O Amor dá-se de graça; a Glória é cara;
Esta é matrona grave, o outro é menino;
Cuida o Amor dum canteiro pequenino
E a Glória lavra intérmina seara.
O Amor é gastador, a Glória, avara;
Esta com siso marcha, o outro sem tino;
E aos ventos desnorteados do destino
Enquanto o Amor se apressa, a Glória pára.
Esta com siso marcha, o outro sem tino;
E aos ventos desnorteados do destino
Enquanto o Amor se apressa, a Glória pára.
Em bronze escreve a Glória, o Amor, na areia;
E enquanto ele escorrega, ela tateia
Do futuro nas brumas misteriosas…
E enquanto ele escorrega, ela tateia
Do futuro nas brumas misteriosas…
Frágeis rosas, o Amor. Quando eu morrer,
Dispenso os louros; cubram-me de rosas!
Dispenso os louros; cubram-me de rosas!
1869-1944
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Poema: Banco de Poesia Fernando Pessoa
Imagem: Pixabay
Numa primeira fase, simbolista. Depois, neo-classicista. Voltado para a Antiguidade Clássica e com um pendor saudosista no que se refere ao passado português, características dos trabalhos das primeiras décadas do Século XX.
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Poema: Banco de Poesia Fernando Pessoa
Imagem: Pixabay
Olá Olinda
ResponderEliminarEstou com o poeta... fico com a beleza e o perfume das rosas
O poema é soberbo amiga
Uma feliz semana
Beijos
Quem vai de novo roer a corda?
ResponderEliminarBj
Oi Olinda,
ResponderEliminarA glória é um adjetivo que juntamos a duras penas, o amor ganhamos e muitas vezes se esvai com o vento, é vulnerável; mas o ganhamos ao seu bel - prazer e na hora da morte o que fazemos com as glorias?Nesse momento lembramos só do amor e das rosas.
Beijos
minicontista
Belo
ResponderEliminarnesta desordem de cores nos jardins
Bj
Lindo. Especialmente o último verso. Esse é também o meu desejo: dispenso os louros à hora da minha morte, mas espero "ver-me" rodeada de amor e coberta de rosas.
ResponderEliminarBjs
Isabel Gomes
sempre boas escolhas
ResponderEliminarum abraço
~~~
ResponderEliminar~ Um dos belíssimos sonetos
de Eugénio de Castro, com uma chave soberba!
~ No entanto, ao ilustre poeta,
além das suas rosas, não faltarem merecidos louros.
~~~~~ Beijinhos. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
~~ Queria dizer 'faltaram'. ~
Eliminar~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Lindíssimo. Gosto muito da poesia de Eugénio de Castro.
ResponderEliminarUm beijinho
Bonito poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
Que tesouro este poema!!!
ResponderEliminarBeijinhos, bom dia :)
Olá, Olinda!
ResponderEliminarHá muito tempo que ando para visitar o seu blogue, até porque os comentários, escritos por si, e que encontro na blogosfera, me agradam e são explícitos. Não fazia a mínima ideia do que aqui se tratava, mas a temática parece-me diversificada e com interesse.
Escolheu o poeta Eugénio de Andrade, já da fase neoclassicista, mas não foi à toa que o fez, aliás, é uma mulher muito inteligente e perspicaz, pelo que tenho observado.
As Glórias e as Vitórias, parciais ou totais, estão "pelos olhos da cara", e fazem sempre correr rios, não só rios de tinta, como de outras matérias mais corrosivas, enquanto o Amor lá vai acontecendo e lá se vai fazendo, mas falta Amor no mundo, e falo universalmente, já se vê, aliás, estamos a ver.
Este poeta fundou uma revista chamada "Os Insubmissos" , mas quem é poeta, a sério, tem de ser sempre do contra e ele encaixou-se muito bem nesse conceito.
Não sou dada a pessimismos, por natureza, e acho que o futuro a Deus pertence. Evidente que, e para quem é ateu ou agnóstico, afirmará que são os Homens, a Humanidade que tem o dever de fazer o futuro. Pluralidade semântica e algum lirismo à mistura, convêm!
Eugénio de Andrade, poeta de que muito gosto, dispensou os louros, ou escreveu que os dispensaria, mas bem que os tem recebido, e com mérito, diga-se. Não sei se o têm ou não brindado, vitoriado com rosas, mas que merece, merece, ambas as coisas, é verdade.
Um dia feliz.
Beijos.
Oi Olinda
ResponderEliminarQue seu dia seja uma benção
Beijos
minicontista
A glória é boa, mas o amor...... :)
ResponderEliminarBeijinhos!
Dois poemas que não conhecia, de dois grandes poetas que, claro, conheço e estudei. Ambos, são quase que lamentos expressos em palavras nostálgicas sobre a vida. Há sempre dor e desenganos neste nosso caminho, mas a vida tem que ser vivida e com os desenganos e dores ela também nos traz rosas e amores. Louros? Há quem faça tudo para os conquistar pisando sem respeito as florzinhas cuidadosamente cuidadas nos canteiros dos outros , mas ainda há quem não se canse de semear o amor tentando que em cada jardim o perfume das rosas enebrie de alegria a vida das pessoas. Valha-nos esses a meio de tanto desenganos!. Obrigada, Olinda pela riqueza destes teus posts. Um beijinho e até breve.
ResponderEliminarEmília
Há tanto tempo que não lia Eugénio de Castro...
ResponderEliminarBeijinhos e bom fim de semana, querida Olinda
Acabo de dejar un comentario y no lo veo, no sé qué pasa...
ResponderEliminarCara Marina
EliminarPor vezes os comentários perdem-se, não se sabe como. :)
Grata pela sua presença aqui no Xaile.
Bj
Olinda
Cara Marina
EliminarPor vezes os comentários perdem-se, não se sabe como. :)
Grata pela sua presença aqui no Xaile.
Bj
Olinda
¡Hola Olinda!!!
ResponderEliminarPerdona no haber pasado antes, y es que estos odias ando un poco mareada de mis cervicales y apenas podía escribir. Te dejé un comentario y no salió,don te decía que me encanta este precioso soneto: Esa Gloria de Amor que se escribe en la arena, Que el mar no la lleve, por favor, un tanto melancólico! Aunque por eso no deja de ser hermoso. No conozco al poeta, no importa, lo que importa es su bonita obra.
Es un inmenso placer pasar por tu casa virtual y leer versos tan bellos.
Te dejo mi gratitud y mi estima siempre.
Un abrazo y se muy feliz.