Vai-se a primeira pomba despertada…
Vai-se outra mais… mais outra… enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada.
Vai-se outra mais… mais outra… enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada.
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada.
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada.
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem… Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais.
E eles aos corações não voltam mais.
1859-1911
Raimundo da Mota de Azevedo Correia, juiz, poeta. Brasileiro.
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Poema - daqui
Imagem - daqui
Um soneto muito lindo!
ResponderEliminarNão deixemos voar os sonhos...
Até à volta, estimada Amiga.
Beijinhos
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As que por aqui nidificam
ResponderEliminaralimentam-se do granulado dos cães
mas são lindas
as pretas e as brancas
em liberdade
Um poeta que desconhecia.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana
Um belo soneto para uma temática pouco usual. Desconhecia.
ResponderEliminarBjinho