Diante de mim, a escuridão. A voragem
Que não tem cimo e que nem sequer tem margem
Lá estava, sombria, imensa; nada nela mexia.
Perdido no mundo infinito eu me sentia.
Ao longe, através da sombra, impenetrável véu,
Entrevia-se Deus, pálida estrela no céu.
Clamei: - Ó alma, alma minha! eu precisava,
Para atravessar o abismo cujo fim não vislumbrava,
E para durante a noite até Deus eu ascender,
De construir uma ponte e em mil arcos a estender.
Quem o conseguirá? Ninguém!ó dor! tormento!
Chora! - Um fantasma branco ergueu-se no momento
Em que à sombra um olhar de temor eu deitava.
A forma de uma lágrima esse fantasma mostrava;
Tinha uma fronte de virgem e duas mãos de criança;
Lembrava um lírio que toda a brancura alcança;
As suas duas mãos juntas acendiam uma luz.
Apontou o abismo onde tudo a pó se reduz,
Tão fundo que nem o eco aí segue a sua lei,
E disse-me: - Se quiseres, a ponte construirei.
Para o desconhecido ergui meus olhos do chão.
-Como te chamas? perguntei. Respondeu: - A oração.
Victor Hugo
(1802-1885)
Poemas
(Selecção e tradução de Manuela Parreira da Silva)
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Olá, Amigos.
Sejamos construtores de pontes.
Muito obrigada pela vossa presença e simpáticas mensagens.
Um abraço
Engraçado. Acabamos de dar Victor Hugo na aula de literatura portuguesa. Não faz muito sentido eu sei, mas a professora que está dando o romantismo, resolveu contrapor alguns escritores estrangeiros para comparação com os nossos. Assim vimos Almeida Garrett versos Victor Hugo.
ResponderEliminarUm abraço.
Nota: Fico contente com o seu regresso
Bom regresso à minha escarpa
ResponderEliminarQue bom que regressaste, querida Olinda!
ResponderEliminarBelo e pensativo poema de V. Hugo...
Um beijo amigo
A ponte é uma metáfora muito bonita. Une dois opostos. Bom regresso, minha querida.
ResponderEliminarRuthia d'O Berço do Mundo
Ainda bem que está de regresso.
ResponderEliminarBjs
Minha amiga nesta altura da minha vida, em que de um momento para o outro o meu genro deu entrada no IPO, com uma doença bem grave, estou mesmo precisando dessas pontes, pontes de oração e esperança.
ResponderEliminarBeijinhos
Maria
Seguiu email. A Elvira é a filha mais velha do Manuel. Logo a do meio, na foto.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana
Olá, Olinda.
ResponderEliminarAgora parecemos em conexão. Isto vai bem =)
Bonito poema para a trazer de regresso: que possamos concretizar a construção de nossas pontes.
bj amg
~~~
ResponderEliminarMuito bem vinda, querida Olinda!
~~ Já VH fazia notar falta de pontes
-indispensáveis aos seres humanos-
no belo poema citado, com bom gosto.
~ Sim, é preciso construir pontes
e, de boa vontade, quero contribuir.
~~~ Abraço amigo. ~~~~~~~~
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E agora gostaria de uma ponte que rapidamente me levasse até aí para te dar um abraço e te dizer, com o meu melhor sorriso que estou muito feliz com a tua volta. Não tenho essa capacidade, mas sei que o meu coração a tem e , mal soube o teu regresso voou ate ai ,,aconchegou-se nesse xailinho macio; depositou nele uma braçada de rosas de cores variadas e juntinho um lindo cesto de beijos carregadinho, Amiga, estou muito feliz por teres voltado e espero que estejas bem. Até breve!
ResponderEliminarEmilia
Vivemos uma época onde só se pensa em construir muros. São levantados por qualquer motivo, afastando as pessoas. Como são belas as pontes! E quando não encontramos meios para vencer os desafios, basta orar. A oração é caminho. Bjs.
ResponderEliminarEstou a construir neste momento uma ponte por cima de um muro que não cessa de querer bloquear o meu caminho
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