Marco o meu regresso, da minha ausência* forçada, trazendo comigo Clarice Lispector. Melhor companhia não haverá.
No toque das mãos sentimos o bater do coração e o encontro das emoções. É o que as suas palavras me transmitem, neste momento:
No toque das mãos sentimos o bater do coração e o encontro das emoções. É o que as suas palavras me transmitem, neste momento:
Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.
Clarice Lispector: É certamente a escritora de literatura brasileira mais lida entre nós. Clarice nasceu na Ucrânia em 10 de dezembro de 1920 e veio ao Brasil logo em seguida, sendo naturalizada brasileira. Morreu aos 56 anos em 9 de dezembro de 1977. Sua obra se constitui de romances e contos, além de ter escrito artigos de jornal em colunas femininas e poucos livros infantis. Sua literatura é de caráter existencial, introspectivo e filosófico, mostrando com maestria o lado misterioso das coisas mais simples e do cotidiano. Suas principais obras são: Perto do Coração Selvagem (1944), A Paixão segundo G.H. (1964), Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres (1969), Água Viva (1973), A Hora da Estrela (1977), Laços de Família (1960).aqui
Desejo-vos um bom domingo.
Desejo-vos um bom domingo.
Um bonito poema. Gosto muito de Clarice Lispector, mas ainda assim a minha poetisa preferida, na literatura brasileira, é Cecília Meireles.
ResponderEliminarUm abraço e bom regresso.
Querida Olinda, espero que estejas bem e que a ausência, que dizes forçada, não tenha sido por motivos tristes ou de saúde.
ResponderEliminarAdoro esse poema!
Beijinho meu
Oi Olinda
ResponderEliminarQue alegria tê-la de volta ao nosso convívio e a sua visita ao meu cantinho me deixou extremamente feliz
Espero que os motivos que a afastaram da blogosfera não sejam causados por algum fato grave.
Este da Clarice é soberbo. Adorei a sua escolha minha amiga
Uma linda e abençoada semana
Beijos e carinhos
Mãos ateadas
ResponderEliminar~~~
ResponderEliminar~ Uma poetiza que gostava de reflexionar
sobre o que existe entre duas notas musicais, entre dois fatos,
dois grãos de areia... Sobre o que é expresso nas entrelinhas...
~ Metáforas surpreendentes revelam uma criatividade excelente.
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~~~ Abraço amigo, Olinda. ~~~
~ ~ ~ ~ ~
Prezada Olinda, desejo um feliz retorno. Clarice é uma joia da literatura nacional. Também estou voltando com novo poema e para mim será uma honra te receber nas Vozes de Minha Alma. Seja sempre bem-vinda, amiga, um fraterno abraço.
ResponderEliminar✿˚° ·.
ResponderEliminarSuper lindo!
Tenha um bom dia.
Beijinhos.
♪♬ه° ·.
Bem vinda de volta Olinda!
ResponderEliminarA grande Clarice Lispector. Gosto muito de a ler. Bela escolha.
Bjs
Isabel Gomes
Obrigado pela visita e prazer em estar de volta,
ResponderEliminarcom um poema sugestivo,,,,lindo
Bfs
Beijo
Ouço falar desta escritora há tantos anos e nunca sequer folheei (a não agora, virtualmente) nada dela!
ResponderEliminarBeijinhos e bom regresso!
Muito lindo Bj Lisette.
ResponderEliminarBelíssimo poema.
ResponderEliminarO toque das mãos é sempre especial, mas o toque das mãos que amamos aquece o nosso coração.
Beijinhos
Maria
Bom regresso. Não conhecia a escritora.
ResponderEliminarIsabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt