentida à vista do Quilimanjaro, e de outros lugares similares, seja uma experiência repetível, sempre.

      Abraço

      Olinda

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  10. Conheço o Eduardo de pequeno e tenho o Barroco Tropical.
    É uma pessoa culta conhecedor de África, mas não me satisfaz como contista, embora esta passagem seja interessante.
    Para falar do enorme e misterioso continente, não há como Mia Couto.
    JEAgualusa é uma pessoa que pensa muito e produz pouco.
    Uma postagem magnífica.
    Beijinhos, Olinda.
    ~~~~~~

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    1. Vejo que é uma profunda conhecedora destes dois autores. Muito obrigada pelo seu contributo.
      Mas, sabe Majo? Não me interessa muito se este ou aquele autor é muito ou pouco produtivo, como também não me preocupo em fazer comparações a não ser que se trate de uma recensão crítica que tenha de abordar em contextos que a isso me obriguem.
      Assim, quando leio um livro e encontro uma passagem, um trecho, uma frase que me faz parar e reflectir dou-me por muito feliz, agradecendo a esses artistas da Palavra por enriquecerem a minha vida.
      Foi o que aconteceu com os excertos em presença e em muito boa hora vos convidei para esta reflexão. Isso permitiu-nos partilhar saberes e experiências muito importantes.

      Beijinhos

      Olinda

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  11. Querida Olinda

    Que coincidência! É uma sensação surpreendente esta de sentirmos que os lugares encolheram. Pior ainda é quando a proximidade contribui para o afastamento.
    Excelente post!

    Beijinhos e boa semana.

    Teresa

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    1. Preciosas palavras, minha cara Teresa. A força do hábito poderá ser arrasador em muitas circunstâncias.


      Bj

      Olinda

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  12. José Eduardo Agualusa é um grande escritor.
    Quanto aos lugares estáveis, tenho muitas dúvidas... Talvez aqueles que pertencem ao coração...
    Gostei dos textos, minha Amiga Olinda.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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    1. Ora, nem mais, minha amiga Graça. Mesmo assim, há que regar esse jardim, não tomando nada como garantido. Daí o seu "talvez", talvez.

      Bjs

      Olinda

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  13. Olá, com sou geminiana, e o geminiano não suporta rotina, acho a transformação sensacional, certas perenidades me cansam.
    Tenha um ótimo dia1
    Abraço!
    Diná

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    1. Olá, geminiana!

      Sei como é. Tenho cá em casa uma geminiana. Ela tem sempre algo para revolucionar. :)))

      Obrigada pela visita, Diná.

      Abraço

      Olinda

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  14. Boa noite Olinda!
    Que bela essa imagem, gosto das girafas, embora tenha esse pescoço enorme são belíssimas. Gostei muito do texto, não conhecia o autor. Esse sentimento de segurança e confiança em relação ao outro num relacionamento é muito saudável, isso fortalece a união. Mais conforme os anos vai passando, não importa quanto tempo a relação tem, se ela ficar alguns dias sem água ela irá secar e morrer. Exemplo é de amigos que vamos perdendo ao longo de nossas vidas, pelo simples fato de não termos tempo? Tudo muda, a natureza é assim, uma mudança constante.
    O tempo vai mudando a gente de forma bem curiosa. Como você disse lugares que pareciam enormes na nossa infância quando lá voltamos, em adultos, já não parecem os mesmos. A gente esquece até dos detalhes que antes era importante. Os anos muda radicalmente as coisas, lugares, pessoas. Precisamos cultivar o que é mais importante na nossa vida porque se conhecido passa a ser desconhecido. A vida é isso, o tempo muda tudo.
    Boa semana, minha querida!
    Um beijo!

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  15. Olá, Smareis

    Tal como o amor a amizade também terá de ser mimada. Costuma-se dizer "longe da vista, longe do coração". Se não alimentarmos esses sentimentos com atenções, mesmo pequenas, fazendo sentir a pessoa especial e indispensável à nossa vida, então é quase certo que eles secarão. O tempo e o distanciamento são maus aliados nisso e em tudo na vida.

    Minha amiga, tudo de bom lhe desejo. E o fim-de-semana já aí está.

    Beijinhos

    Olinda

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  16. Agora que penso no assunto, também eu penso no meu marido como um lugar. E isso dá uma tranquilidade ao coração que não se coloca em palavras. Os lugares mudam, como nós também, mas continuam lá excepto se acontecer uma calamidade atroz, como aconteceu com Pompeia. Mas até Pompeia continua lá, apenas com outra aparência, sem as casas, as pessoas, a organização social.
    Ainda que nos cause alguma perplexidade, importa aprender a lidar com a mudança dos lugares.
    Abraço, uma linda semana
    Ruthia

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  17. Adorei o texto, tão sábio. :)

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